A Primeira Leitura de hoje, juntamente com o Evangelho, narra um evento histórico em toda a sua dinamicidade: A ascensão do Senhor acontece quarenta dias depois da Páscoa, e este é um período simbólico para aqueles que acreditam no Senhor, porque evoca os quarenta anos do Povo de Deus no deserto. Agora não celebramos mais a passagem do Egito antigo à terra prometida, mas a passagem da comunidade que vivia na presença do Cristo para a comunidade que vive em torno da presença sacramental do Senhor, memória de eterna aliança. Se naquela passagem do deserto foi necessário confiar nas promessas de Deus, agora somos convidados a vivermos com uma fé perseverante que nos faz testemunhas do Cristo vivo e ressuscitado. Na Segunda Leitura, Paulo pede um espírito de sabedoria para os que creem, a fim de que eles possam conhecer em profundidade o mistério de Cristo e compreendam a que esperança foram chamados. MEDITAÇÃO Celebrar a Ascensão do Senhor é completar o mistério de Cristo morto e ressuscitado, na sua plenitude. No ensinamento e na espiritualidade daquilo que hoje celebramos, está a palavra PLENITUDE, seja como referência ao tempo certo, seja como referência ao que Paulo escreve aos Efésios, dizendo que “o Cristo foi elevado à plenitude daquele que possui a plenitude universal”. (2ª Leitura, v. 23). Ao celebrarmos a Ascensão recordamos que Jesus está à “direita do Pai”, e continua, ao mesmo tempo, a sua presença na Igreja e entre nós, através do Espírito Santo (cf. Evangelho, v. 49). Tudo está nos planos de Deus. No tempo certo Ele escolheu Maria para fazer vir até nós o seu “Filho único”. No tempo certo o Filho doou sua vida pelo anúncio do Reino do Pai e no tempo certo o Pai e o Filho enviaram o Espírito Santo para fortalecer e dar forma de compromisso evangelizador ao anúncio e ao testemunho daqueles que viveram com Jesus. A atuação divina é sempre assim, transforma o tempo para fazê-lo oportuno à mensagem cristã. Assim a “plenitude” é o que podemos chamar do tempo de Deus (Kairos – o tempo certo de Deus). O Cristo que depois de estar com os seus Apóstolos; de introduzi-los nos caminhos do Pai; de enviá-los em missão pelo Reino; de fortalecê-los pela ressurreição; depois de se fazer ver e sentir por aqueles que o seguiam, aparecendo a eles após a ressurreição e desejando-lhes a paz, este Cristo agora, no tempo certo de Deus, volta ao Pai e transforma toda a sua missão em um compromisso não mais unicamente pessoal, mas também e prioritariamente comunitário. As pessoas que formaram as primeiras comunidades cristãs eram seres humanos como todos os demais. Trabalhavam cotidianamente, viviam como homens, mulheres, crianças e velhos. Conheciam a preocupação e o sofrimento, mas também conheciam a alegria e a felicidade. Elas se perguntavam sobre o sentido da vida e procuravam uma resposta para as questões importantes do existir. E é justamente como resposta de vida que o Evangelho de Jesus chega a todos eles na “plenitude dos tempos”: Deus enviou seu filho, nascido de uma mulher, que viveu a condição humana até a morte, para que assim pudesse resgatar para todos a dignidade de serem chamados “Filhos de Deus” (cf. Ef 4,1). É junto deste Deus, Senhor do tempo certo, que Jesus “está sentado” para que possamos receber “um espírito de sabedoria que nos revele Deus e nos faça verdadeiramente conhecê-lo” (2ª Leitura, v. 17). E que este espírito “abra o nosso coração à luz, para que saibamos a que esperança somos chamados; para que saibamos quanto grande é a glória da nossa herança e quão imenso é tudo aquilo que o Pai fez por nós que cremos” (2ª Leitura, v. 18). Tudo hoje, na Liturgia desta Missa, nos traz a certeza de que no final de um caminho feito de amor e doação, seja o caminho do Cristo, como aquele de cada um de nós que por Ele e com Ele vive, está sempre a vida definitiva na comunhão com Deus. O Evangelho nos fala da bênção que Jesus dá aos discípulos antes de ir para junto do Pai. Bênção que fortalece toda a ação e que confirma que a missão acontece sempre pela graça de Deus. Tudo isso se transforma em alegria, diz o Evangelho (v. 52). A mesma alegria que devemos ter também nós em nossa missão por Jesus nos dias de hoje. Na Festa da Ascensão do Senhor recordemos aquilo que disse Santo Agostinho a cerca de estarmos com Deus: “Tu nos criastes para ti, ó Deus, e nossos corações vivem inquietos enquanto não descansam em ti”. ORAÇÃO Salmo 46: Povos todos do universo, betei palmas, gritai a Deus aclamações de alegria! Porque sublime é o Senhor, o Deus Altíssimo, o soberano que domina toda a terra. AGIR Faça um tempo de “conversa” com Jesus depois de receber a Eucaristia neste domingo. Pe. Adilson Schio, ms
0 Comments
cristãos provenientes do paganismo, os apóstolos e os anciãos decidem, por inspiração e ação do Espírito Santo, de não impor a eles nada mais do que o indispensável. Jesus no Evangelho define o Espírito Santo como o Paráclito, isto é, o Defensor, “aquele que vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito” (Evangelho, v. 26). No momento em que Jesus está para “subir ao céu”, Ele assegura aos Discípulos que estará sempre com eles de um modo muito mais “íntimo” e promete a presença do Espírito Santo a todos os que o amam e seguem a sua palavra, pois a estes “também o Pai que enviou Jesus, os amará” (Evangelho, v. 24). Na Segunda Leitura vemos João nos apresentando a “nova” Jerusalém como a cidade celeste. Lá onde não há mais templo, pois a comunhão com Deus é direta, transparente e sem mediação. O “templo é o próprio Senhor, o Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro” (2ª Leitura, v. 22). MEDITAÇÃO Há dois detalhes muito interessantes na Liturgia da Palavra deste 6º Domingo da Páscoa. Lembremos que a Liturgia nos prepara para a Ascensão do Senhor (próximo domingo) e o grande Domingo do Pentecostes (domingo seguinte). Os dois detalhes aparecem claramente no Evangelho de João: 1º- Quem ama Cristo, guarda a sua palavra e assim será amado pelo Pai que enviou o Cristo e os dois farão nele a sua morada; 2º- O Espírito Santo, que vem do Pai, fará recordar tudo o que já foi dito e será o Defensor. Ele fará com que o coração “não se perturbe e nem se intimide” (Evangelho, v. 27). Estas duas certezas revelam que a espiritualidade deste Tempo Pascal é profundamente cristológica, pneumática (do Espírito) e Trinitária. Viver a espiritualidade pascal em nossos dias significa viver no hoje de nossa história, tal como Jesus viveu, morrer pelas mesmas causas que Jesus viveu, e ressuscitar para a vida nova tal como Jesus a prometeu. Em outras palavras, à luz do Evangelho de hoje, somos desafiados a amar, confiar, permanecer firmes, seguir na Palavra e fazer acontecer a vontade do Pai em nossa vida pessoal, na história humana e em todo o mundo. Há uma beleza espiritual e ao mesmo tempo um desafio para a fé quando João em seu Evangelho nos fala de “guardar a Palavra” como expressão de nossa aceitação do Cristo. Na realidade, dizendo desta forma, o Evangelista está apresentando à sua Comunidade, a dinâmica do receber a Palavra (ter os ouvidos abertos), guardar a Palavra (ter o coração aberto), reconhecer a Palavra (ter a mente aberta) e crer na Palavra (ter uma fé profunda e renovada). Tal dinâmica nos desafia a vivermos plenamente a Palavra anunciada por Cristo, mesmo que não a compreendamos na sua totalidade e na importância que a mesma tem a cada momento de nossa vida e para a nossa fé. É deixar que a alegria de sermos “ouvintes” da Palavra invada todo o nosso ser e nos traga um ardor sempre crescente, pois “as coisas antigas já se passaram, nós agora somos nascidos de novo” em torno da Palavra do Cristo que guardamos em nós como sinal do amor que temos pelo Pai e que o Pai tem por nós. Olhemos o Evangelho de hoje com muita atenção. Jesus, verdadeiro Mestre e verdadeiro Pastor, manifesta o seu amor concreto aos seus Discípulos, e através deles a todos os que creem em seu nome, mediante a promessa do Espírito Santo. Com o “Paráclito”, as pessoas de fé, animadas por este “Espírito defensor” (Evangelho, v. 26), poderão viver com amor, nas suas experiências cotidianas, a palavra e os gestos de Jesus testemunhando a sua presença ressuscitada entre nós. Será o próprio Espírito que nos conduzirá em direção à “nova Jerusalém”, cidade de Deus, que é a imagem da Igreja que caminha em direção à eternidade até que chegue o dia em que o Cristo voltará e nos encontrará alegres porque somos do Pai “e o Pai é sempre maior, até mesmo do Cristo, por causa do seu amor bondoso e misericordioso” (cf. Evangelho, v. 28). Não nos esqueçamos da mensagem da Liturgia da Palavra deste Domingo: para seguirmos por um caminho cristão, é preciso amar Jesus e guardar a sua Palavra no hoje para todo o sempre. ORAÇÃO Salmo 66: Que Deus nos dê a sua graça e a sua bênção, e sua face resplandeça sobre nós! Que na terra se conheça o seu caminho e a sua salvação por entre os povos. AGIR Tenha com você o texto do Evangelho deste Domingo e aproveite outros momentos de oração na semana para relê-lo e refleti-lo. Pe. Adilson Schio, ms
firmes na fé (1ª Leitura, v. 22), não obstante os sofrimentos pelos quais devem passar. De fato, é depois da ascensão do Senhor que se realizará o “tempo da Igreja”, isto é, o tempo do anúncio, a evangelização, tempo da busca pela salvação que acontecerá até o “final dos tempos” (2ª Leitura) onde veremos o “novo céu e a nova terra” (2ª Leitura, v. 1) como a “morada de Deus entre os homens” (v. 3). É o próprio Cristo que nos dá um mandamento novo: “amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Evangelho, v. 34). Este mandamento é para nós hoje, e será por todo o sempre, a certeza de que estamos no caminho de uma vida cristã construída a partir da palavra do Cristo, Mestre e Senhor. MEDITAÇÃO Como amar? Amar, sempre, amar por amor à vida e à Cristo? Como não perecer na falta de amor ou na ilusão de que não há amor verdadeiro? Qual é a verdadeira medida do amor? Certamente estas perguntas todo cristão já se fez, pois o mandamento novo do amor, que nos vem do próprio Cristo, se torna a cada tempo um desafio para as pessoas que escutam a palavra de Jesus e a querem por em prática. Jesus amou. Amou por inteiro. Amou por amor e o fez promovendo a vida e a esperança das pessoas. Amou com a própria vida, entregando-se a si mesmo por este amor diferente e profundo. Se a meditação da Liturgia da Palavra deste 5º Domingo da Páscoa nos coloca algumas questões fundamentais para o nosso testemunho cristão nos dias de hoje, ela também nos apresenta uma resposta mais que convincente para tais perguntas: a medida última do amor é o próprio Cristo Senhor. Ele que na Última Ceia, antes do sofrimento da paixão, no contexto de despedida dos Discípulos, deixou a eles um só e único mandamento: “amar uns aos outros”, tal como Ele mesmo nos amou. Trata-se de um amor diferente, muito mais que generoso e sentimental; trata-se de um amor que promove e revela a profunda fraternidade que existe entre aqueles que são de Cristo e doam a vida pelo seu Reino. Um amor que “faz nova todas as coisas” (2ª Leitura, v. 5) e que renova toda a esperança que temos em Deus. Um amor que revela o verdadeiro rosto misericordioso e bondoso de Deus. Um amor que destrói todo o “velho mundo e o velho homem” que existe em nós e que nos abre para acolher a vitória de um mundo novo, um mundo onde terá passado todo mal e todo sofrimento, pois Deus estará com seu povo, “Ele enxugará toda lágrima dos olhos do seu povo. A morte não existirá mais, e não haverá mais luto, nem choro, nem dor, porque passou o que havia antes” (2ª Leitura, v. 4). A compaixão de Deus é razão para todo o nosso amor fraterno: se temos um Deus que nos ama, devemos também nós amar, pois será este amor que revelará que somos verdadeiramente discípulos do Senhor. O amor de Cristo é a nossa medida. Como cristãos não somos meros depositários de uma doutrina, ou observadores de algumas normas ou leis, ou simplesmente cumpridores de ritos, mas somos aqueles que, pelo amor partilhado, tornam-se sinais vivos do Deus que ama. Não vemos a Deus face a face, mas Ele pode ser sentido e revelado pelo amor daqueles que na fé amam sem medida e sem reserva. O 5º Domingo da Páscoa nos chama a atenção para a força que tem o amor a partir da vida na fé. Amor pessoal que se torna testemunho em meio às situações do mundo e que por isso mesmo constrói comunidades que também vivem do amor fraterno. Comunidades fortalecidas no Cristo e nos irmãos. Eis o desafio da nossa missão de fé nos dias de hoje. Amemo-nos então, amemo-nos como o Cristo nos amou e assim construiremos verdadeiras comunidades de fé. ORAÇÃO Salmo 144: Misericórdia e piedade é o Senhor, ele é amor, é paciência, é compaixão. O Senhor é muito bom para com todos, a sua ternura abraça toda a criatura. AGIR Ame a sua comunidade. Contribua para que ela seja reflexo do amor de Cristo por nós. Pe. Adilson Schio, ms
isso com sua morte e ressurreição, nos alcança a graça da vida eterna. A Primeira Leitura, dos Atos dos Apóstolos, nos mostra claramente que entre o povo, diante do anúncio dos apóstolos Paulo e Barnabé, há duas atitudes distintas: aqueles que sentem inveja e protestam (1ª Leitura, v. 45) e outros que, permanecendo atentos, se convertem e seguem os ensinamentos recebidos (v. 48). São estes que acolhem a “palavra do Pastor” que estão entre aqueles que serão “abrigados na tenda do Cordeiro e nunca mais terão fome, nem sede. Nem os molestará o sol, nem algum calor ardente” (2ª Leitura, v. 15-16). MEDITAÇÃO Jesus é o Pastor. É à sua voz que as ovelhas ouvem e reconhecem. É a Ele que elas seguem. O Cristo é um pastor que ama as suas ovelhas e dá a vida por elas. Ele dá a sua própria vida pelas ovelhas, como também faz com que elas tenham mais vida, vida plena na graça do Pai. Somos nós, povo fiel, que somos as suas ovelhas. Rebanho reunido em torno da palavra que liberta e da vida que vence a morte. Somos reunidos por causa de um amor maior a Deus e aos irmãos do que a nós mesmos. É por isso que no Evangelho de hoje, Jesus caracteriza as suas ovelhas a partir de três verbos: 1) ESCUTAR: os que escutam a sua voz; 2) CONHECER: os que O conhecem e são conhecidos por ele, que na linguagem do Evangelho de João significa que se sentem amados de verdade; 3) SEGUIR: e os que o seguem. João utiliza estas três expressões para falar que a missão de Jesus é aquela de conduzir o povo para “pastagens verdejantes e para fontes cristalinas, de onde brota a vida em plenitude” (cf. Salmo 22). Para compreendermos profundamente esta ligação que João faz do Cristo como Bom Pastor, devemos retomar o capítulo 34 do Livro do Profeta Ezequiel. Falando ao povo exilado na Babilônia, Ezequiel profetiza dizendo que os que estiveram à frente do povo de Israel, ao longo da história, muitas vezes se transformaram em “falsos pastores”, que conduziram o povo por caminhos desviados do caminho de Deus. Assim profetiza Ezequiel: “Ai de vós pastores que são pastores de si mesmos! Vocês bebem o leite, vestem a lã, matam as ovelhas gordas, mas não cuidam do rebanho. Vocês não procuram fortalecer as ovelhas fracas, não dão remédio para as que estão doentes, não curam as que se machucam, não trazem de volta as que se desgarraram e não procuram aquelas que se extraviaram...” (Ez 34,2-4). Porém, diz o Profeta, o próprio Deus vai assumir a condução do seu povo (Ez 34,11). Ele colocará “à frente de seu povo um bom pastor” (o Messias), que livrará o povo da escravidão e o conduzirá à vida plena. Para João, não há dúvida que esse Pastor, diferentemente dos outros falsos pastores de Israel, é o próprio Cristo Jesus. É Ele que em sua ação faz o bem a todos e manifesta o plano salvador de Deus como um plano de vida eterna e plena àqueles que o seguem. Assim, para sermos do rebanho do Senhor, devemos escutá-lo, deixando-nos converter por suas palavras a ponto de querermos segui-lo no caminho que nos leva ao Pai. Isto significa que fazer parte do rebanho de Jesus é aderir a Ele, comprometer-se com Ele e, tal como Ele, doar-se como discípulo numa vida de amor e de serviço, sempre na confiança de que Deus é quem promove a vida para todos. Merece uma atenção especial e uma meditação mais profunda, o final do Evangelho de hoje cujo texto apresenta uma referência à unidade entre o projeto do Pai e a vida de Jesus: para todos os dois (o Pai e o Filho), o objetivo maior é fazer nascer uma nova humanidade, marcada pela certeza de que “ninguém pode nos arrebatar das mãos do Pai” (Evangelho, v. 29), pois Jesus e o Pai são um (v. 30) por uma vida nova a todos. ORAÇÃO Salmo 99: Aclamai o Senhor, ó terra inteira, servi o Senhor com alegria. AGIR É importante ouvir a Palavra do Pastor. Tenha sempre seus ouvidos bem atentos ao que Jesus quer dizer a você a cada novo dia. Pe. Adilson Schio, ms
sabe, Pedro, ao responder assim, terá recordado a experiência vivida junto ao Lago de Tiberíades, quando – segundo João (Evangelho) – depois de uma noite sem muito sucesso na pescaria, em obediência à Palavra de Jesus Ressuscitado, viu sua rede encher-se de peixe que quase “não conseguiam puxá-la para fora” (Evangelho, v. 6). A obediência à Palavra de Deus preenche a nossa vida daquela alegria e daquela felicidade sobre a qual lemos em diversas passagens do Livro dos Atos dos Apóstolos. É, de fato, uma obediência que se fundamenta na certeza do amor que agora sentimos pelo Cristo Ressuscitado, vivo e presente no meio de nós. Certos desta graça que é presente em todos os cristãos reunidos em torno do seu Senhor, que podemos, como diz no Livro do Apocalipse, elevar o nosso hino de louvor a Deus e ao seu Cristo, “proclamando em alta voz: O Cordeiro imolado é digno de receber o poder, a riqueza, a sabedoria e a força, a honra, a glória e o louvor” (2ª Leitura, v. 12). MEDITAÇÃO A Liturgia da Palavra deste 3º Domingo de Páscoa nos apresenta a fragilidade da vida de Pedro e ao mesmo tempo a força da sua fé. É no exemplo de Pedro que podemos ver o quanto o Cristo, vivo e ressuscitado, acompanha a missão dos seus discípulos. O Cristo sempre será a razão da nossa missão como Igreja. É no caminho iniciado por Ele que continuamos. Há portanto uma profunda e atual mensagem nos textos bíblicos que lemos e refletimos neste Domingo. Tanto o testemunho dos Atos dos Apóstolos (1ª Leitura), como aquele do Evangelho, que narra a terceira aparição de Jesus aos Apóstolos após a ressurreição, todos esses dois testemunhos, nos revelam o quanto nós precisamos nos deixar guiar pela palavra de Jesus para sermos fiéis à missão que por Ele, com Ele e Nele, continuamos a realizar. O Evangelho fala de um grupo de discípulos que está iniciando a sua atividade missionária. O texto apresenta estes discípulos em número de sete. Eles representam a totalidade da Igreja empenhada na missão. Eles são apresentados como aqueles que vão pescar. É a mesma “atividade” para a qual Jesus os convocou: serem pescadores de homens. Pedro está à frente da missão, é ele que toma a iniciativa de ir “pescar” e os outros o seguem. A pesca é feita durante a noite, tempo da escuridão, significa ainda a falta da certeza de que Jesus era presente com eles. O resultado da “pescaria-missão” na noite, isto é, sem Jesus, é um fracasso (v. 3). Quando amanhece o dia, momento da luz e da claridade, Jesus é de pé na margem do Lago (v. 4). Ele não está com eles no barco, a sua ação no mundo agora é feita através da missão dos discípulos. Com o pensamento somente no fracasso da “pescaria-missão noturna” os discípulos não reconhecem Jesus. Mas é o próprio Cristo que lhes dá a indicação de como fazer a “pescaria-missão no dia”, e então a rede se enche de 153 grandes peixes (v. 11), sinal da totalidade e da universalidade da Igreja nascente. O mais significativo é que a rede se enche de peixes na mesma medida em que os discípulos estão abertos para fazer aquilo que Jesus diz que eles devem fazer. É a abertura para acolher a Palavra de Jesus que faz a “pescaria-missão” ser abundante. Isso nos faz refletir que o êxito da missão da Igreja não está tanto no esforço humano, mesmo que este seja digno de louvor e de referência, mas está na certeza da presença viva de Jesus Ressuscitado e na acolhida da sua Palavra missionária. É o Discípulo Amado, aquele que está sempre próximo de Jesus, que experimenta profundamente o seu amor, é ele quem identifica que aquele que “estava de pé na margem e falava a eles” era na verdade o Senhor Ressuscitado (v. 7). Somente quem faz a experiência de Jesus é capaz de perceber o quanto ele é presença na comunidade que O anuncia em missão. É esta experiência de amor e de serviço que Pedro é convidado a fazer em sua vida, para poder ser o animador da comunidade que tem a missão de continuar o anúncio do Reino. Pois, na comunidade de Jesus, o valor fundamental é o amor que nos faz sermos “discípulos em missão” pelos caminhos dos planos de Deus. ORAÇÃO Salmo 29: Cantai salmos ao Senhor, povo fiel, dai-lhe graças e invocai seu santo nome! AGIR Celebre com sua comunidade algum acontecimento da vida cotidiana que você queira agradecer a Deus. Pe. Adilson Schio, ms
|
Pe. Adilson Schio Ms
|