“VERDADEIRAMENTE, TU ÉS O FILHO DE DEUS.”
resistência e de alegria. É Deus que confirma o caminho “andando à frente de seu povo”. O belo texto da Primeira Leitura nos mostra o grande Profeta Elias e seu encontro pessoal com Deus. É preciso ter uma abertura de coração e de mente para perceber Deus onde e como não esperamos que Ele se revele. Esta é justamente a razão que faz São Paulo escrever da sua dor aos Romanos. Ele vê que por ver muitos não aceitam Jesus como a revelação do Pai. A história do Evangelho vem de São Mateus e é contada como sequência do texto de Domingo passado: depois da multiplicação dos pães, Jesus e os discípulos vão continuar o seu caminho e a sua missão, porém Jesus os faz perceber que a fé deve ser portadora de confiança e de certezas. MEDITAÇÃO Pedro é o centro ou a figura deste Evangelho. Ele protagoniza uma cena com Jesus que certamente ficou marcada no pensamento de todos os discípulos. A força destas palavras do Evangelho não está só no fato extraordinário de Jesus caminhar sobre as ondas, mas sim na mão estendida de Jesus ajudando aquele que, fraco na fé, não reconhece Jesus que se aproxima. Pedro pede ajuda ao Senhor e vê a mão estendida de Jesus e ouve a sua voz dizer: “homem fraco na fé, porque duvidaste”. Em relação à fé, a dúvida é sempre uma realidade possível para não dizer presente em todos nós. Quem já não duvidou de Deus diante de alguns fatos e acontecimentos da vida? No Evangelho de hoje vemos escrito que “os que estavam na barca acharam que Jesus era um fantasma” (v. 26), isto é, uma ilusão, algo passageiro, alguém incapaz de sustentar a experiência comunitária daquele grupo. Porém é preciso entender bem e separar as questões: duvidar não é sinal de incredulidade, isto é, de não acreditar, duvidar é próprio da razão humana. Na Bíblia temos muitos exemplos de pessoas que duvidaram e depois creram grandemente. À luz destes exemplos podemos nos perguntar: o que foi que levou estas pessoas a acreditarem fielmente? No Novo Testamento vemos que é sempre “o amor pelo Mestre” que leva à confiança plena em Jesus. Quando se faz a experiência de “ver” Jesus, de senti-lo próximo e de dar espaço para Ele em nossa vida, é que se pode passar da dúvida à fé plena. Foi isso que fizeram os Apóstolos que estavam na barca, sem Jesus, no meio das ondas agitadas do mar e sentindo-se impotentes diante da situação. Jesus mostra que a dúvida pode fortalecer o nosso relacionamento com Deus, porém é preciso dar um passo e fazer esta passagem. Permanecer na dúvida é um dos exemplos de que ainda não encontramos Jesus em nossa vida e na nossa experiência cristã. A fé é a contínua entrega da vida a Jesus Cristo e aos seus cuidados. O Evangelho de hoje nos mostra que Jesus sempre chega no momento certo, na hora que precisamos, com a força capaz de mudar a situação difícil “das águas agitadas e do vento contrário”, na serenidade que afasta o medo e “acalma o mar”. Jesus, nestes momentos, sempre se faz próximo, isto é, vem ao encontro, e tem uma única palavra a nos dirigir: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” (v. 27). Tanto nossas comunidades cristãs, como nós mesmos, precisamos crer mais nesta palavra de Jesus para fazer firme a nossa luta e a nossa história de vida cristã. A caminhada da fé não é feita de cálculos matemáticos, mas de capacidades tais como paciência, confiança, humildade e principalmente entrega e coragem. Caminhar na fé é ter a certeza de que com Jesus podemos mais. Pedro duvidou desta força e precisou pedir ajuda quando sentiu a “força do vento” sobre a sua experiência de acreditar na palavra do Mestre. A verdadeira fé nasce do encontro pessoal com Jesus. Só assim poderemos conhecê-Lo melhor e fazer Ele mais presente em nós, vivendo a plenitude do sentido da palavra FÉ: professar com nossa boca que, “Tu Senhor, verdadeiramente, sois o Filho de Deus” (v. 33). ORAÇÃO Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança que prometestes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. AGIR Faça um momento de meditação pessoal e coloque para Deus todas as suas dúvidas, mas não esqueça de reservar um tempo só para ouvir a resposta de Deus. Pe. Adilson Schio, ms
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