momento único e definitivo, o Evangelho nos chama a uma atitude permanente de “estar” com o Senhor, ficando com ele, vivendo o seu tempo, não fugindo da sua presença e nem tendo medo de seu julgamento. Porém, sempre numa relação fraterna com o Senhor, assumir para a nossa vida os mesmos critérios de discernimento que Ele nos oferece através da esperança que somente Dele pode nos vir. Este é o tempo da promessa, como nos recorda o Profeta Jeremias (1ª Leitura), neste tempo o Senhor cumprirá o que prometeu, fará brotar a semente nova da justiça e fará nascer um povo confiante. Com esta fé podemos assumir aquelas atitudes necessárias para bem viver a nossa preparação para o Natal. O Apóstolo Paulo nos recorda na Carta aos Tessalonicenses (2ª Leitura) que é preciso crescer no amor e “transbordar” sempre mais no mesmo amor do Cristo. MEDITAÇÃO Iniciemos este Tempo do Advento na certeza que caminhamos ao encontro do Cristo que virá. Todas as coisas passam, mas só o Cristo, cuja vinda é fruto do amor de Deus, permanece para sempre. Esta é a certeza que deve estar presente em nós neste particular momento da liturgia da Igreja, e que deve alimentar a nossa vida de fé e preparação para celebrarmos o seu nascimento. Este é um tempo de oração com um coração cheio de esperança e aberto aos irmãos. No Tempo do Advento reavivamos o mistério de Cristo refletindo, durante as quatro próximas semanas, a partir do testemunho dos grandes profetas que não nos falam somente de um passado distante, de uma profecia já realizada ou sem atualidade, mas que iluminam o tempo presente e nos sustentam no nosso caminhar ao encontro do “Filho do Homem” que vem para ser o “Emanuel”, o Deus Conosco. Que a voz dos Profetas bíblicos neste tempo litúrgico, faça ressoar em nós a certeza que o Senhor vem; que Ele está perto de nós e que se fará um no meio de nós. Por isso que não nos passe desapercebido o convite de esperarmos a vinda do Daquele vem “com grande poder e glória” (v. 27). Que acolhamos com o coração o convite expresso no Evangelho deste domingo para que recobremos o ânimo e levantemos a cabeça porque “a libertação está próxima” (v. 28). O título que os Evangelhos mais usam para referirem-se a Jesus é o de “Filho do Homem”. Trata-se de um título tirado do Livro do Profeta Daniel e que nos dá o sentido mais profundo da espera daquele que foi prometido. Daniel profetiza dizendo: “Em imagens noturnas eu tive uma visão: entre nuvens do céu vinha alguém como um filho de homem... Foi-lhe dado poder, glória e reino, e todos os povos, nações e línguas o serviram, O seu poder é um poder eterno, que nunca lhe será tirado e o seu reino é tal que jamais será destruído” (Dn 7,13s). O ponto central do nosso texto de hoje é justamente esta mensagem de ânimo, coragem e fé pois a profecia se realizará e aquele será um tempo em que a libertação estará bem próxima. E é por esta confiança que nos vem toda a certeza, mas também a necessidade, de ficar firme e cuidar para não cair, “ficando insensível a toda a ação de Deus por causa das preocupações com as coisas da vida” (v. 34). A mensagem proposta hoje e que devemos acolher com o coração é que Jesus virá e com a sua vinda gloriosa (ontem, hoje e amanhã), cessará o domínio da morte e da injustiça que impede que a vida seja plena para todos e surgirá no seu lugar a graça do mundo novo, onde se viverá plenamente a alegria e felicidade de sermos filhos do mesmo Pai. O 1º Domingo do Advento é tempo oportuno para descobrirmos o caminho da oração como preparação para o Natal e também para fazer desta prática, algo importante e regular em nossa vida. Que possamos rezar assim neste domingo: “Senhor, que o teu Espírito nos mantenha vigilantes, em oração perseverante, para que possamos estar firmes na presença de Jesus, quando ele vier na simplicidade do aconchego do lar de Nazaré, revelando a todos nós a tua infinita misericórdia, Senhor!” ORAÇÃO Salmo 24: Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação! AGIR Neste 1º Domingo do Advento faça os seus propósitos para bem viver este tempo de preparação para o Natal de Jesus. Pe. Adilson Schio, ms
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de justiça, paz e amor. Na Primeira Leitura, com uma visão profética, Daniel contempla o Filho do Homem, isto é, o Messias, que vem entre as nuvens do céu para instaurar no mundo um reino universal e eterno. João ao escrever o Livro do Apocalipse (Segunda Leitura), para dar coragem à comunidade cristã que era perseguida, anuncia a vinda gloriosa do Cristo, vencedor de todas as provações, “primeiro a ressuscitar dos mortos” (v. 5). Este Cristo que sempre foi e sempre será, é o Mestre e Senhor que, libertando-nos do pecado, faz de nós um reino para o seu e nosso Deus. MEDITAÇÃO O Evangelho da Solenidade deste Domingo apresenta uma cena do processo de condenação de Jesus. É o interrogatório entre o Messias e o duro e violento governador romano da Judéia Pôncio Pilatos. Bem sabemos que no final de tal interrogatório foi decretada a morte de cruz para Jesus, porém é interessante ver como tudo inicia. Jesus já havia “enfrentado” os líderes judaicos no interrogatório com os sumos-sacerdotes que o levaram ao governador acusando-o de querer ser rei. É justamente sobre esta questão que Pilatos inicia a sua dura conversa com Jesus: “Tu és o Rei dos Judeus?” (v. 33b). Diante de tal pergunta, Jesus apresenta a perspectiva correta dos fatos. Ele assume-se como o messias e confirma que é rei, no entanto descarta qualquer semelhança com aqueles que, como Pilatos, se apoiam nas forças das armas e impõem a outros o seu domínio e a sua autoridade. Os reis deste mundo baseiam-se na prepotência e na ambição e as suas atitudes geram injustiças e sofrimentos. Jesus, ao contrário, não se impõe pela força, mas coloca-se ao lado das pessoas para servi-las. Ele não cultiva os próprios interesses, mas segue em tudo a vontade do Pai. Ele não está interessado em afirmar o seu poder, mas em amar sem impor condições, dando a própria vida por aqueles a quem ama. A realeza de Jesus é diferente, a sua força é o seu amor. Seu jeito de ser toca os corações e faz cada pessoa renascer para a vida e a liberdade. Jesus é rei e é messias, por isso chega a todos com uma mensagem que propõe um mundo novo onde há pleno espaço para o amor, a doação, a entrega total e o serviço fraterno. É por isso que Jesus dá a conhecer a Pilatos o sentido e a razão do seu reinado: Ele foi investido por Deus para “dar testemunho da verdade” (v. 37b). Notemos que para João, autor do Quarto Evangelho, a “verdade” é a realidade de Deus que se manifesta nos gestos de Jesus, nas suas palavras, nas suas ações e, de forma especial, no seu amor vivido até o extremo da própria vida. A verdade de Jesus é sua doação incondicional e sem medida como sinal do mesmo amor que Deus tem por nós. Essa “verdade” está em oposição à “mentira” que é o egoísmo, o pecado, a opressão, a injustiça e tudo aquilo que destrói a vida e a integridade humana. Jesus é o rei que sustenta e protege o reinado do amor no coração daqueles que o escutam e se comprometem com o seu projeto. Somos de Jesus porque o seguimos no seu testemunho e na sua verdade. Na Solenidade Litúrgica deste domingo podemos rezar com alegria as estrofes de um dos hinos que a Liturgia da Oração das Horas prevê para este dia: “Ó Rei de eterna glória, que irradia sobre a Igreja os dons do teu Espírito, auxilia os teus fiéis. Ilumina a mente, consola o coração, reforça os nossos passos, no caminho da paz. E quando chegar o dia, de tua vinda gloriosa, acolhe-nos, ó Senhor, no reino dos bem-aventurados”. ORAÇÃO Salmo 92: Deus é Rei e se vestiu de majestade, glória ao Senhor, nosso Deus! AGIR Procure sempre fazer o Cristo ser presente na sua vida e leve esta presença a quem mais precisar. Pe. Adilson Schio, ms
da ressurreição dos mortos. No dia do juízo final, os justos terão a vida eterna e brilharão como estrelas para sempre: “Os que tiverem sido sábios brilharão como o firmamento e os que tiverem ensinado a muitos homens os caminhos da virtude brilharão como as estrelas...” (1ª Leitura, v. 3). Foi para a salvação de todos que o sacrifício de Cristo, único e verdadeiro, se tornou redenção. Na Carta aos Hebreus (2ª Leitura), Paulo diz que o perdão vem justamente desta oferta de vida feita pelo Cristo. Ele nos liberta do pecado e da morte e nos faz nascer para a vida nova. No Evangelho Jesus pede que seus discípulos estejam atentos aos sinais que anunciam que o mundo velho do egoísmo, da mentira e da falsidade está passando, pois em seu lugar Deus fará surgir o mundo da vida e da felicidade sem fim, quando “então dos quatro cantos da terra se reunirão os eleitos de Deus” (Evangelho, v. 27). MEDITAÇÃO O texto do Evangelho de hoje continua a narrar os ensinamentos de Jesus nos dias que antecederam a sua paixão e morte. Nos escritos de Marcos, este é o terceiro dia de Jesus em Jerusalém. É o dia dos “ensinamentos” e das maiores polêmicas com os líderes judaicos. Esta referência do contexto em que surgem as palavras de Jesus é importante para compreendê-las. Jesus está consciente de ter chegado a sua hora de partir para o encontro definitivo com o Pai, por isso trata de confiar a sua missão à comunidade dos discípulos, alertando-os que tal missão continuará não sendo fácil. É preciso saber enfrentar com unidade as dificuldades, as perseguições e as tentações que aparecerão pelo caminho. Os continuadores da obra iniciada por Jesus terão necessidade de olhar sempre para o horizonte maior, isto é, para a promessa feita pelo Pai e anunciada por Jesus, pois aquilo que manterá a comunidade unida e que poderá ser sempre um estímulo e um alento diante dos desafios da missão será a recordação de que tudo se realizará no tempo em que só o Pai o sabe (Evangelho, v. 32), pois se neste mundo tudo passa, até o céu e a terra, as palavras de Jesus não passarão sem terem produzido seu efeito (v. 31). Para uma comunidade que ainda não compreendia tudo o que teria que viver, o apelo de Jesus se faz profundo. Jesus dirige-se aos discípulos naquele tempo e a nós hoje, para dizer em três palavras o que é preciso para continuar a missão: - fidelidade; - coragem; - vigilância. O certo é que, no horizonte da caminhada, deve-se ter sempre como verdade que haverá um encontro definitivo da comunidade dos que permanecerem fiéis, com Jesus que estará junto do Pai. A certeza da vitória final do Reino é a mensagem que deve estar no coração dos que doam a vida pela fé. Tudo o que neste mundo passa, dará lugar a um mundo novo, construído a partir do amor e da misericórdia de Deus por nós. No Evangelho de hoje, Marcos não se refere ao “fim do mundo”, mas fala claramente da vitória de Deus sobre o mal que oprime, domina e escraviza. Por isso que mais importante do que definir um tempo exato em que acabará este mundo e no seu lugar surgirá o outro, mais importante que estabelecer um tempo, é alimentar a confiança na chegada deste novo mundo a partir da capacidade de perceber os sinais que a cada dia anunciam que a força de Deus está em nosso meio, mesmo se por vezes não a vemos com a intensidade que desejaríamos que ela acontecesse. A comparação de Jesus faz clara esta mensagem: a cada ano quando aparecem novos ramos e novas folhas na figueira, sabe-se com certeza que a chegada da nova estação está próxima e que vem o tempo da colheita (v. 28-29), da mesma forma os que têm fé e forem vigilantes na fidelidade e na coragem, saberão que o tempo da libertação está próximo. E por isso, certos da vinda do Senhor, atentos aos sinais que O anunciam, os discípulos podem preparar o coração para acolher o Mestre que vem novamente na glória dos seus anjos (v. 27). A liturgia deste 33º Domingo do Tempo Comum, no momento em que já nos aproximamos do Tempo do Advento, é um convite à esperança fundada no Deus que liberta e renova. Ele é o Senhor da história cujo projeto de vida plena e definitiva chegará para todos. E nós, homens e mulheres de fé, cremos que o Senhor virá e fará de nós participantes deste Reino eterno de graça e de consolação. ORAÇÃO Salmo 15: Senhor, vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites, delicia eterna e alegria ao vosso lado! AGIR Faça do momento da Profissão da Fé (o Creio), um momento de profunda esperança em Deus. Pe. Adilson Schio, ms
memória daqueles que haviam dado um testemunho de coragem e de fé em vida, fazendo preces para que fossem por eles ajudados a imitar na sua vida exemplar. A virtude heroica de todos os santos nutria nos cristãos o amor ao Filho de Deus que se fortaleciam na Eucaristia. No sangue do Cordeiro, também nós podemos ser purificados de todas as nossas imperfeições para podermos ajudar a “curar as feridas dos outros” (1ª Leitura). Com o exemplo dos santos e santas podemos perceber até onde pode chegar a graça do amor daqueles que vivem em comunhão com Deus (2ª Leitura). O convite para a bem-aventurança da santidade brilha para todos como uma escolha pessoal e possível. Podemos e devemos decidir se cremos na nossa dignidade de filhos de Deus e de irmãos de Jesus Cristo, ou se damos mais espaço em nós às forças negativas do mundo que odeia Deus e oprime a pessoa humana. É sinal de maturidade de fé que em cada momento de nossa vida, invoquemos com confiança, a presença daqueles que nos precederam na fé e na caridade. MEDITAÇÃO Profundidade de fé. Confiança plena na ação de Deus. Caridade do tamanho do amor de Deus para com os que sofrem. Estas são três qualidades que, unidas pela simplicidade de vida e humildade de coração, fazem algumas pessoas serem especiais aos olhos humanos e aos olhos de Deus. Os nossos Santos e Santas viveram em suas vidas a graça das Bem-Aventuranças anunciadas no Evangelho de hoje como uma esperança já para a vida presente daqueles que seguem o Senhor por todos os caminhos. As Bem-Aventuranças, muito mais que uma série de normas, nos apresentam uma escolha radical e total de Jesus por aqueles que ouvem com os ouvidos e realizam com obras a Palavra que escutam do Senhor. Esta realidade de escolha total pode ser constatada, no Evangelho da Solenidade de hoje, através de algumas expressões usadas por Jesus para “ensinar aos seus discípulos e a multidão que o seguia” (cf. Evangelho, v. 1-2): “pobres de espírito”, “puros de coração”, “os que têm fome e sede de justiça”, “os que promovem a paz”, a estes se volta a escolha de Jesus que os proclama como “felizes”. Assim Jesus o faz em referência não há uma felicidade alcançada por méritos de conquista ou de preferência, mas por uma grande graça que vem da parte de Deus. Felizes e por isso Bem Aventurados já neste mundo, são aqueles que por suas atitudes e decisões se voltam plenamente ao Projeto de Deus de fazer deste mundo, um mundo de relações fraternas que irmana todos na mesma esperança e no mesmo bem, isto é, que une homens e mulheres de boa vontade em torno do coração de Deus, que é cheio de misericórdia e compaixão, capaz de promover a paz e a justiça, porque o nosso Deus é um Deus que não mede a recompensa pela medida do ter e do possuir, mas sim do ser e do fazer o bem (v. 12a). É por isso que João, ao escrever sua Primeira Carta, afirma com convicção e certeza de fé que o maior presente que Deus nos deu foi possibilitar que nos chamemos de filhos de Deus (2ª Leitura, v. 1) e nós verdadeiramente o somos, ontem e hoje e para sempre, pois Deus é eternamente bondoso e porque nós somos semelhantes a Jesus, Filho predileto do Pai, enviado para despertar no mundo pessoas de vida exemplar que não temam seguir o caminho do Reino. Sim, os Santos são todos aqueles que compreenderam de maneira radical a Palavra de Jesus e se fizeram converter por esta palavra, agindo em conformidade com o amor com que foram capazes de devotar a Deus e às pessoas. Na vida de um Santo não são os fatos extraordinários que o tornam pessoas especiais em santidade, mas o quanto de espaço deram a Deus em suas vidas, que por sua vez os fez instrumentos sensíveis à sua vontade. A santidade está na vivência total da vontade de Deus em vista do amor e da promoção da pessoa humana, especialmente aqueles mais necessitados de ajuda, conforto e solidariedade. Tal como nas Bem-Aventuranças do Evangelho, a santidade está sempre em função da promoção do Reino pois é assim que Deus se faz presença no meio do seu povo, colocando-se ao lado dos que se juntam para fazer o mundo e as pessoas se renovarem na graça do Pai. Os Santos e Santas que hoje celebramos, são o rosto mais visível da bondade de Deus e do seu infinito amor. Eles intercedem por nós que também estamos no caminho da santidade, por isso não nos esqueçamos que é a caridade que nos aproxima do caminho da santidade. Os nossos Santos revelam com suas vidas a visível “marca do Deus vivo” (1ª Leitura, v. 2). ORAÇÃO Salmo 23: Sobre aqueles que têm mãos puras e inocente coração, desce a bênção do Senhor e a recompensa de seu Deus e Salvador. É assim a geração dos que o procuram e que buscam a face do Deus de Israel. AGIR Agradeça a Deus pela intercessão de todos os Santos e Santas que hoje celebramos. Pe. Adilson Schio, ms
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Pe. Adilson Schio Ms
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