No Evangelho, João nos faz ver que mesmo na escuridão do mundo, Jesus é a verdadeira luz que ilumina toda a humanidade com seu nascimento. É do “verbo que se encarna” que nos vem o sentido e o significado mais profundo de todas as coisas que Deus faz pelo seu povo. Jesus é a luz que dá vida e a faz “luminosa” por todo o sempre. Quem acolhe esta luz, terá a alegria de ser “filho de Deus” (Evangelho, v. 12). Na Primeira Leitura, tirada do Livro do Profeta Isaías, temos a passagem que nos faz refletir na beleza do anúncio da paz à toda a humanidade que espera no Senhor. O Profeta fala daquela paz que é fruto da salvação e do amor de Deus, nosso Senhor. Aos Hebreus, Paulo escreve na Segunda Leitura, que o evento de Belém, isto é, o nascimento de Jesus, pode ser considerado o ponto alto da revelação de Deus à humanidade. Deus se faz um de nós para que o conheçamos e o amemos (2ª Leitura, v. 3). MEDITAÇÃO A oração prevista na Liturgia da Missa para a celebração da Vigília do Natal, expressa bem a profundidade, o sentimento e a espiritualidade da Missa do Natal. Assim rezamos: “O Deus, que reacendeis em nós a cada ano a jubilosa esperança da salvação, dai-nos contemplar com toda a confiança... o Redentor que recebemos com alegria”. Nesta pequena prece há um profundo sentido de desejo e de espera que foi se reforçando em nós durante todo o Tempo do Advento e que agora nos faz celebrar na certeza de que devemos contemplar o Salvador com confiança, e assim reconhecermos que o Natal é o momento de “reacender em nós a jubilosa esperança da salvação”. Irmãos e Irmãs, é Natal celebramos hoje o “Mistério da Encarnação” de um Deus que em seu agir nos mostra a mais completa e perfeita ação do amor. Jesus é o ato supremo de um Deus que só sabe amar, por isso perdoa, acolhe, promove, demonstra bondade e misericórdia. Um Deus que “se fez verbo e veio habitar entre nós” (Evangelho, v. 14). Do mistério que celebramos no Natal, à luz da Liturgia da Palavra deste dia, podemos referir quatro grandes pontos para a nossa meditação: Primeiro ponto: Não havia lugar... Sabemos da história do nascimento de Jesus e de que tudo aconteceu não só para que se cumprisse o que os Profetas haviam anunciado, mas porque as pessoas daquele tempo não foram capazes de acolher uma mulher que estava para dar à luz a um filho. A falta de um lugar no mundo para o Filho de Deus é a maior razão do porque Deus se faz pobre entre os pobres, isto é, do porque Deus se fez Salvador entre aqueles que o acolheram com confiança. Segundo ponto: Nas trevas do mundo, brilhou uma luz. Para Deus, nem a mais densa treva pode esconder a luz, mesmo que esta luz esteja simbolizada numa estrela, entre tantas outras que havia no céu, mas que indicava a presença naquele exato lugar de que um menino venceu as trevas do mundo, tornando-se luz de Deus para toda a humanidade (Evangelho, v. 5) pois é nesta “luz que está a vida, e a vida é luz para os homens” (Evangelho, v. 4). O terceiro ponto que podemos referir é a esperança que não engana: Qual é a esperança de Deus anunciada no Natal? Não é uma esperança feita de promessas passageiras ou de presentes sem merecimento. A esperança que vem de Jesus é aquela que nos compromete com este Deus que veio a nós num menino pobre e frágil, contradição do mundo, mas verdadeiramente sinal de um caminho novo. Esperança gerada no amor do Pai por todos nós. Por fim, o quarto ponto que podemos refletir neste dia de Natal é a graça de olharmos Jesus e vermos que Ele é uma dádiva que nos vem do alto. Como diz o Evangelho, “a Deus ninguém viu, mas o unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele, o Pai, nos deu a conhecer” (Evangelho, v. 18). Por fim, não nos esqueçamos que é na simplicidade que podemos compreender a profundidade do Natal. A espiritualidade deste dia nos pede também silêncio para ouvirmos as vozes dos anjos que não cessam de cantar: “hoje nasceu um salvador”. Feliz Natal. Que a luz que vem da longínqua manjedoura de Belém, entre na vida de cada um de nós e nos faça seres iluminados pela graça. ORAÇÃO Salmo 97: O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça; recordou seu amor sempre fiel pela casa de Israel. AGIR Sinta a alegria de saber que Jesus nasceu pela bondade de Deus para a nossa salvação e anuncie esta verdade a todos os que precisam saber tal notícia. Pe. Adilson Schio, ms
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O HOMEM JUSTO
simplesmente super-ficial, como era do Rei Acaz, contada na primeira leitura. Será o próprio Deus a revelar sua vontade salvífica através do “Emanuel”. Na encarnação, Deus revela, em senso autêntico, a Palavra dos Profetas e o significado da antiga aliança, mostrando o caminho da justiça e da verdade em Cristo, o Deus conosco, redentor de toda a humanidade. MEDITAÇÃO José é um homem de sonho e de obediência. O justo que Deus acolhe e que acolhe a vontade de Deus. Esta apresentação de José a partir do Evangelho deste Quarto Domingo do Advento é a mais bela descrição deste homem que também foi instrumento de salvação. Recentemente o Papa Francisco, reconhecendo a importante deste homem simples, acrescentou na oração da missa, quando se faz memória dos profetas, dos santos e de Maria, a citação: “e São José, seu esposo”. No sono noturno o homem não pode agir, volta-se a si mesmo, mas é próprio este o momento que Deus escolhe para revelar a sua vontade, comunicando-a em modo misterioso aos seus amigos, como nos recorda o Salmo: “É inútil que vocês madruguem e se atrasem para deitar, para comer o pão com duros trabalhos: aos seus amigos o Senhor o dá enquanto dormem” (Salmo 172,2). Deus toma a iniciativa e revela na noite, ao seu predileto, a sua verdade. Como aconteceu com José, filho de Jacó, também José, esposo de Maria, recebe no sonho a revelação de Deus. O que é marcante, porém, é a prontidão da sua resposta. A obediência de José à Palavra de Deus, diz o escrito de Mateus, é imediata. José reconhece a mensagem divina simplesmente porque o justo vive uma relação de proximidade com Deus. O coração de José está sempre aberto a Deus, pronto a acolher a sua Palavra e a vive-la mesmo se ela signifique mudança de pensamento, aceitação plena e novo caminho. Tal como na anunciação Maria se oferece ao Senhor como “serva” ao dizer com plena confiança “Aqui estou”, assim também José não hesita em mudar os seus projetos, em dissipar as suas dúvidas, e encher de ânimo seu coração à luz da graça e da vontade de Deus. Apenas ele se acorda de seu sono, prontamente age, mesmo se não compreende tudo, mesmo se é chamado a fazer aquilo que lhe parece em contradição com o seu pensamento. Assim é a nossa vida em Deus, as vezes pensamos de um jeito e Deus dispõe de outro. José aceita a novidade do Projeto de Deus e com simplicidade responde com sua vida. No “Magnificat”, o canto de Maria, ela recorda que o Senhor “dispersa os que no coração tem pensamentos soberbos” mas “exalta os humildes”. É justamente isso que acontece com José, o justo. O texto de hoje nos dá o verdadeiro motivo da alegria do Natal - não porque é festa de presentes e festividades, mas porque recordamos (fazemos passar de novo pelo coração) a verdadeira Boa-Nova: Jesus é o "Emanuel", o Deus-Conosco, aquele que veio para nos salvar. Ele será a encarnação da bondade e de amor gratuito de Deus por nós. ORAÇÃO Ó Senhor da graça e da misericórdia, hoje eu te peço a humildade para que eu possa escutar e seguir a Tua Palavra com toda a força da minha vida. Que o meu coração se deixe modificar pela Tua vontade e assim a minha fé possa dar frutos, iluminando o mundo com a alegria do Teu Evangelho. Amém. AGIR Busque viver sempre com fidelidade e alegria na Igreja, mesmo que as vezes isso possa parecer difícil. Pe. Adilson Schio, ms
A VIDA QUE BROTA NO DESERTO LEITURA As leituras bíblicas deste domingo são um convite muito forte para a alegria, isto porque o Senhor, que esperamos, é Deus conosco, e com Ele preparamos a vinda do seu Reino. O terceiro domingo do tempo do Advento é chamado de “domingo da alegria”. Na primeira leitura, a profecia de Isaias descreve o retorno dos “resgatados do Senhor” pela estrada do deserto, um “caminho” percorrido pelos pobres redimidos da escravidão e da miséria em busca de vida nova. Foi nesta mesma direção o ministério profético de João Batista, também no deserto. Agora, estando na prisão, João faz chegar a Jesus uma pergunta sobre a verdade da sua missão. A resposta de Jesus simplesmente aponta para uma confirmação diferente daquela que podemos esperar. Para João e para nós resta acolher a certeza de que o Reino de Deus já acontece em meio a nós, através de Jesus. MEDITAÇÃO “És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” João, o Batista, era figura importante no cenário religioso da Palestina na época, tanto é que no Evangelho de Mateus (capítulo 3) é ele quem apresenta Jesus como o Messias. A relação entre Jesus e João Batista é, ao mesmo tempo, muito próxima e aparentemente independente. Entre os dois há uma espécie de “mistério divino” que faz com que se tenha necessidade de tantas palavras. Eles se compreen-dem quase que imediatamente com alguns gestos. O que os une é alguma coisa de muito profundo, podemos dizer que é a própria experiência de realização plena da Palavra de Deus que, a seu modo, cada um dos dois a concretiza no seu profetismo. Em João e em Jesus a Palavra de Deus se revela na própria maneira deles viverem. João viveu toda a sua vida no esforço contínuo de realizar o plano de Deus anunciando a vinda do Messias, agora, ele ouve dizer de Jesus, o Verbo Encarnado. O Profeta, aquele que viveu confiando que a promessa de Deus se realizaria, se vê diante da realização de sua própria profecia. É interessante perceber que quando a pergunta de João chega a Jesus, Ele não dá uma explicação lógica ou retórica, mas cita uma profecia que está em Isaías 35. João não se enganou, o Cristo inaugura o tempo do Messias e revela ao mesmo tempo, que veio não para condenar mas para salvar. Jesus vem e sua vinda é de salvação e de alegria. A resposta de Jesus a João Batista foi clara: "Ide contar a João o que estais OUVINDO e VENDO...". Pelos "sinais", que se podiam ver e ouvir, Jesus comprovava a presença salvadora e libertadora de Deus no meio de nós. Há, nesta resposta de Jesus a João, um conteúdo muito forte de encontro entre fé e dúvida, busca e certeza, espera e realização. Ouvir e ver a ação de Jesus é uma possibilidade ainda hoje quando sabemos que para perpetuar no mundo a ação salvadora e libertadora de Deus, os "sinais" devem continuar acontecendo através nós, os seguidores. Nós devemos ser portadores daquilo que se possa ver e ouvir para se acreditar. Jesus veio estabelecer no meio de nós o Reino de Deus, baseado na prática da "justiça", reestabelecendo as relações corretas de cada pessoa com Deus, consigo mesmo, com o outro, com o mundo e com a criação. É desta certeza que vem a alegria que celebramos neste domingo. Como disse o papa Francisco: “a alegria do Evangelho enche o coração e a vida daqueles que se encontram com Jesus. Os que se deixam tocar por Ele são libertados de seus pecados, de suas tristeza, do seu vazio interior, do isolamento... Com Cristo renasce para sempre a nossa alegria.” ORAÇÃO Senhor, dá-me a graça de viver sempre mais profundamente a tua Palavra e de vivê-la a cada dia com mais generosidade e entusiasmo, tendo sempre os olhos abertos para ver e escutar tudo o que Jesus, o teu Filho, realiza no meio de nós. Amém. AGIR Reze tudo aquilo que Jesus já fez por você em sua vida. Reze com a alegria do louvor. Pe. Adilson Schio, ms
Primeira Leitura (Is 11,1-10) | Responsório Sl 71(72),1-2.7-8.12-13.17 (R. cf. 7) Segunda Leitura (Rm 15, 4-9) | Evangelho (Mt 3,1-12) O TEMPO SE APROXIMA |
Pe. Adilson Schio Ms
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