liga ao nosso Deus, é aquela que aprendemos do próprio Jesus, de chamar a Deus e “Abba, Pai” (2ª Leitura, v. 15). O Apóstolo Paulo não hesita em declarar que é o próprio Espírito que recebemos de Jesus que atesta que somos filhos de Deus (2ª Leitura, v. 16). Na Primeira Leitura, do Livro do Deuteronômio, temos três provas da ação de Deus, apresentadas por Moisés, que fazem com que todos fiquem admirados: - o nosso Deus é um Deus criador; - é um Deus que vem até nós e nos escolhe como seu povo; - é um Deus que realiza as suas promessas, por isso a nossa atitude deve ser aquela de “guardar no coração que o Senhor é o nosso Deus... e que não há outro além dele” (1ª Leitura, v. 39). MEDITAÇÃO A Trindade é o mais belo e mais significativo mistério da nossa fé. Como mistério, não devemos nos preocupar em querer entendê-lo ou até mesmo querer saber como explicá-lo, seja por ideias filosóficas ou por comparações. A vida e a fé têm seus mistérios e o da Trindade é um mistério a ser admirado. Deus é Deus e nesta verdade devemos compreender ao mesmo tempo a nossa pequenez diante de tamanha realidade, e a nossa grandiosidade por Ele nos ter escolhido e nos ter feito seu povo, vivendo no meio de nós, pelo Filho e pelo Espírito Sento, como um Deus Conosco, ontem, hoje e sempre. Tal como diz o refrão do Salmo Responsorial da Celebração deste domingo: “Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança”. Esta certeza deve nos bastar para entender a ação de Deus que é Uno e Trino. É esta certeza também que deve ser a base de nossa fé e de nosso relacionamento pessoal com o Pai, o Filho e o Espírito Santo: Ele nos escolheu e nós somos seus, para que Ele faça em nós segundo a sua palavra (Cf. Cântico de Maria, Lc 1,38). Até porque a escolha de Deus sempre respeita a liberdade de cada um. Vemos nos escritos da Sagrada Escritura que Deus faz sempre seu convite de amor através dos fatos da vida, de pessoas enviadas e consagradas à missão e até mesmo pela própria criação, obra de suas mãos. Ele nos faz o convite para nos tornarmos membros do seu povo. O convite é de Deus, a resposta é nossa. Não há como comparar o nosso Deus com outros deuses, diz o Salmo 77, pois o “caminho de Deus é santo, Ele opera maravilhas e resgata o seu povo” (Sl 77, 14-16). O Deus em quem acreditamos é um Deus sempre por nós, que se revela na ação misericordiosa do Pai, na compaixão amorosa do Filho e na presença renovadora e perseverante do Espírito. Assim a Trindade não é um mistério a se decifrar, mas é o abraço feito do mais perfeito amor de um Deus eternamente bondoso, onde podemos depositar toda a nossa esperança. A Celebração da Santíssima Trindade é momento propício para contemplarmos o infinito amor do Pai, que se manifesta na doação e na entrega total do Filho e que continua a nos acompanhar, como povo da esperança, fazendo-nos gente de fé. O nosso caminho neste mundo é aquele de nos aproximarmos cada vez mais do Reino sonhado por este Deus único, onde então seremos plenamente comunhão com a Trindade, comunidade perfeita de vida e de amor. Quanto mais vivermos a nossa vocação comunitária, fazendo nossa fé nos unir com os irmãos, tanto menos necessitaremos de explicações sobre a comunhão trinitária do nosso Deus, pois seremos também nós, com Ele, experiência viva de sua ação que transforma o mundo na grande comunidade dos discípulos marcados pelo batismo, onde Deus estará presente conosco, todos os dias, até o fim do mundo (Cf. Evangelho, v.20). Nós fomos criados na imagem e à semelhança deste Deus que é três pessoas em uma só. Vivamos então plenamente a nossa vocação comunitária e saberemos o que significa dizer que Deus é comunhão perfeita de amor. “Ó Trindade, vos louvamos, vos louvamos pela vossa comunhão, que esta mesa favoreça, favoreça a nossa comunicação”. (CF 1989). ORAÇÃO Salmo 32: No Senhor nós esperamos confiantes, porque ele é nosso auxílio e proteção! Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos. AGIR Hoje faça o Sinal da Cruz “mais demorado”, não como um gesto mecânico, mas como uma fonte eterna de espiritualidade. Pe. Adilson Schio, ms
0 Comments
sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo” (Evangelho, v. 21-22). Os Santos Padres da Igreja, afirmavam que o Espírito Santo é o “ícone” de Jesus para sempre “gravado” na vida dos fiéis. É aquele que reproduz em nós o jeito mais humano e mais divino de Jesus Ressuscitado, portador da vida do Pai para todos. Como diz a Oração do início da Celebração deste domingo de festa litúrgica: “Ó Pai, que no mistério da Festa de Pentecostes, santificai a Vossa Igreja inteira... derramai em todo o mundo os dons do vosso Espírito Santo... e realizais nos corações dos fiéis as maravilhas que operastes no início da pregação do Evangelho”. A Primeira Leitura de hoje é consagrada à narração da passagem dos Atos dos Apóstolos quando, reunidos, eles recebem o dom do Espírito Santo. Paulo, na Carta aos Gálatas, nos desafia a vivermos, com profunda decisão pessoal, a atitude de a cada dia caminhar segundo o Espírito (Segunda Leitura, v. 7). MEDITAÇÃO A certeza da presença do Espírito Santo, força de vida e de missão, na Igreja nascente pela evangelização dos primeiros Apóstolos, era uma realidade que formava o próprio conteúdo da fé que eles professavam. Jesus havia prometido o seu Espírito. Era para isso que Ele voltava para o Pai. Ele, no fazer-se presente em meio à comunidade reunida, portanto uma comunidade que celebrava a vida e a fé, com a presença de cada um dos seguidores, ao fortalecerem-se mutuamente na partilha do pão e da palavra e ao fazerem memória do Cristo, especialmente do Cristo pastor e Filho do Deus único, que anunciou a verdade a todos como um “profeta poderoso em ação e palavras, diante de Deus e de todo o povo” (passagem dos Discípulos de Emaús); a esta comunidade desafiada pelo tempo, pelas circunstâncias e pela situação de ter que ser “evangelizadora”, na expressão mais profunda do termo, isto é, no anunciar o tempo da graça, perdoando os pecados e dizendo que o Reino de Deus estava próximo; a esta comunidade a quem se destina o desejo mais ardente do Cristo Ressuscitado para que a paz estivesse com cada um; a esta comunidade Jesus “soprou” a vida nova, tal como fez Deus em Adão ao dar-lhe vida depois de fazê-lo do barro. O Espírito que Jesus deixa à sua Igreja, portanto também a nós hoje, quando nos fazemos parte ativa e missionária de uma comunidade cristã de fé, é o Paráclito, aquele que traz consigo o entendimento de tudo o que eles haviam visto, ouvido e conhecido por seguirem Jesus, porém agora o entendimento se dava em vista da prática evangelizadora. É o Espírito que faz dos Apóstolos o primeiros evangelizadores de Jesus e de sua mensagem. Uma bela frase do Papa Francisco, dita a poucos dias, revela a sensibilidade e ao mesmo tempo a grandeza da presença do Espírito Santo em nós e na Igreja. Disse o Papa: “O Espirito Santo é nosso amigo e companheiro, é Ele que nos indica onde está Jesus”. Esta força de luz e de caminho, esta força de testemunho e de profecia, esta força de presença e de vida, faz do Espirito Santo, centro da celebração litúrgica deste domingo, o dom mais forte e evidente da graça do Cristo Ressuscitado. É muito interessante ver nos escritos do Evangelista João, de onde é tirado o evangelho deste domingo, o como ele aproxima a presença do Espírito Santo ao testemunho da fé. Ele diz que o Espirito dado por Jesus, “ficará eternamente conosco” (Jo 14,16). É o Espírito da “verdade que o mundo não conhece mas vós o conheceis” (Jo 14,17). Ele será o “vosso consolador” (Jo 14,18). É o Espírito prometido que “ensinará todas as coisas” (Jo 14,16). É quem vos fará lembrar “de tudo o que Jesus ensinou” (Jo 14,26). Este Espírito, força do Ressuscitado, é certamente tudo o que precisamos para sermos no mundo de hoje, testemunhas da vida nova que nos vem do Cristo, vencedor de todas as mortes e portador de toda a paz. ORAÇÃO Salmo 103: Que a glória do Senhor perdure sempre, e alegre-se o Senhor em suas obras! Hoje seja-lhe agradável o meu canto, pois o Senhor é a minha grande alegria. AGIR Simplesmente abra-se para a graça do Espírito Santo de Deus em você. Pe. Adilson Schio, ms
coragem, outrora vivida na ação das primeiras comunidades cristãs e hoje vivenciada através do batismo e pela partilha da Palavra de Deus e da Eucaristia. Celebrando em comunidade e dando testemunho a partir ação “missionária” da Igreja, os cristãos experimentam a presença do Cristo, pois como diz o Evangelho: “O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio de sinais que a acompanhavam” (v. 20). A este propósito, o Apóstolo Paulo, na Carta aos Efésios (2ª Leitura) nos fala da força de Deus, manifestada na ressurreição do Cristo, é este mesmo Deus a quem Paulo pede um “espírito de sabedoria” capaz de abrir os corações de todos “à luz, para que saibamos qual é a esperança que o seu chamamento nos dá” (2ª Leitura, v. 18). MEDITAÇÃO O tempo muda. Agora não é mais o tempo do Cristo humano, mas do Cristo divino, “à direita do Pai”, como nos diz hoje a Segunda Leitura. Portanto começa o tempo do Cristo presente na ação litúrgica e missionária da Igreja dos discípulos de Jesus. O texto de Lucas nos Atos dos Apóstolos se faz um imperativo deste novo momento chamando a um compromisso a nós hoje, como certamente foi para aquele pequeno e corajoso grupo que viu o Cristo ser morto na cruz e que o encontrou ressuscitado durante os 40 dias que se seguiram à sua morte, “pois não esta mais entre os mortos aquele que vive na glória”. Um Cristo vivo que se apresenta como aquele que traz consigo a paz e que chama todos a uma missão: “para serdes minhas testemunhas até os confins da terra” (1ª Leitura, v. 8). O texto da Primeira Leitura é um testamento claro de que os Apóstolos assumiram para si o projeto do Pai revelado ao mundo pelos profetas e anunciado por Jesus como um caminho de vida, de esperança, de entrega e de amor em vista da construção de um reino onde Deus é a razão de vida plena para todos. Apesar de todas as dificuldades, de toda a perseguição e de toda a incompreensão, seja da parte do povo que os ouvia e os criticava, seja da parte dos próprios apóstolos e seguidores de Jesus sobre qual e como deveria ser a continuidade de tudo o que o Mestre havia iniciado, é a “descoberta” da missão de levar uma palavra a todas as pessoas, “até os confins da terra”, que reanima a comunidade. É a Boa Nova de Jesus, que ainda precisa ser anunciada, que os faz reunir e que os fortalece mutuamente. A comunidade encontrou, e até hoje encontra, sua força na missão, no anúncio da verdade do Reino de Deus. E assim será: sempre que a comunidade se afastar desta “ordem” (cf. 1ª Leitura, v. 4) não encontrará o caminho, não viverá a espiritualidade, não será viva e cheia de esperança pois faltará a presença daquele que é o centro e o exemplo de toda entrega e de toda confiança: O Cristo Senhor, ressuscitado, “levado ao céu depois de ter dado instruções pelo Espírito Santo”. (1ª Leitura, v. 2). O Papa Francisco sempre fala que deseja uma igreja mais missionária, que tenha por objetivo ajudar as pessoas a descobrir a presença do Reino de Deus que já está entre nós, mas que tem também o compromisso de apontar as situações deste mundo que são contrárias a este Reino. Nós somos herdeiros dessa missão e dessa igreja e, segundo as palavras do Papa, é no encontro com Cristo que encontramos a alegria que nos permite ser comunidade viva. Deste encontro, destaca o Papa, “ninguém está excluído pois o amor de Cristo é conferido a todos” (Evangelii Gaudium). A Liturgia de hoje nos prepara para a Festa de Pentecostes que será celebrada no próximo Domingo. A igreja (comunidade) recebe o Espírito Santo que a conduzirá pelos caminhos do anúncio e do testemunho. Como São João diz no seu Evangelho, “aquele que virá será o Espírito da Verdade, e Ele vos conduzirá à plena verdade” (Jo 16,13). Jesus está à direita do Pai para estar com o Pai em nós, e nós com ele no Pai. ORAÇÃO Salmo 46: Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta. Salmodiai ao nosso Deus ao som da harpa, salmodiai ao som da harpa o nosso Rei. AGIR Faça o propósito de você, pela graça de Deus, ser sempre um dedicado continuador da obra de Deus anunciada por Jesus. Pe. Adilson Schio, ms
Cristo”. Esta redenção oferecida a nós de forma livre é o sinal mais pleno do amor de Jesus pelo Pai e à nós. Nos Atos dos Apóstolos (Primeira Leitura), vemos a passagem de Cornélio que se prostra diante de Pedro em sinal de consideração e de admiração. A este ato Pedro diz compreender que Deus não faz distinção de pessoas, de raça, de povo ou de nação (v. 34), pois todos somos chamados à amizade com Deus, no caminho que nos leva ao seu Reino. MEDITAÇÃO Nossa meditação de hoje precisa partir de uma constatação que vem da resposta a uma pergunta bem pessoal: você já pensou, ou já notou, ao ler os Evangelhos, de como Jesus fala do amor de Deus? Pense um pouco... Jesus nos fala muitas vezes do amor de Deus, sempre fazendo referência ao amor de um Pai misericordioso e paciente. São muitas as formas de Jesus apresentar este amor: à samaritana ele fala de um amor que não condena, portanto de um amor cheio de misericórdia; às irmãs de Lázaro, e à Viúva que estava por enterrar seu único filho, ele diz do amor do Pai que devolve a vida. Ao povo que o seguia e que não tinha o que comer, ele fala de um amor que se faz alimento e que é dom, por isso Ele glorifica o Pai; às crianças ele diz que elas são amadas por Deus pois são “exemplo” do como devemos ser para “entrarmos no Reino dos Céus”; aos Discípulos ele diz que o amor do Pai é igual ao amor que ele, Jesus, tem por nós, isto é, um amor que faz dar a vida e um amor que nos considera “amigos em não servos”, um amor tão grande e tão verdadeiro que é capaz de fazer revelar “tudo o que o Pai revelou” (v. 15). A porta para experimentarmos o amor divino de Deus é o nosso próprio coração humano que deve amar tal como é amado por Deus. O coração que ama é um coração que conhece Deus e, desta forma, ama porque sente-se amado por aquele que o criou e o escolheu (cf. v. 16). A experiência de Jesus na sua relação com Deus é, para a comunidade dos discípulos, uma experiência possível também a nós. O amor é para Jesus um sentimento que deve ser testemunhado por nós cristãos em nossas relações pessoais e de fé para com todos neste mundo. Pois, tornado mandamento por Jesus, o amor é um precioso fruto do nosso seguimento e da nossa compreensão da mensagem do Evangelho. Só quem se dedica a conhecer Jesus e a sua palavra, poderá amar com o mesmo amor com que nós somos amados. Só o amor pode convencer o mundo a não fechar a porta para Cristo. Só o amor pode fazer com que o mundo seja o lugar da mais bela e profunda experiência do Reino de Deus e não de uma vida igual a um deserto onde não há alegria nem esperança de mudança. É neste contexto que devemos ser, como cristãos e como Igreja, uma só comunidade comprometida a amar “como Jesus nos amou” (v. 9), pois é o amor a garantia maior de que os frutos da nossa fé e do nosso testemunho permanecerão (cf. v. 16). Como o próprio texto do Evangelho nos diz: Jesus nos disse tudo isso “para que a sua alegria esteja em nós e a nossa alegria seja plena” (v. 11). Amor e alegria, amizade e vida de doação, eis o caminho. Jesus nos propõe uma verdadeira e sincera amizade com Deus. Uma amizade construída não pelo medo, mas pela capacidade de sentir-se amado. É o amor que faz viva a amizade e que elimina cada barreira que por ventura pode nos impedir de nos sentirmos próximos do Pai. A comunidade cristã e nela cada cristão, precisa ser testemunho do amor infinito de Deus pela humanidade. Este é o anúncio, o compromisso e o mandamento que acolhemos da Liturgia deste Domingo: “amem-se uns aos outros” (v. 17). ORAÇÃO Salmo 97: Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios. Sua mão e seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória. O Senhor fez conhecer a salvação e revelou sua justiça às nações. AGIR Demonstre àqueles que convivem com você, a grandiosidade do amor com que Deus te ama. Pe. Adilson Schio, ms
Evangelista, fala da proximidade da relação que deve existir entre os cristãos (“os ramos”) e Jesus (a “videira verdadeira”). Quebrar este vínculo, tal como acontece quando se corta o ramo da videira, é escolher a morte e a fraqueza espiritual, isto é, é desacreditar no caminho que leva à verdadeira vida em Jesus. Por outro lado, manter viva esta ligação entre o ramo e videira – Cristo e os cristãos – é certeza de muitos frutos (Evangelho). Podemos dizer que a Segunda Leitura deste Domingo, tirada da Primeira Carta de São João, é uma continuação da Primeira Leitura: o amor fraterno é aquilo que conduz a comunidade ao um tempo de paz. MEDITAÇÃO Iniciemos nossa meditação da Palavra de Deus deste Domingo com uma pergunta que você pode respondê-la a você mesmo à luz dos textos bíblicos de hoje: - Como produzir frutos a partir de um verdadeiro amor cristão? Se você pensa que a resposta é fácil e imediata talvez possa se enganar. Há muitas formas de amar, mas amar de verdade, amar com profundidade, amar com liberdade e dar testemunho deste amor, depende muito do como nos desafiamos a encontrar esse amor. Na vida de fé não é diferente, o verdadeiro amor a Cristo precisa ser encontrado e alimentado, tal como a videira “alimenta” os seus ramos para que eles tenham vida, sejam fortes e produzam frutos. São João no Evangelho de hoje nos indica o aspecto mais fundamental para que o amor gratuito e pleno de doação de Cristo esteja também em nós. Antes de tudo o amor de Cristo não é um amor só de palavras e de intenções, é um amor marcado e testemunhado pelos seus atos em favor daqueles que Ele e o Pai amam com amor preferencial. Como diz o versículo 5 do texto do Evangelho, “Aquele que permanecer em mim [em Cristo], e eu nele, esse produz muitos frutos”. Nós podemos imaginar o quanto essas palavras de Jesus, que os Discípulos ouviram do próprio Mestre um tempo antes da sua morte, deve ter sido importante para as primeiras comunidades cujo sentimento inicial, provocado pela perseguição e pela própria morte do Cristo, era de desorientação, abandono e insegurança no sentido de como continuar a caminhada rumo ao Reino de Deus anunciado por Jesus e de certa forma calada pelo mundo quando o fez morrer na cruz. O “segredo” revelado por São João, por volta dos anos 90, quando escreveu o seu Evangelho, é de que tudo se resume no “permanecer unido ao Cristo” (Evangelho, v. 4) e é assim que o Cristo permanecerá unido a nós. Esta união é recíproca e por isso mesmo depende da aceitação de dar um testemunho visível a todos de que o Cristo é quem une a comunidade e quem a reforça para que os seus frutos permaneçam. É interessante perceber o como São João destaca a necessidade de permanecer no Cristo para o Cristo permanecer em nós. A comparação com a videira é perfeita. João começa dizendo que Cristo é a “verdadeira videira”, que pode nos libertar do medo, da insegurança, da fraqueza de fé e da falta de esperança. E João descreve com tal força de expressão esta verdade da videira e de seus ramos que diz à comunidade o que pode acontecer com o ramo que fica ligado à videira, mas também aquilo que poderá acontecer com o ramo que for cortado, isto é, que não permanece ligado. Este, diz o Evangelista, seca e, como ramo seco, não poderá produzir mais nada (v. 6). O ramo que permanece ligado à videira produz frutos. Mas que frutos são estes? A Bíblia sempre que fala dos frutos que Deus espera do seu povo, insiste em dizer que é a prática da justiça, o amor incondicional e a solidariedade entre os filhos do mesmo Pai. Assim, somos chamados a “permanecer” no mesmo amor de Jesus e do Pai, é por isto que o Evangelho de hoje termina com esta frase: “Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós (atenção: não é só a recordação de Cristo que deve permanecer em nós, mas suas palavras, isto é, seus ensinamentos, principalmente o mandamento de amor), pedi o que quiserdes e vos será dado. Nisso meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos” (v. 7-8). Seguir com Cristo, vida afora, Reino a dentro, eis o nosso discipulado, eis a nossa missão. ORAÇÃO Salmo 21: Sois meu louvor em meio à grande assembleia. Cumpro meus votos ante aqueles que vos temem. Vossos pobres vão comer e saciar-se, os que procuram o Senhor o louvarão: Seus corações tenham a vida para sempre. AGIR Procure, durante esta semana, ler outras vezes o texto do Evangelho deste domingo, a fim de meditá-lo a cada momento. Pe. Adilson Schio, ms
|
Pe. Adilson Schio Ms
|