SENHOR, SOMOS OBRAS DE TUAS MÃOS...
mulheres para ser a mãe do Salvador. Com estes exemplos de vida e confiança nas promessas de Deus, iniciamos a nossa preparação para celebrar Jesus, o Filho do Deus Vivo, nascido entre os pobres para trazer a todos a graça salvadora de Deus. MEDITAÇÃO Na Segundo Leitura, tirada da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, podemos perceber uma grande referência para o “sentido” da nossa espiritualidade neste Tempo de Advento: “Em Cristo fostes enriquecidos em tudo pela graça de Deus”, e é justamente nesta graça onde reside a força para permanecermos perseverante até o “dia de Nosso Senhor Jesus Cristo” (2ª Leitura, v. 8). A perseverança na Carta de São Paulo aos Coríntios é acima de tudo uma graça capaz de gerar testemunho e firmeza; algo capaz de fazer vencer toda angústia e todo medo. Esta perseverança é associada por Paulo à ideia de fidelidade à Deus e ao seu Cristo. É aqui que está um dos grandes fundamentos da nossa fé: ao crer naquele que foi enviado, esperamos com fidelidade criativa a realização das promessas daquele que O enviou. A espiritualidade deste tempo de advento pode ser para mim, para você e para toda a comunidade cristã um grande momento de nos aproximarmos de Deus com fidelidade e perseverança. O que estas duas atitudes exigem de cada um de nós? O que é ser fiel a Deus e perseverante no caminho de Jesus?... A profundidade da nossa vivência espiritual do Advento pode nos aproximar, a cada domingo, da resposta a estas perguntas, pois é na vigilância que encontramos o rosto do verdadeiro Deus da paz. Nesta fonte inesgotável de vida que é o Evangelho de Marcos, começamos a descobrir com o Evangelista, quem é Jesus. O Capítulo 13 de Marcos pode até nos dar a impressão de um Jesus sem piedade e que não acredita na força dos seus seguidores, já que neste capítulo Jesus começa a falar do fim das coisas e das atitudes que devemos ter para “reconhecer” os tempos últimos. O uso de expressões como: cuidado, vigiai, não sabeis a hora, para que quando o dono da casa voltar não vos encontre dormindo, vigiai..., pode nos dar a impressão de um Jesus descrente na nossa perseverança, que sabe que seremos fracos e por isso nos quer alertar que a atitude mais necessária é aquela da “vigilância mesmo que por medo” de perder a hora final. Mas, se lermos bem o contexto das palavras de Jesus veremos que Ele está indicando uma das atitudes que, para o Evangelista Marcos, é a mais importante para descobrirmos por nós mesmos que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. Jesus não diz quando ou como acontecerá o fim deste tempo e o começo de um novo tempo, mas indica como o verdadeiro discípulo deve viver: esperando com atenção. Só assim o discípulo evitará de se acomodar na situação presente e não desanimará, achando que o projeto prometido por Jesus é difícil, distante e impossível. Para Marcos, tudo se torna realizável na confiança fiel que produz a perseverança em Deus e nas suas promessas. Pois então, comecemos assim este Tempo de Advento e estaremos realizando uma grande preparação para o Natal deste ano. ORAÇÃO Salmo 79: “Voltai-vos para nós, Deus do universo! Olhai dos altos céus e observai. Visitai a vossa vinha e protegei-a. Foi vossa mão direita que a plantou; protegei-a, e ao rebento que firmastes! Pousai a vossa mão por sobre o vosso protegido, o filho do homem que escolhestes para vós! E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus! Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome! AGIR Não esqueça de fazer o seu propósito de oração para o Tempo do Advento. Pe. Adilson Schio, ms
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FOI A MIM QUE O FIZESTES.
situação, mas não desanima e nem se desespera. Ele se torna portador da mensagem de esperança em Deus ao profetizar dizendo que uma “novidade radical” está por acontecer e que tudo será reconstruído na base da justiça e da fraternidade. Esse novo tempo será de liberdade e de vida, diz o Profeta. Na Segunda Leitura, da Carta aos Coríntios, temos uma bela expressão que sai do coração de São Paulo e revela toda a sua esperança na ação da comunidade cristã: “para que Deus seja tudo em todos”. É com esta finalidade que Cristo veio até nós para trazer-nos a vitória de Deus na ressurreição. MEDITAÇÃO Neste dia de solenidade litúrgica a Igreja reza um belo hino ao iniciar as celebrações de Jesus Cristo, Rei do Universo. Assim se canta na Oração das Laudes: “Eterna imagem do Altíssimo, sois Deus de Deus, Luz da Luz. A vós a glória, o poder. Redentor nosso Jesus. Sois vós o Centro e esperança da história, antes dos tempos. Vós imperais sobre tudo, reinai também sobre nós”. O Evangelho de São Mateus nos oferece uma imagem do juízo final que suscita entusiasmo: Cristo voltará na glória, com todos os seus anjos. A cena que se revela aos nossos olhos pela meditação do Evangelho de hoje destaca uma particularidade: Jesus Cristo não é um juiz como aqueles que conhecemos, mas ele é um pastor que sabe como separar as ovelhas e os cabritos, isto é, os bons e os maus, ou então aqueles que foram fiéis e aqueles que não seguiram o caminho do Reino. Aos fiéis ele dirá: “vinde benditos do meu Pai, recebei como herança o Reino que meu Pai preparou desde a criação do mundo” (v. 34). O julgamento final não será feito de normas e leis, de códigos estabelecidos pelos homens, mas de uma relação entre o pastor e o seu rebanho, onde o reconhecimento e a misericórdia estão acima de qualquer outra regra que possa libertar ou condenar. Jesus Cristo, Rei do Universo, é o Jesus Pastor, cuja voz conduz as ovelhas para um amor fraterno entre si e com Deus. Portanto Jesus não é um Rei de coroa e majestade, mas de amor e compreensão. No julgamento final, Cristo não faz outra coisa que tornar evidente as escolhas que cada um fez na sua vida, libertando-se do egoísmo individualista e do fechamento em si mesmo para abrir-se e doar-se aos outros. É interessante perceber como em todo o seu Evangelho Mateus fala de Jesus como “o Deus conosco” e como ele insiste em nos dizer onde devemos e podemos encontrar Jesus. O mistério da presença de Jesus na humanidade não é algo do passado, somente daquele tempo, mas muito atual na vida diária: Jesus é um irmão que está presente na vida de cada ser humano, especialmente naqueles que mais precisam da ação humanitária e caritativa de todos nós. Na festa de hoje se pode dizer com toda a força de verdade, aquele ditado que costumeiramente dizemos: No Reino de Jesus “ninguém é tão pobre que não tem nada para dar e ninguém é tão rico que não tem nada a receber”. No Reino onde Jesus é o Rei-Pastor, todos são iguais e o valor de cada um está em ter um coração humilde, em saber servir aos irmãos, fazendo deste serviço um significado de fé para a vida. Vale a pena retomar e refletir novamente o último verso do hino que lemos no início desta reflexão: “Vós, Jesus, imperais sobre tudo, reinai também sobre nós”. Nós somos de Jesus, hoje e por todo o sempre. ORAÇÃO Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não crido, consubstancial ao Pai. Por ele todas as coisas foram feitas. Amém. AGIR Pergunte-se: Será que Jesus é o centro da minha fé? Pe. Adilson Schio, ms
SOIS FILHOS DA LUZ E FILHOS DO DIA.
que abre o caminho para o homem, se destacam os valores da justiça e da honra como portadores de prosperidade e de vida. Na Parábola que começa falando do patrão que foi viajar e chamou seus empregados, Jesus conta aos discípulos a história dos talentos recebidos e do que cada um fez com aquilo que recebeu. MEDITAÇÃO Muitas são as “portas” para entrarmos na compreensão da Parábola que Jesus conta. Podemos olhá-la a partir dos talentos e dizer que eles são aquilo que Deus acrescenta à nossa natureza pela sua graça e espera que cada um de nós possa fazê-los crescer para o nosso bem e o bem do mundo. Outro olhar pode ser aquele que busca ver a ação distinta de cada um dos três empregados como características que encontramos no nosso meio quando nos referimos à nossa vida em comunidade, isto é, temos pessoas que tem criatividade, outras que tem dedicação e temos também outras que vivem o medo de assumirem a mensagem do amor por medo de “perder” algo de si em função do bem dos outros. Podemos olhar ainda a Parábola contada por Jesus a seus discípulos com um olhar voltado para o patrão que, a princípio, confia em seus empregados a ponto de lhes dar seus talentos, mas que é implacável quando os chama para que rendam contas daquilo que receberam. São todas formas de olharmos essa Parábola que só por este fato podemos concluir que ela tem muito a nos ensinar. Hoje vamos analisar esse texto a partir da pequena frase que está no versículo 15 e que diz que a cada um foi dado de acordo com a sua capacidade. Para isso devemos olhar o texto no contexto do Evangelho de Mateus. Em Mateus este texto situa-se no último grande discurso de Jesus, é o discurso sobre o fim dos tempos e das coisas. O tema básico neste discurso é sempre a vigilância, o estar atento e o agir bem pois não se sabe a hora que o Senhor virá. Mateus fala desta temática da vigilância falando dos sinais dos tempos, mas também apresentando algumas parábolas que fazem com que o seu leitor reflita e se posicione diante da vinda de Jesus. Fica claro naquilo que Mateus quer dizer à sua comunidade que não basta estar preparado, esperando com passividade a manifestação de Jesus, mas é preciso se meter na ação, lançar-se, arriscar-se para que os dons recebidos cresçam e se transformem em frutos. E tais frutos são aqueles relacionados com o Reino de Deus que mesmo sendo uma pequena semente, pode crescer no compromisso que cada um assume com Deus. Os dons para este crescimento são sempre confiados pelo Pai e dados na justa medida das capacidades pessoais. É na união dessas capacidades e desses dons que o Reino cresce. A dinâmica do crescimento da mensagem que Jesus confiou à comunidade dos discípulos e hoje confia a todos nós, não está na matemática apresentada na parábola, ou no cálculo financeiro que se pode fazer a partir do rendimento de juros e de lucros, mas o crescimento da mensagem está em perder o medo do outro e juntos, como comunidade que assume a mensagem do Mestre, fazer a vontade de Deus crescer no coração de todas as pessoas. É na união de todos os talentos recebidos segundo as próprias capacidades que se completa a tarefa do anúncio da Boa Nova. A partir desta história que nos leva a refletir também em nosso compromisso com o Reino, podemos nos perguntar se na nossa união comum fazemos crescer a vontade de Deus ou a escondemos do mundo e das pessoas? É a Segunda Leitura que pode nos indicar a razão e o caminho para agir em vista do crescimento do Reino. Diz São Paulo: “vós sois filhos da luz e filhos do dia”. Nós não somos da noite nem das trevas, por isso precisamos, na vigilância, confiarmos tudo o que temos, somos e recebemos ao Senhor para que Ele realize através de nós e de nossos talentos a obra que desde sempre Ele pensou para toda a humanidade, isto é, o seu Reino, onde Ele será o nosso Deus e nós seremos o seu povo, para sempre e por toda a eternidade. Vivamos a graça dos dons recebidos em função do Reino, pois somos todos “filhos da luz”. ORAÇÃO Faça Senhor, que eu cresça no serviço aos meus irmãos e na tua graça os meus talentos sirvam para fazer crescer o teu Reino no meio de nós, na certeza de que Jesus dá a cada um de nós, segundo as nossas capacidades. Amém AGIR Procure pensar no como você está usando os dons da graça de Deus na sua vida. Pe. Adilson Schio, ms
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Pe. Adilson Schio Ms
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