grandes Livros da Bíblia, além do Evangelho narrado por São Mateus, cuja passagem faz parte do chamado “Sermão da Montanha” e narra o belo texto das Bem-Aventuranças. Na Primeira Leitura, do Livro do Apocalipse, São João descreve a visão do “Dia da Salvação” onde um povo numeroso, “que não havia como contar”, estava diante do Cordeiro, vestidos com vestes brancas e com palmas na mão, reconhecia que a salvação vinha de Deus e do Cordeiro (Jesus). A Segunda Leitura nos fala da dignidade do ser humano por ser a maior “prova de amor do Pai”, que permite que sejamos chamados de “Filhos de Deus”. Diz o versículo 2 da Segunda Leitura, “quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é”. MEDITAÇÃO Embora para muitos este dia é de triste recordação pois é marcado pela perda de alguém que não deixou de ser importante porque morreu; embora celebramos aqueles que deixaram saudades e partiram definitivamente; embora possamos celebrar este dia como um dia de visita aos túmulos no cemitério; não obstante tudo isso, a Liturgia deste Domingo nos recorda a graça da vida como dom de Deus e como vitória sobre a morte. A fé que professamos é fé de ressurreição e não de morte eterna. A fé com a qual aprendemos a viver é a fé no Jesus Cristo, caminho, verdade e vida. Ou seja, na verdade de Jesus, o Salvador, encontramos o caminho do Reino, que nos leva à vida na eterna comunhão dos que “deram testemunho” do Senhor. O último versículo do Evangelho de hoje pode nos dar a verdadeira razão da celebração deste Domingo: “Alegrai-vos e exultai porque será grande a vossa recompensa no céu” (v. 12a). Em cada missa, quando renovamos a nossa profissão de fé, anunciamos nossa crença na ressurreição que nos vem de Jesus vencedor da morte. Cremos também na comunhão dos Santos e na vida eterna. Esta profissão de fé é fundamento de toda a nossa relação com a vida e com Deus. Um Deus que pensou em nós até mesmo para depois da morte neste mundo, por isso nada deve marcar tanto a vida de um cristão do que a sua fé na ressurreição. Santa Terezinha do Menino Jesus disse em seu diário, “História de uma Alma”: “Eu não morro, mas entro para a vida”. A frase da Santa pode parecer simples mas tem um conteúdo de esperança que marcou toda a vida de Santa Terezinha consigo mesma e com Deus. Esta mesma marca de esperança pode existir em nós com relação ao nosso fim último e também com relação à nossa consolação pela morte dos nossos amigos e familiares a quem guardamos devotado respeito neste dia dos Finados. É bela a catequese que se faz no Prefácio ao Santo na missa deste dia: Em Jesus “brilhou para nós a esperança da feliz ressurreição e aos que a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola. Senhor, para os que creem em vós, a vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível. E enquanto esperamos a realização de vossas promessas, com os anjos e com todos os santos, nós aclamamos como Santo, o Senhor Deus do universo...” . A vida é transformada e a glória de Deus é tudo em nós. Os que confiam em Deus compreenderão esta verdade e os que perseverarem no amor ficarão sempre junto do Deus da vida, porque a graça e a misericórdia são para aqueles que professam a fé com uma vida de testemunho. Esta é a certeza e a nossa esperança: viver em Cristo e morrer com Ele, nos levará à glória do céu como herança a nós prometida e que no Evangelho deste domingo é revelada na mais completa prece de alegria pelos Bem-Aventurados que fazem do Reino o seu destino. Se a dor da ausência por vezes é mais forte que a força da esperança, saibamos que sem esta a vida seria um mero absurdo e sem sentido seriam as nossas aspirações de uma vida feliz. É a esperança no depois que nos dará coragem para permanecermos no caminho, para não desistirmos diante das adversidades e acreditarmos naquilo que Deus preparou para depois da morte. A nossa esperança de ressurreição tem um nome, chama-se Jesus, que disse “na casa do meu Pai tem muitas moradas” (Jo 14,2). É com Jesus que enfrentamos a dureza da vida e os mistérios da morte, por isso somos os Bem-Aventurados do Pai. ORAÇÃO Senhor, acendei sempre em nós a esperança de participar da vitória com a qual Cristo nos faz continuamente com Ele reviver. Tornai-nos bem-aventurados, ó Pai Santo, para alcançarmos a vossa herança. Amém. AGIR Que a oração deste dia seja na humildade que nos faz reconhecer que em Deus temos a vida na sua plenitude. Pe. Adilson Schio, ms
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O AMOR É A VERDADEIRA FONTE DA VIDA Na Leitura do Livro do Êxodo, vemos o “Deus que é misericordioso” e que atende os nossos pedidos, indicando as atitudes de promoção humana que caracterizam o amor pelos que mais sofrem e por aqueles que são mais abandonados, como formas concretas de amar com amor fraternal e libertador. Na Segunda Leitura Paulo ressalta o amor que vem do exemplo de quem segue a Palavra como caminho. Amor que provoca conversão pelo testemunho. No Evangelho mais uma vez uma pergunta dirigida a Jesus e desta vez se refere a qual o maior mandamento da lei. Jesus responde sem meias palavras mas lança um convite para que o que diz a lei não seja o ponto final, mas que se possa ultrapassá-la para o bem de todos. MEDITAÇÃO O amor como resposta ao amor. Esse tipo de amor é difícil pois precisa ser libertado de toda forma de preconceito, egoísmo, ingratidão e falsidade. Um amor verdadeiro como resposta a um verdadeiro amor. Deus nos ama de verdade e nos ama não por causa da lei, mas por causa da razão do seu ser. Deus é amor e não há outra forma de compreendê-lo senão amando também. A passagem contada por Mateus no Evangelho deste domingo coloca em discussão um tema muito importante no tempo de Jesus. O que seria o maior mandamento era uma questão discutida entre as diversas escolas rabínicas daquela época. Para alguns o maior mandamento era o amor a Deus, mas para a maioria era a observância do sábado. Podemos ver que já no Antigo Testamento enfatiza-se bastante a importância de amar a Deus e igualmente amar o próximo (Lv 19, 18 e Dt 6, 5). O que Jesus traz de novidade reside no fato de Ele falar desses dois “tipos” de amor como um igual ao outro, dando-lhes a mesma importância. A resposta de Jesus não só reafirma o amor “previsto na lei” mas sobretudo simplifica e concentra a Lei (que tinha 613 mandamentos: 248 positivos e 265 negativos), nesses dois elementos. Podemos dizer que o que Jesus fala no Evangelho hoje é um avanço muito importante e que faz a humanidade sentir-se capaz de ter um amor sem medida entre si, tal como Deus tem por nós. É o amor que pode dar unidade e força para a nossa vida. Como é fecunda a vida de quem tem um amor especial a Deus e um amor preferencial pelos irmãos. Será que em nossas comunidades cristãs podemos reconhecer pessoas que amam sem medida, amam os irmãos sem egoísmo e amam a Deus sem reservas? Será que podemos reconhecer em nós, observando as nossas atitudes, os nossos gestos e as nossas escolhas, esse amor que é mais que um simples mandamento, que é também um projeto de vida e um jeito de ser como Deus é? Jesus une num só ato de amor os dois mandamentos que são fundamentais: amor a Deus e amor ao próximo. E antes que Ele ouvisse outra pergunta a cerca de como ter esse tipo de amor, Jesus já responde: amar a Deus e ao próximo como a si mesmo. A justa medida do amor verdadeiro é quando ele se torna o alegre e o esperançoso sentimento de todos sentirem-se amados por todos: Deus, o próximo e eu mesmo que devo amar-me e amá-los como me amo. A genialidade da afirmação de Jesus está em falar de um amor que promove, de um amor que vem do coração, de um amor que se concretiza em gestos de promoção, de um amor que completa e preenche todo e qualquer vazio, seja aquele de fé (amor de Deus), seja aquele do abandono e da solidão (amor do próximo), seja o vazio interior da baixa autoestima (amor por si mesmo). O amor falado por Jesus é uma atitude de vida, é uma resposta na fidelidade à aliança com Deus, uma vivência onde os gestos de solidariedade, igualdade, promoção humana, entreajuda e fraternidade deixam de ser intenções ou pensamentos e se concretizam em obras e atitudes. Para amar assim é preciso superar todo tipo de antipatia e de aversão, é preciso deixar a dureza do coração, eliminando toda espécie de divisão e discriminação. Então nos perguntemos: Como esse Evangelho chega ao nosso coração? O que ele provoca em mim? Como meu coração ama a si mesmo, a Deus e ao próximo? Eis aí três perguntas para continuarmos a refletir nesta passagem do Evangelho que a Liturgia nos apresenta hoje. Enfim, o importante é ter coragem para amar com grande coragem. Jesus é exemplo desse amor que devemos buscar viver. Sejamos pois, seus discípulos. ORAÇÃO Ó meu Deus, sois o rochedo que me abriga, sois meu escudo e proteção: em vós espero! Invocarei o meu Senhor: a ele a glória e dos meus perseguidores serei salvo. Amém. (Salmo 17) AGIR Motivado por este Evangelho escolha um gesto de solidariedade para fazer nesta semana. Pe. Adilson Schio, ms
A PESSOA É O VALOR MAIOR
de outras interpretações. Falando a fala de Deus o profeta diz: “Eu sou o Senhor, não existe outro: fora de mim não há deuses” (v. 5). Esta afirmação abre-nos para o entendimento daquilo que se passa na história contada por Mateus no Evangelho, onde alguns se dirigem à Jesus para fazer-lhe uma pergunta enganosa, mas Jesus usa desta esperteza para dizer a todos os que o escutavam o quanto no centro de sua pregação está a pessoa e seu valor supremo para Deus. A Segunda Leitura, da Carta de São Paulo aos Tessalonicenses, é um belo reconhecimento da atuação desta comunidade, rodeada de desafios, mas que pela fé se torna testemunha de novas conversões e de novos adeptos à Boa Nova de Jesus. Uma carta de reconhecimento e de ação de graças do Apóstolo que vê a sua comunidade progredir na fé e no testemunho. MEDITAÇÃO O Salmo Responsorial (Salmo 95), nas suas estrofes e principalmente no seu refrão, nos dá o verdadeiro sentido da Liturgia da Palavra deste Domingo: “Cantai ao Senhor Deus, um cântico novo... Manifestai a sua glória entre as nações... Pois Deus é grande e muito digno de louvor...”. O reconhecimento da presença de Deus na história e na vida da humanidade está presente neste Salmo, bem como esta é a centralidade da mensagem do Evangelho que nos conta uma história onde temos de um lado Jesus e uma moeda e de outro os fariseus, os herodianos e uma pergunta. Aliás, é bem esta a pergunta que nos pode “introduzir” na compreensão deste Evangelho: O que é de Deus e o que é de César? A situação narrada por Mateus é a seguinte: os fariseus, grandes conhecedores da lei e dos mandamentos de Moisés, que pregavam uma religião fechada e individualista, centrada e dominada pelo Templo, por isso mesmo são sempre contrários a Jesus e a sua pregação, eles, os fariseus, diz o Evangelho, armaram um plano para “apanhar Jesus em alguma palavra”. A execução do plano coube aos herodianos, que era outro grupo político que pertencia a dinastia de Herodes a apoiava a dominação romana. Os herodianos não tinham muita preocupação com os aspectos religiosos da vida do povo, mas também não aceitavam as palavras de Jesus por verem seus interesses políticos ameaçados. Assim, tanto para os fariseus como para os herodianos Jesus precisava ser calado e o caminho era colocá-lo à prova e pegá-lo em contradição. Notemos que a história narrada por Mateus começa com os representantes desses dois grupos fazendo grandes elogios a Jesus. Não há reconhecimento nestas palavras, mas sim uma má intenção para enfim colocar a pergunta: “Dize-nos o que você pensa: é lícito ou não pagar impostos a César?” (v. 17). A linha que desenha o coração daqueles que fazem a pergunta a Jesus, nesta passagem do Evangelho, são linhas de um coração tortuoso e cheio de malícia. Mas é neste momento que Jesus se faz Mestre e, sem deixar de dizer fortes palavras, reverte a situação fazendo com que os perguntadores se encontrem com outra pergunta da qual eles deveriam responder a partir de suas próprias convicções. É bom que tenhamos em mente que a pergunta que originou o diálogo não é uma pergunta sincera, é uma cilada. Se Jesus respondesse que era lícito pagar o imposto, correria o risco de ser apresentado como alguém que estava só enganando o povo. Se Ele negasse, poderia ser denunciado publicamente como um traidor e assim ser condenado. É aqui que vem as três atitudes de Jesus que mudam esta história: primeiro Ele deixa claro que conhece a maldade da pergunta e de quem a fez (v. 18). Segundo, pede uma moeda e faz ver que aquela própria moeda é uma parte da resposta. Terceiro, diz que é preciso antes de tudo colocar a pergunta certa para encontrar a resposta verdadeira. Ao dizer “dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, Jesus apresenta aos seus perguntadores a pergunta essencial: o que é que pertence a César e o que é que pertence a Deus? Esta é a pergunta primeira e mais importante e a resposta a essa pergunta determinará toda a relação posterior com o império de César que se dizia deus e com Deus que sempre renovou sua aliança de perdão e de amor com o povo. E aqueles que foram a Jesus com intenção de acusá-lo, deixam-no sem poder contestar a sua resposta, porém admirados com seus ensinamentos, conforme nos diz o versículo 22. Pensando nesta história devemos nos colocar uma pergunta: O que em nós e de nós pertence a Deus? Sem dúvida é na resposta a essa pergunta que podemos refletir após ouvir esta passagem do Evangelho. A Deus pertence todo o nosso ser, a vida é gerada naquele que nos criou. De Deus é a história e a humanidade e não podemos confundir essa verdade. Se na moeda que Jesus apresentou se via a imagem de César, na pessoa humana, respeitada e reconciliada, podemos ver a imagem do próprio Deus. A pessoa é o valor maior. ORAÇÃO Quero louvar o nome do Senhor, do nascer do sol até o seu ocaso, quero louvar o nome do Senhor! Bendito seja o nome do Senhor, agora e para sempre. Amém. AGIR Pense em como você se preocupa com as coisas de sua vida, pois a vida é de Deus. Você se pensa sempre com equilíbrio e sensatez? Pe. Adilson Schio, ms
TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE...
no Evangelho: “Jesus voltou a falar em Parábolas aos chefes dos sacerdotes e anciãos do povo...”. MEDITAÇÃO Este domingo a Igreja nos convida a refletir em outra parábola. Por isso é bom que comecemos nossa reflexão nos perguntando: O que Jesus quer nos dizer com esta história? Jesus fala de um rei que convoca todas as pessoas para uma festa. O relato da parábola sugere que os primeiros a serem chamados rejeitam o convite: “não querem ir”. Parece que eles têm interesses que consideram mais importantes do que participar dessa festa na qual eles são os convidados especiais. Mas o rei não deixa de fazer sua festa, e procura outros convidados. Mas estes também ficam indiferentes: “não deram a menor atenção”. Cada um deles tem sua ocupação, seus fazeres. A parábola relata também que há alguns dentre eles que são violentos, que não querem que a festa aconteça, “amararam os empregados, bateram neles e os mataram”. Os terceiros convidados são aqueles que “estão nas encruzilhadas dos caminhos” e com eles a festa fica cheia de pessoas. O rei entra para cumprimentar os convidados, mas tem um entre eles que não está vestido corretamente para participar dessa festa. Que nos diz Jesus através desta parábola? Podemos dizer que Deus quer que a vida de toda pessoa seja uma grande festa, e o mundo seja o lugar de viver a festa da vida com todos. Os primeiros que rejeitam o convite são aqueles que estão sempre defendendo a si mesmos a seus interesses. Os primeiros que rejeitam participar nessa festa, são os que se consideravam escolhidos de Deus, aqueles que cumpriam a lei e colocavam sobre os outros, cargas que nem eles podiam carregar. Jesus é a festa de Deus para o povo, mas os primeiros convidados não aceitam a novidade do Reino que Jesus trazia: eles já se sentiam satisfeitos com a sua fé e não precisavam de outra coisa. Para eles essa festa não tem sentido assim como para os outros convidados que ficam totalmente indiferentes e até para os que não querem que a festa, ou então o Reino, não aconteça. Mas Jesus quer que a festa seja realizada. Na parábola ele mostra que o convite para entrar no Reino é para todas as pessoas. Não há distinção: o convite é para todos os povos, nações, todas as pessoas, porém quem aceita são os que “andam pelas encruzilhadas dos caminhos”. Os excluídos da sociedade são os que participam da festa e conseguem desfrutar da alegria da novidade trazida por Jesus. Deus não desiste de seu convite e não fica com um olhar que diferencia uns de outros. Todos somos iguais na festa de Deus. O reino não tem distinção de pessoas. Diante do convite de Jesus para a festa, podemos nos perguntar onde nos posicionamos. Podemos pensar que, na nossa vida, já estamos realizando o melhor, que nosso estilo de vida já é resposta ao convite de Jesus. Rejeitamos o convite porque estamos muito ocupados em outras coisas? Ou classificamos as pessoas como boas e más, mais religiosas ou menos religiosas, mais perto ou mais longe do Reino? Somos capazes de ir às encruzilhadas dos caminhos para convidar aqueles que estão à margem para participarem conosco da Comunidade? Neste simbolismo da festa casamento, Jesus indica que em Deus a festa que não tem fim. Mas participar desta festa tem uma condição, é preciso usar o “traje de festa”. O Que significa isto? Quanto mais uma pessoa valoriza uma festa, mais se preocupa em colocar suas melhores roupas. A melhor forma de participar será revestir-se dos mesmos sentimentos de quem organiza a festa. Então o “traje de festa” é ter uma mentalidade aberta a todas as pessoas, sem discriminação nem exclusão de ninguém. O “traje da festa” é ser como Jesus foi, cheio de amor e de misericórdia, sempre pronto para servir a Deus. Desta forma podemos participar da mesa do Banquete, comungando com os mesmos sentimentos e pensamentos de Cristo Jesus. Jesus é a festa de Deus, no meio do povo. Sejamos como Jesus, amemo-nos uns aos outros. ORAÇÃO Senhor que meu coração saiba amar, que minhas saibam ajudar, que meus pés saibam caminhar com aqueles que precisam e assim, com todo meu ser eu possa te encontrar em meus irmãos e irmãs. Amém. AGIR Faça tudo para que a fé na graça de Deus seja sempre uma força renovada e renovadora em você. Pe. Adilson Schio, ms
A PEDRA REJEITADA É AGORA A PEDRA ANGULAR.
Vale a pena ler duas ou três vezes essa passagem do Profeta. Ler e pensar em cada frase para descobrir o que há de anúncio e de denúncia na profecia de Isaías. No Evangelho Jesus fala de uma conversão necessária para todos, especialmente para aqueles que se diziam já salvos “pela lei”. Os sumos sacerdotes e anciãos do Templo, ao responderem a pergunta que Jesus lhes faz, condenam-se a si mesmos. A Parábola contada por Jesus fala de uma vinha, do dono desta vinha, dos arrendatários da tal vinha e dos enviados do dono da vinha aos arrendatários. A Parábola termina com uma pergunta de Jesus e a conclusão do Mestre sobre a quem pertence o Reino de Deus. MEDITAÇÃO Nossa meditação neste domingo começa pela Segunda Leitura. Estamos refletindo sobre a Carta de Paulo aos Filipenses. Já sabemos que Paulo tinha uma atenção especial a esta comunidade e que os convida, nesta carta, a serem “sempre fiéis ao Evangelho de Jesus Cristo”. Em outras palavras a serem abertos, a estarem atentos, a assumirem na vida pessoal e na vida da comunidade, a Boa Nova de Jesus que liberta e aproxima do caminho para Deus e para o Reino. O trecho da Carta aos Filipenses que temos na Segunda Leitura é quase o final da Carta, portanto onde Paulo expõe algumas recomendações à Comunidade. Depois de fazer menção a alguns nomes, provavelmente de pessoas muito comprometidas com o “anúncio de Jesus Cristo”, Paulo abre o seu coração para transmitir a todos a paz que vem de Deus àqueles que se fazem seguidores de Jesus. Assim Paulo fala desta paz: “Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças. E a paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará os vossos corações e pensamentos em Jesus Cristo”. Paulo está dizendo que a alegria cristã tem sua origem e se baseia naquilo que Jesus conquistou para toda a humanidade com a doação da sua vida, isto é, a salvação de todos na graça de Deus. Um Deus aberto às suplicas do seu povo e um Deus que inunda de paz a vida, mesmo se o entendimento humano não a possa compreender. A bondade se faz presente no coração daqueles que confiam em Deus. A recomendação de Paulo aos Filipenses destina-se também a nós, igreja-comunidade de hoje. Viver em Jesus e com Jesus é ter a certeza de que Deus está em nossa vida. Mas, é preciso estar atento, o Deus que nos enche de esperança, muitas vezes não é o Deus do nosso pensamento ou das nossas vontades, mas é o Deus anunciado por Jesus na sua Boa Nova, por isso a fidelidade ao anúncio de Jesus é que nos fará viver na paz de Deus. Assim diz Paulo: “ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, amável, honroso, tudo o que é virtude ou de qualquer modo mereça louvor”. Pois é justamente neste ponto que podemos “entrar” na história que Jesus conta no Evangelho: a parábola deste Domingo é certamente uma alegoria sobre a História da Salvação. “Os mensageiros” são os profetas que foram maltratados e mortos pelo povo de Israel, culminando com Jesus, como o Filho. “O Reino” provavelmente se refere à promessa da bênção para um novo tempo, desejo sempre anunciado pelos Profetas e por Jesus. “O Povo” se refere à Igreja que no caso, para Mateus, era composta principalmente de judeus-cristãos e de gentios convertidos, que juntos formam o novo Povo de Deus, o verdadeiro Israel. A conclusão da Parábola é muito interessante. A resposta dada à pergunta de Jesus, por parte dos sumos sacerdotes e dos anciãos, baseada unicamente na Lei, diz que aqueles que mataram os empregados e até o filho do dono da vinha, também terão a mesma sorte como consequência de suas atitudes. Mateus, porém, não diz que justamente esse será o fim dos “maus arrendatários da vinha”. Mateus não diz que eles serão mortos, mas que deles será tirada a promessa da bênção, deles será tirada “a vinha”, isto é, a realização do Reino, e será dada àqueles que produzam bons frutos e que estejam dispostos a oferecer ao Senhor, os frutos produzidos, e que acolham, de coração aberto e convertido, o “filho” que o “senhor da vinha” enviar. Em fim, a Parábola de hoje nos convida a uma conversão sincera, naquele mesmo horizonte do convite de Paulo dirigido aos cristãos de Filipos: “ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro...”. ORAÇÃO Rezemos com o Salmo Responsorial: “Voltai-vos para nós, Deus do Universo! Olhai dos altos dos céus e observai. Visitai a vossa vinha e protegei-a. Foi a vossa mão direita que a plantou. Protegei-a”. Amém. AGIR Procure ser mais atuante na sua comunidade, sendo testemunho de alguém que aceita plenamente Jesus como Mestre e Senhor. Pe. Adilson Schio, ms
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Pe. Adilson Schio Ms
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