QUE A PALAVRA DE CRISTO HABITE EM VÓS!
estes “conselhos” é “honrar-respeitar”. Este verbo é repetido por cinco vezes neste pequeno texto. O belo é perceber que, ao longo da narrativa, vão aparecendo as “recompensas” que terão aqueles que “honram seus pais”: perdão dos pecados, alegria, vida longa e a atenção de Deus. No Evangelho, Lucas nos propõe a cena da apresentação de Jesus no Templo. Seguindo uma Lei de Moisés, todos os primogênitos pertenciam a Deus e a Ele deveriam ser oferecidos (Ex 13,1-2). Podemos então dizer que a Liturgia da Festa da Sagrada Família nos faz ver que é pelas atitudes de fé dos pais, que a identidade do povo de Deus é preservada. MEDITAÇÃO Mais tarde, quando do início da vida pública de Jesus, exatamente nas Bodas de Caná, Maria vai dizer àqueles que serviam na festa: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5). Já, no Evangelho de hoje, temos a passagem bíblica que nos faz refletir no tempo de Jesus fazer tudo o que os seus pais lhe diziam. Este é o tempo de Jesus ser família e descobrir com a sua família, a vida e a fé do seu povo, nas suas esperanças e nas suas desilusões. Durante todo o Tempo do Advento, os textos bíblicos faziam sempre um paralelo entre Maria, Isabel, Zacarias, José, João Batista e Jesus. No texto de hoje, os justos da Antiga Aliança, aqueles que perseveraram na confiança, são representados pelas figuras de Simeão e Ana, profeta e profetiza, indicados neste texto de Lucas como anciãos, sempre confiantes que as promessas de Deus se cumpririam antes de morrerem e por isso presentes no Templo. Ana, uma devota servidora que vê confirmada a escolha de Deus pelos pobres e pelos pequenos. Simeão, homem movido pelo Espírito Santo, sempre justo e piedoso. Os dois são capazes de ver ali, diante de seus olhos, a própria salvação, a luz que irá iluminar as nações e aquele que será a glória do povo (v. 31). São dois idosos capazes de olhar o futuro, de perceber os sinais de Deus e de testemunhar a presença libertadora do Deus-Salvador no meio da humanidade. O Evangelho de hoje não tem a preocupação de apresentar a Família de Nazaré como um modelo ideal de família, mas sim de nos fazer ver que Jesus “cresceu em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens” (v. 40), numa família que escutava a Palavra de Deus, que procurava realizá-la em sua plenitude na vida do dia a dia, e que consagrava a Deus a vida de seus membros. E Maria e José, insiste em nos dizer o Evangelista Lucas, “estavam admirados com o que diziam a respeito do menino” (v. 33), a beleza da referência de Lucas a este sentimento “da mãe e do pai de Jesus” (v. 33a) nos faz concluir que também eles tiveram que caminhar na escuridão da fé, para descobrir passo a passo qual era a missão do seu Filho e o que significava ser discípulo do Messias. Ainda à luz do Natal, é bom celebrar a Palavra de Deus que se realiza na humildade e na ternura de uma família chamada a ser o lugar da experiência de Deus no mundo dos homens. A nossa família também pode ser o lugar de Deus. ORAÇÃO Salmo 127: Feliz és tu, se temes o Senhor e se trilhas os seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos hás de viver e serás feliz e tudo irá bem! AGIR Reze com fé por sua família e com a sua família neste dia. Pe. Adilson Schio, ms
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bem é expresso na Primeira Leitura, “como são belos, andando sobre os montes, os pés de quem anuncia e prega a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação” (v.7). Ou então como São Paulo fala na sua Carta aos Hebreus (2ª Leitura, v. 2 e 3): “Hoje Deus nos fala pelo seu Filho Jesus, esplendor da glória do pai e expressão do seu ser...”. No Evangelho tirado dos escritos de São João, temos o belo Prólogo onde três ideias transparecem em meio à poesia joanina: 1) a encarnação de Jesus é um divisor de águas para a humanidade: “ele veio aos seus e os seus não o acolheram” (v. 11); 2) O Verbo se fez homem em Jesus de Nazaré para revelar o nome do Pai e anunciar o Reino do seu amor (v. 14) e; 3) Jesus Cristo, que é a luz, veio para tornar filhos de Deus toda a humanidade (v. 8). MEDITAÇÃO “Hoje nasceu um salvador: o Cristo Senhor!” Assim, com esta expressão a tradição bíblica do Novo Testamento se refere a este acontecimento maravilhoso da fé cristã. “Deus se colocou mais ainda no meio de nós, assumindo a natureza humana, exceto o pecado”: com esta frase muitos dos Santos Padres se referiram ao nascimento de Jesus. “Deus visitou o seu povo e cumpriu as promessas feitas a Abraão e à sua descendência, fê-lo para além de toda a expectativa: enviou o seu Filho muito-amado.” Esta é a frase do Catecismo da Igreja Católica que descreve o nascimento de Jesus como a plenitude da realização das promessas. A liturgia da noite de Natal se abre com a antífona que vem do Profeta Isaías: “O povo que caminhava nas trevas, viu uma grande luz”. É esta a noite que ilumina toda a nossa esperança. Cristo, luz do mundo, veio e está entre nós. Os anjos cantam a glória do Senhor encantando os pastores vigilantes na noite. Todas as trevas são dissipadas pela luz do nascimento de Cristo. Porém, é das palavras de São Leão Magno, papa e doutor da Igreja (440-461) que nos vem um verdadeiro e profundo sentido da noite de Natal: “Exultem os santos, porque está próximo o prêmio, alegrem-se os pecadores, porque lhes é oferecido o perdão; tome coragem os pagãos, porque agora são chamados à vida”. Uma noite de grande significado dito em três palavras: prêmio, perdão, vida, tudo na plenitude da definitiva revelação de Deus. É Natal: o filho do Altíssimo tem o rosto de uma criança recém-nascida, que chora o choro próprio da vida humana, deitado numa manjedoura. Aquilo que os profetas anunciaram se realiza no Natal. O Messias esperado já está entre o seu povo. Hoje, na celebração deste dia de Natal, contemplamos o início de um novo tempo de Deus. A Deus ninguém jamais viu, mas agora, no Filho, todos podemos vê-lo, tocá-lo, encontrá-lo, senti-lo e ouvi-lo falar... Jesus não nasce para si mesmo, Ele veio, viverá e morrerá existindo para os outros. É o grande presente de Deus para toda a humanidade, pois o Deus de nossa fé é um Deus cuja alegria consiste em entregar-se, fazendo-nos participar plenamente de sua vida. Celebrar a natividade de Jesus é desejar iluminar e possuir a luz de Deus em nossa vida. Que esta luz jamais se apague em nós. ORAÇÃO Salmo 97: O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações a sua justiça. Recordou do seu amor sempre fiel. Os confins do universo contemplam a salvação do nosso Deus. AGIR Simplesmente viva a alegria do nascimento de uma nova esperança. Pe. Adilson Schio, ms
Maria se abre e se oferece plenamente a Deus para que Ele realize a sua promessa. É um exemplo evidente daquilo que Paulo escreve aos cristãos de Roma (2ª Leitura) dizendo que é o espírito de gratidão que nos faz exclamar: “a Deus, o único sábio, por meio de Jesus Cristo, a glória, pelos séculos dos séculos” (v. 27). MEDITAÇÃO “Feliz daquela que acreditou”. A primeira ideia que ilumina a nossa espiritualidade na liturgia deste domingo, vem do exemplo de Maria e que deve ser também a nossa prece durante todas as celebrações e em todas as orações deste dia: ser fiel à Palavra de Deus. Celebrar o Natal que está próximo com atitudes de quem confia na Palavra, como Maria, é abrir-se plenamente à ação de Deus. O Deus a quem celebramos é um Deus de aliança de salvação. Este jeito de Deus ser para com seu povo é a grande novidade que o anúncio do Anjo revela a Maria. Deus não olha a força e o poder da pessoa, mas “se curva” à “humildade de sua serva”, tornando-a, por escolha e por merecimento, a “mãe do salvador”. Maria é toda de Deus e sendo de Deus é sempre pronta para servi-lo na sua vontade de amor. O Papa Francisco destacou bem esta “humilde serva” na sua mensagem aos peregrinos do Santuário do Divino Amor, em Roma, quando disse: “O olhar de Maria diz mais que as palavras”. A frase do Papa é de uma profundidade que serve muito bem para este tempo de Natal. Maria olha para o Anjo (v. 29), sem esquecer-se de olhar para si mesma. Diz o Evangelho que ela perguntou ao Anjo como tudo aconteceria (v. 34). Ela vê no anúncio do Anjo o próprio Deus em cujas promessas sempre confiou (v 35), e tem um olhar para todo o seu povo ao fazer-se confiante no convite que acabava de ouvir. Três olhares de Maria, ao Anjo, a Deus, e a seu povo, fazem de Maria a certeza de que para “Deus nada é impossível” (v.37). E assim se fez realidade a promessa do Profeta (1ª Leitura, v. 14a): “Eu serei para ele um Pai e ele será para mim um Filho”. Maria é o verdadeiro espaço da paternidade de Deus. Na singeleza de seu SIM ela vive a profunda experiência de ser marcada pela fé, pela esperança e pela caridade: Fé na promessa do Anjo; Esperança na Palavra de Deus; Caridade no se fazer serva do seu Senhor. Ela é feliz porque sempre acreditou. Rezemos como o Papa rezou: “Ó Maria, fazei-nos sentir o teu olhar de Mãe, guiai-nos para teu Filho...”. E assim a promessa se faz Jesus no humilde ventre de Maria. AGIR Procure na Bíblia o texto do Evangelho de hoje e nesta semana, antes do dia de Natal, reze-o novamente. ORAÇÃO Salmo 88: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, de geração em geração eu cantarei a vossa verdade, porque dissestes: O amor é garantido para sempre! E a vossa lealdade é tão firme como o céu. Pe. Adilson Schio, ms
EIS O TEMPO DA GRAÇA: ALEGRAI-VOS
O Profeta Isaías, na Primeira Leitura, anuncia a vinda de um Messias, isto é, de um ungido, de um consagrado, de alguém que será o libertador. Joao Batista como um verdadeiro profeta, dá testemunho diante de todos de que estão próximos os sinais do Cristo (Evangelho). No contexto do 3º Domingo do Advento, domingo da alegria, João Batista é a imagem de todas as nossas comunidades também chamadas a preparar hoje os caminhos do Senhor. Nós, como João Batista a seu tempo, não somos a luz, mas anunciamos o Cristo, que é a luz do mundo. MEDITAÇÃO A reflexão deste domingo começa na meditação da Segunda Leitura. Quando Paulo escreve a sua Primeira Carta aos Tessalonicenses, ele está em Corinto e sofre pela perseguição a ele imposta. Ao receber notícias trazidas por Timóteo e Silas, sobre o pequeno grupo, porém muito perseverante, da Comunidade de Tessalônica, Paulo escreve esta carta para comunicar a sua alegria e animá-los na perseverança. Neste contexto as suas palavras se enchem de sentido também a nós e nos animam neste tempo de preparação para o nascimento do Menino Jesus. A alegria, a oração e a ação de graças devem fazer parte de nossa espiritualidade do Advento, tanto quando foi motivo de fervor àqueles cristãos que apesar de tudo permaneceram firmes na fé. Tornam-se belos os versículos 16, 17 e 18 da Segunda Leitura pois eles partem do coração angustiado de um homem perseguido por anunciar Jesus, para chegarem ao coração de algumas pessoas dispostas a viverem a Boa Nova da salvação: “Estai sempre alegres” (v. 16) - a alegria deve ser a marca dos cristãos, disse o Papa na Evangelli Gaudium; “Rezai sem cessar (v. 17) - a oração que brota do coração humilde chega sempre ao coração de Deus; “Dai graças em todas as circunstâncias...” (v. 18) – quem sabe agradecer sabe viver a esperança, na certeza da vinda do Salvador. Pois, diz Paulo, “aquele que vos chamou é fiel e realizará tudo isso” (v. 24). No Evangelho de hoje, tal como no de Domingo passado, João Batista é a figura central. Neste texto tirado do Evangelho de João, o Batista é apresentado como a testemunha de Jesus (“surgiu um homem enviado por Deus” - v. 6 – “para dar testemunho da luz” – v. 8), que dizia ser necessário eliminar da nossa vida tudo o que poderia atrapalhar um encontro real com Jesus. O convite de João é para uma conversão plena e total, seja a nível individual, seja a nível das situações sociais, pois aquele que vem será o portador da “vida da nova aliança” que Deus quer para seu povo. A liturgia deste 3º Domingo do Advento nos convida a viver com alegria, não só porque esperamos a vinda do Senhor, mas porque acolhemos o testemunho do Profeta Isaías, do Apóstolo Paulo e de Maria de Nazaré, que nos querem contagiar com a esperança que transborda dos seus próprios corações. Jesus é a luz, essa é a nossa alegre certeza de hoje. ORAÇÃO Salmo 102: Bendize, ó minha alma ao Senhor, todo o meu ser, o seu santo nome! Bendize, ó minha alma ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores! Bendize, ó minha alma ao Senhor. AGIR Estamos mais próximos da Celebração do Natal, vá a uma Igreja e faça uma bela meditação diante do presépio. Pe. Adilson Schio, ms
VIVEI NA ESPERANÇA DA PROMESSA
MEDITAÇÃO Estamos no Segundo Domingo do Tempo do Advento. Escutando a Palavra de Deus, rezando, cantando, participando da Eucaristia, somos chamados a redescobrir, mais uma vez, juntamente com toda a Igreja, os mistérios do Cristo, Filho de Deus, primogênito de toda criatura, modelo perfeito de amor que nos faz crescer como família de Deus, a cada momento que nos assemelhamos a Ele. Advento é tempo de espera, vigilância, esperança e oração para abrir nossos olhos à ação de Deus no meio do seu povo, descobrindo aquilo que a estrela fez os pastores reconhecer: nascerá um salvador. João Batista com sua voz potente anuncia a vinda daquele que é luz e vem para nos fazer renascer no Espírito Santo, tal como num batismo. As estradas, os vales e as colinas que João Batista diz ser necessário endireitar e aplainar, são as próprias estradas do nosso coração muitas vezes envolto na mais descrente fé de que Deus será sempre um Pastor a cuidar de seu povo. João nos convida a prepararmos as estradas que vão ao centro da nossa vida, as estradas do nosso coração, para que sejam caminhos por onde o Cristo possa passar trazendo a vida da “nova e agora eterna aliança”. Assim, João Batista é a última voz profética da aliança antiga, anunciando a chegada da Boa Nova na pessoa e na atividade de Jesus de Nazaré. Como parte da nossa espiritualidade para o Natal, os textos deste Domingo nos apresentam como pontos fortes, três dimensões: a primeira é aquela que coloca ênfase na aceitação não só do batismo de João, mas de quem vem depois dele, literalmente, como diz no Evangelho, “depois de mim virá alguém mais forte do que eu” (Evangelho, v. 7). Dizendo assim João não quer provocar uma comparação entre ele e aquele que viria, mas denota verdadeiro valor, dignidade e importância àquele que vem. Jesus é mais importante, sua pessoa e sua missão é que deve ser esperada com profundidade de preparação. A segunda dimensão nos vem das palavras de São Pedro na Segunda Leitura: “O que nós esperamos, segundo a própria promessa do Cristo, são novos céus e uma nova terra, onde habitará entre nós a justiça” (2ª Leitura, v. 13). O novo em Deus e com Deus deve fazer parte de nossa esperança neste tempo de advento. Por fim a terceira dimensão que nos vem dos textos bíblicos deste Domingo é a bela certeza escrita pelo Profeta Isaías: “Eis que o Senhor vem com poder...” (1ª Leitura, v. 10) e o poder de Deus não está num exército ou na força de cavalos, mas no seu jeito de ser Pastor. Ele vem como para cuidar do seu rebanho. Nesta certeza nos resta dizer, Senhor, carrega-me no colo, reúne-me em teu rebanho (cf. 1ª Leitura, v. 11). ORAÇÃO Salmo 84: Quero ouvir o que o Senhor irá falar; é a paz que ele vai anunciar. A paz para seu povo e seus amigos, para os que voltam ao Senhor o seu coração. Está perto a salvação dos que o temem, e a glória habitará em nossa terra. Mostrai-nos, Senhor a vossa bondade e concedei-nos a vossa salvação. AGIR Realize, com esforço e dedicação, os propósitos feitos por você para este tempo de advento. Pe. Adilson Schio, ms
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Pe. Adilson Schio Ms
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