por outra descobre que a força de Deus é invencível: “Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes de saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz profeta das nações” (1ª Leitura, v. 5). No Evangelho vemos que a Palavra de Deus não é escutada quando anunciada por Jesus. Desde o início de seu ministério, Jesus experimenta a rejeição e a hostilidade justamente da parte daqueles que o viram crescer na experiência de Deus. Verdadeiramente esta será a realidade da vida do Cristo até o momento do seu Calvário. Aos discípulos do Senhor, também expostos à rejeição, ao insucesso, à marginalização e à solidão, São Paulo, no seu celebre Hino à Caridade (2ª Leitura), assinala como ponto de referência do seu testemunho pessoal de Cristo, o carisma maior e a vida mais sublime: a fé, a esperança e a caridade. Fé como adesão de amor ao Senhor que faz vencer o medo; esperança que traz coragem aos humildes; e a caridade, a maior das três virtudes, enquanto raio luminoso do amor supremo de Deus. São estas três virtudes que fazem o coração daquele que crê ser paciente, benigno, constante, generoso e pronto para perdoar. MEDITAÇÃO A história vivida por Jesus, no seu tempo, e contada com tantos detalhes no Evangelho de hoje, se repete na história da fé e do testemunho cristão de muitos de nossos irmãos nos dias de hoje. Quem não se assusta com as notícias de perseguição, martírio e destruição da vida e dos locais de culto e oração daqueles que professam uma religião de seguimento do Cristo, verbo do Pai e autor de toda a vida. A Igreja sofre com aqueles que são perseguidos por causa da fé e que não podem professar publicamente seu testemunho de crentes no Cristo, caminho de fé, de esperança e de caridade. O Evangelho de hoje nos revela uma única e profunda verdade: não existe cristianismo sem perseguição. Esta verdade é presente na história da Igreja desde o tempo de Jesus, passando pela experiência das primeiras comunidades e chega aos nossos dias na incompreensão e na intolerância própria de alguns grupos radicais e poucos abertos a viver a graça de “ser um, na unidade e no coração de um e único Deus”. A mensagem de Jesus é sempre geradora de incompreensão justamente porque é fiel, verdadeira e profética, tendo na sua base a própria tradição do ensinamento sobre a aliança amorosa e misericordiosa de Deus. Como Jesus diz no Evangelho, desde o tempo do Profeta Elias, desde o tempo do Profeta Eliseu e de outros profetas, a mensagem de Deus sempre foi mais aceita e produziu mais frutos naqueles que eram considerados fora do povo da revelação (cf. Evangelho, vs. 25-27). Jesus frente à rejeição das pessoas do seu povo recorda a todos a benevolência de Deus, manifestada naqueles que eram pagãos, como a viúva de Sarepta e Naaman, o Sírio. Diante da realidade de perseguição dos nossos dias e daquela do tempo de Jesus e ao refletirmos o Evangelho de hoje, devemos nos colocar no meio daquele grupo que ao escutar Jesus, se encantava com Ele: “Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca” (Evangelho, v. 22). Certamente para estes que escutavam Jesus e para nós hoje que O escutamos pela palavra do Evangelho, o encantamento com relação às palavras de Jesus acontece porque são palavras que brotam da intimidade que Ele tinha com o Pai, da sua relação profunda com a missão do Reino e pela sua capacidade de compaixão por com aqueles que sofrem. Eis aqui um desafio também para nós: deixarmo-nos encantar por aquilo que Jesus diz e não rejeitarmos sua palavra e sua presença entre nós. ORAÇÃO Salmo 70: Porque sois, ó Senhor, minha esperança, em vós confio desde a minha juventude! Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, desde o seio maternal, sois meu amparo. AGIR Acolha no coração a mensagem da Liturgia da Palavra deste domingo. Reserve um tempo na semana para meditá-la com mais profundidade. Pe. Adilson Schio, ms
0 Comments
Jerusalém, o povo recebe a bênção do Senhor numa solene liturgia da Palavra: - a leitura do Livro da Lei; - a explicação do sentido do que foi lido e; a compreensão a cerca do texto proclamado. Estes três momentos levam necessariamente a três atitudes: - a lágrima da conversão, sinal do perdão de Deus (1ª Leitura, v. 9); - o convite para abrir a boca em sorriso, com cantos de alegria, para celebrar um banquete, porque aquele “era o dia consagrado ao Senhor” (v. 9); e a exortação a repartir com aqueles que nada tem a comida preparada (v. 10). A segunda cena, na Sinagoga de Nazaré, também é feita de uma leitura da Bíblia, agora por parte de Jesus, que lê alguns versículos do Profeta Isaías que anunciam a salvação e a libertação de todo o povo. Depois da leitura todos ficam atentos às palavras de Jesus, mas ele não pronuncia senão uma só frase: "Hoje se cumpriu a escritura que vós acabais de ouvir” (Evangelho, v. 21). Estas duas cenas bíblicas evocam a Cena Eucarística que se perpetua na missa dominical, “Dia do Senhor”, onde se faz a partilha da palavra e do alimento de vida. MEDITAÇÃO A cada Missa nos reunimos para atentamente escutar a Palavra de Deus e por isso mesmo, para fazer desta bela Palavra o nosso caminho de vida, de espiritualidade, de santidade e de salvação. Á luz do Jubileu da Misericórdia somos convidados a formar, mesmo que entre nós existam diferenças e dificuldades, um só povo unido a um só corpo, aquele de Cristo Jesus. O ensinamento de Paulo aos Coríntios (1ª Leitura), deve ser para nós uma inspiração de fé, bem como um compromisso de comunidade. Sermos unidos naquele que em tudo foi semelhante a nós e que tudo deu para nos salvar. Paulo incentiva os membros daquela Comunidade ao seu tempo e a nós hoje, para descobrirmos na humildade e no serviço, o nosso lugar na Igreja e, por conseguinte, na missão de anunciar o Reino de Deus como caminho, verdade e vida. É na sua comunidade de origem, ou como diz o Evangelho, “Na Sinagoga da cidade onde se tinha criado” (Evangelho, v. 16), que Jesus compartilha com todos os que ali estavam a clareza que Ele tem e o “rumo” que quer dar à sua missão. Certamente o Livro do Profeta Isaías não era desconhecido de Jesus e Ele encontrava neste Livro a razão mais profunda de sua atividade identificada em cinco atitudes ou ações: 1ª- “Anunciar a boa notícia aos pobres” – e foi o que ele fez: com palavras e testemunho, anunciou um Deus que escolhe os que este mundo rejeita e a eles promete aliança eterna de vida, alegria e felicidade. 2ª- “Proclamar a libertação aos presos” - e foi o que ele fez: disse a tantos que a lei condenava por estarem presos a seus pecados ou de seus antepassados, que a eles os pecados eram perdoados e que assim poderiam viver e sentir a liberdade de serem “filhos de Deus”. 3ª- “Aos cegos, recuperar a vista” – e foi o que ele fez: Jesus abriu os olhos de tantas pessoas, principalmente com suas Parábolas e comparações, ajudando a todos a enxergarem para além daquilo que as aparências mostravam. 4ª- “Libertar os oprimidos” – e foi o que ele fez: tal como Deus fez quando tirou o povo da escravidão do Egito, Jesus se ofereceu plena e totalmente para que todos os sofredores pudessem recuperar a alegria de viver em comunidade, como membros do mesmo povo e com dignidade igual para todos. 5ª- “Proclamar o ano da graça do Senhor” – e foi isso que ele fez: ao dizer que Deus era Pai e que no amor e na misericórdia Ele acolhia a todos como um “bom pastor que cuida das suas ovelhas”. Jesus anunciou um tempo diferente, um outro tempo, feito na graça de Deus, a partir da vida que se ganha à medida que a doamos pelo bem dos outros. Ele mesmo fez chegar a graça de Deus até nós, morrendo para nos salvar. Pois esta mesma missão de Jesus é também a nossa hoje. Todas as comunidades e cada um nós somos “consagrados e ungidos para a missão do anúncio da Boa Nova do Reino”. Se somos marcados pela fé, não podemos deixar de lado este anúncio. Com Jesus sirvamos ao Pai na mesma missão de vida e de libertação para que a graça do Senhor esteja no meio de nós. ORAÇÃO Salmo 18: A lei do Senhor Deus é perfeita, conforto para a alma! O testemunho do Senhor é fiel, sabedoria dos humildes. AGIR Reze duas ou mais vezes o Salmo Responsorial e faça dele uma oração para esta semana que apenas está por começar. Pe. Adilson Schio, ms
Na tradição profética o vinho é um símbolo que sintetiza todos os dons que Deus (o esposo) dá a Israel (a esposa) na aliança. Jesus portanto se revela afirmando, com o dom do vinho novo, que é Nele que se realiza plenamente a Aliança. Assim, torna-se verdadeira a palavra de Isaías (1ª Leitura): “como a noiva é a alegria do noivo, assim também tu és a alegria de teu Deus” (1ª Leitura, v. 5). Dando-nos o vinho novo do Reino, Jesus nos dá a possibilidade de vivermos a alegria que vem da mesma comunhão a que somos chamados por Deus. Semelhante alegria àquela que surge na festa de Caná depois que houve mais vinho, e bom vinho, jà que a festa corria o risco de dramaticamente terminar pois não havia mais vinho (v. 3). “Um só é o Espírito... um só é o Senhor”, proclama Paulo na 2ª Leitura, e cada dom que nos vem de Deus é sempre para uma só comunhão entre todos nós, fazendo assim filhos escolhidos e amados. MEDITAÇÃO O Evangelho deste domingo narra o primeiro dos sete “sinais” que João apresenta em seu Evangelho para nos dizer quem é Jesus e qual é a sua missão. Portanto devemos ler, refletir e meditar este texto como um caminho que nos ajuda a descobrir Jesus, sua pessoa e sua relação com o mundo e com os planos do Pai. Assim, estes “sinais” revelam não só que Jesus vem como messias enviado por Deus, mas mostram igualmente que Deus está em Jesus. Isto é, a ação de Jesus é sempre uma ação pelo Reino prometido por Deus e anunciado pelos profetas. Reino que será definitivamente instaurado entre nós pela morte e ressurreição de Jesus, “quando chegar a sua hora” (cf. Jo 17,1). Como em todo o seu Evangelho, este texto de João, pela maneira como é escrito e pelas pequenas características que nos apresenta, seja com relação aos personagens, seja com relação a ação deles na história contada, nos desafia a ver para além daquilo que as coisas parecem ser e dizer. João ao falar de Jesus deixa sempre um grande espaço para que o seu leitor descubra por si toda a verdade humana e divina do Mestre. O objetivo de João a nos falar dos sinais de Jesus é também o de fazer com que aumente em nós a fé no Cristo e que tal fé seja algo bem concreto no coração daqueles que fazem parte da “Comunidade do Discípulo Amado”, portanto também em nós hoje. Este Evangelho quer provocar em nós uma opção mais firme e radical com relação àquele que veio para nos devolver a alegria da aliança, simbolizada no vinho novo servido aos presentes na festa das Bodas de Caná (cf. v. 10). Esta dimensão de uma fé mais profunda é revelada no texto de hoje quando no final o Evangelista confirma a razão de tudo o que aconteceu, dizendo “e os discípulos creram nele” (v. 11). Como primeiro sinal revelador da pessoa de Jesus, João faz questão de apresentar um dos seus temas centrais: “a hora de Jesus” que, apesar de ser justamente esta a resposta de Jesus a sua mãe quando esta diz a Ele que não havia mais vinho para a festa – “Mulher, a minha hora ainda não chegou” (v. 4), a Mãe carrega em si a certeza de que aquele era o momento de seu Filho e, não obstante tal resposta, diz aos que serviam “fazei tudo o que ele vos disser” (v. 5). É esta mesma atitude que Maria pediu àqueles nas Bodas de Caná, que hoje se repete aos nossos ouvidos como um novo pedido daquela que esteve com Jesus desde o início dos sinais que o revelaram como o homem da “nova e eterna aliança” até o último momento de sua vida, quando “chegada a sua hora”, ao pé da cruz, foi constituída mãe de todos os discípulos amados por Jesus. O Evangelho de hoje nos desafia a sermos servidores do vinho novo; servidores do Reino anunciado como fruto da nova aliança; servidores renovados na fé e no compromisso de fazer em nossa vida, tudo aquilo que Jesus nos disser. Escutemos pois, com atenção, a palavra de Jesus e façamos dos seus “sinais” que tudo transformam, a verdadeira fonte da nossa fé e da nossa esperança. Se os seus discípulos creram nele, acreditemos também nós, com mais profundidade e convicção, pois Jesus não deixa faltar a alegria do amor de Deus na festa da nossa vida. Acreditemos ainda mais em Jesus, o Messias das novas coisas. ORAÇÃO Salmo 95: Cantai ao Senhor Deus um canto novo, cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! Cantai e bendizei seu santo nome!. AGIR Expresse a sua alegria na comunidade. Viva intensamente a graça de ter Jesus por você. Pe. Adilson Schio, ms
como o centro de aliança do povo, luz das nações” (v. 6). É nesta mesma perspectiva que podemos meditar naquilo que Lucas escreve no Livro dos Atos dos Apóstolos (2ª Leitura), narrando o fato de Pedro, tomar a palavra e revelar àquele pequeno grupo que se reuniu para ouví-lo, todo o seu entendimento da revelação: “De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença” (v. 34-35). O desejo de Deus de fazer chegar a todos o conhecimento do caminho da salvação que, como lemos, inclui a todos e não exclui ninguém, se realiza plenamente no anúncio de Jesus Cristo que, ao receber um batismo de conversão e penitência, como aquele realizado por João Batista em sinal de um outro batismo, no “Espírito Santo e no fogo” (Evangelho, v. 16), é confirmado como o “Filho muito amado do Pai” (v. 22). Toda a narração do Evangelho de hoje revela uma cena envolvida num contexto de oração. É neste “ambiente” comunitário e profético, já que a cena começa fazendo referência a João Batista e o povo que ia até ele, portanto é neste ambiente de “espiritualidade batismal”, que o Espírito Santo vem a Jesus e uma voz do céu confirma o Cristo na sua missão de Filho de Deus, para anunciar o Reino desde sempre prometido. MEDITAÇÃO A nossa vida de fé tem sua origem “nas águas do nosso batismo”, portanto nossa fé não se baseia sobre nós mesmos, mas na graça da Trindade e na força do Cristo, pois ele é o sinal mais visível da imensa misericórdia de Deus por nós e do como o Senhor nos quer renovados para assumirmos plenamente os compromissos da fé, unânimes no seu seguimento. Assim o nosso batismo é porta que se abre para a possibilidade de conversão e de mudança, sempre a partir da graça, no amor e na misericórdia de Deus. Batizar significa “imergir” na água. Quem é batizado é criatura nova em Cristo (cf. Rito do Sacramento do Batismo) e se torna “Filho da luz”. A Igreja diz que o Batismo nos introduz no Corpo da Igreja, nos faz membros do povo santo de Deus e, como povo a caminho, sabemos que a fé nos vem transmitida de geração em geração, através daqueles que se fazem batizar por aceitarem uma missão: “servir dando testemunhando a vida plena que nos vem de Deus que é Pai”. No Batismo de Jesus, nas margens do Rio Jordão, é revelado o Filho amado de Deus que veio ao mundo, enviado pelo Pai, com a missão de libertar todas as pessoas do peso da morte e do pecado. Jesus se fez um de nós, partilhou da fragilidade humana para libertar-nos de tudo o que nos afasta de Deus. Jesus é o “Messias” sobre o qual repousa o Espírito e fim de tornar nova e definitiva a aliança de Deus. Para Lucas, João Batista é a última testemunha de um tempo que estava por terminar, o tempo da antiga Aliança (cf. Lc 16,16), portanto, a vinda de Jesus significa o começo de um tempo novo, o tempo em que o próprio Deus vem ao mundo, feito pessoa humana, para oferecer à humanidade a vida na sua plenitude. Nesta bela narração do batismo, revela-se nas palavras do Evangelho de hoje, de um modo espiritualmente profundo e envolvente, a missão específica de Jesus, bem como a sua verdadeira identidade. O texto diz: tendo recebido o batismo, “enquanto rezava, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre Jesus em forma visível, como pomba. E do céu veio uma voz: Tu és o meu Filho, em ti ponho o meu bem-querer” (v. 21-22). Jesus é o Filho, que ungido pela presença do Espírito, terá a missão de anunciar o Reino do Pai. Celebremos neste Domingo a graça do Sacramento do Batismo na Igreja, e que nossa prece possa ser para que cada vez mais sejamos fiéis aos nossos compromissos de batizados, na força de Deus que nos une em um só povo, em uma só nação, numa única e permanente certeza: vivemos o tempo da plena confiança no Senhor, pois Ele continua agindo no meio de nós, através de seu Filho Jesus, a quem queremos escutar. ORAÇÃO Salmo 28: Que o Senhor abençoe com a paz, o seu povo. AGIR Renove, num momento de profunda espiritualidade, com suas próprias palavras, o Batismo que você recebeu. Pe. Adilson Schio, ms
UMA ESTRELA IA ADIANTE DELESLEITURA A Igreja recorda na Celebração Litúrgica deste domingo, a Epifania do Senhor, isto é, a manifestação de Jesus ao mundo inteiro. Os Magos que o visitam em Belém, guiados pela estrela desde o Oriente (Evangelho), representam todos os povos e nações que se põem a caminho para encontrar Jesus e adorá-lo na sua simplicidade e ao mesmo tempo na grandiosidade do seu nascimento. Portanto, a liturgia deste domingo celebra a notícia de Jesus que chega a todos os confins da terra. O Menino que estava com sua mãe (Evangelho, v. 11) e que os Magos viram e adoraram, é a “luz” que se acende na noite do mundo e da história humana, e que faz com que todos os povos se voltem para aquela singela esperança, prometida por Deus e realizada entre os pequenos desta terra. Na Primeira Leitura, do Livro do Profeta Isaías, vemos o Ele manter sempre viva a esperança do seu povo com palavras de encorajamento: “Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor” (1ª Leitura, v. 1). Aos Efésios, Paulo manifesta o “mistério” escondido desde séculos: todos participam da salvação porque todos são “associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho” (2ª Leitura, v. 6). MEDITAÇÃO Jesus é a luz que ilumina todas as pessoas e a pessoa toda. Nesta pequena e única frase podemos resumir a grandeza da espiritualidade que celebramos neste domingo da Epifania do Senhor. Se a humanidade estava inundada nas trevas da incerteza, agora que Jesus é manifestado aos povos, torna-se a certeza de que uma luz nova se ascende para aqueles que a querem e a desejam encontrar, tal como o foi para os Magos vindos do Oriente. Será igualmente luz nova para todos os que não se escandalizam ao ver que a força de Deus foi depositada num pequeno recém-nascido da cidade de Belém, pois é dali que, como diziam as profecias, “sairá aquele que será o pastor de Israel” (Evangelho, v. 6). É muito significativa a maneira como Mateus usa de diversos símbolos e imagens bem expressivos para os primeiros cristãos, para nesta cena da visitação dos Magos, apresentar Jesus como o enviado de Deus Pai, que vem oferecer a salvação a todas as pessoas desta terra. Entre estes símbolos e personagens podemos destacar em especial a “estrela” que apareceu no céu e que conduziu os Magos para Belém. A tradição judaica sempre anunciou o Messias esperado como a “estrela que surge de Jacob” (cfe. Nm 24,17). Assim Mateus reforça para a sua comunidade que ali, naquela casa, entre sua mãe Maria (cfe. v. 11), está o Messias, estrela esperada e anunciada pelos profetas como uma promessa de salvação da parte de Deus. Quem indica o caminho é a estrela, mas quem faz o caminho são os Magos. Mateus não fala em Reis Magos, mas em Magos que, na catequese do Evangelho de Mateus, representam os povos sobre os quais nos fala a Leitura do Profeta Isaías (1ª Leitura). São estes povos que “reunidos, vem a ti [Senhor]; teus filhos que vêm chegando de longe com tuas filhas, carregadas nos braços” (1ª Leitura, v. 4). Todos caminhantes, a busca de encontrar a luz salvadora de Deus que brilha entre as trevas como o mais profundo e mais verdadeiro sinal de uma nova esperança. Atentos aos sinais, nós também hoje temos necessidade de encontrar Jesus e de fazer dele a nossa luz. Luz da nossa vida e da nossa caminhada para o Reino do Pai. Luz que nos convida a percorrermos o caminho da salvação. Luz que nos aponta para Deus, Senhor da vida, Pai de toda e definitiva aliança. É a este Jesus que nós oferecemos tudo o que temos e somos, mesmo que nossa oferta seja apenas um pouco de ouro, incenso e mirra. ORAÇÃO Salmo 71: Nos seus dias a justiça florirá e grande paz haverá, até que a luz perca o brilho! De mar a mar estenderá o seu domínio, e desde o rio até os confins de toda a terra. AGIR Como os Reis, tenha sempre uma atitude de adoração para com Jesus. Pe. Adilson Schio, ms
|
Pe. Adilson Schio Ms
|