POR AMORsi, mas todos querendo segui-Lo por algum motivo. Para os três Jesus tinha um projeto. Aqui repete-se a mesma experiência feita por Elias quando unge Eliseu e o chama para o seu serviço (Primeira Leitura). Na vocação de seguir Jesus, ainda hoje é valido, “caminhar segundo o Espírito” e “deixar-se guiar pelo Espírito”, indicado na leitura de São Paulo aos Gálatas. |
LEITURA |
expectativas messiânicas, até mesmo dos Doze, não eram aquelas que agora o Mestre dizia que estavam por acontecer. Depois que Pedro proclamou Jesus como “o Cristo de Deus”, surge este que é o primeiro anúncio da paixão e logo depois deste anúncio, estreitamente ligada a esta paixão, narra-se a paixão do discípulo, chamado a tomar a própria cruz e seguir o Mestre.
MEDITAÇÃO
Podemos meditar a liturgia da Palavra deste domingo sob três aspectos: 1) O clima de oração que Jesus estava vivendo dá as melhores condições para que Ele faça o anúncio da sua paixão e da sua morte. Somente na oração e no confiante abandono ao Pai, se compreende e se aceita o mistério da cruz. 2) O anúncio da paixão é um convite a voltar o olhar para Aquele que morreu por nós na cruz. São Clemente I, na sua Carta aos Coríntios, convida à esta contemplação do sangue de Cristo dado na cruz: “Tenhamos os olhos fixos no sangue de Cristo, para compreender o quanto Ele é precioso diante de Deus: o sangue de Cristo na cruz foi para a nossa salvação e trouxe ao mundo inteiro a graça da penitencia”. 3) A cruz de Jesus é a minha também. O que nos une a ela é o batismo, quando a vida de Jesus se é transferida para a nossa vida. Depois do batismo pensamos como Cristo, agimos como Ele, fazemos as mesmas escolhas que Cristo fez. Ser de Cristo quer dizer, tomar a cruz, a própria cruz, como Cristo assumiu a sua. Comenta São Jerônimo: “Quando falo da cruz, não penso na madeira, mas na paixão... Que coisa se diz nos Evangelhos se não aquela palavra que diz, “cada dia tome a sua cruz e siga-me”. “Observa aquilo que é dito: até que a vossa alma não esteja pronta para a cruz, como a minha por vocês, vocês não poderão ser meus discípulos”. É interessante que, na narração da paixão, naquele episódio aparentemente secundário de Simão Cirineu que carrega a cruz de Jesus (cf. Mt 27,32), se fala do convite ao discípulo de carregar a sua cruz também.
ORAÇÃO
“O Jesus, faz brilhar na frente de meus olhos o ensinamento da cruz e faça que eu a abrace. Faça também que eu possa dizer que só sei de uma coisa: que vós, Jesus, sois o Jesus Crucificado” (Beato Charles de Foucauld).
AGIR
Lute contra aquela fraqueza que te faz fraco e descuidado na vida espiritual.
Pe. Adilson Schio, ms
O CORAÇÃO DA VIDA DA IGREJA
dado na Eucaristia? A resposta é simples tanto quanto profunda: esta é a mais forte memória que podemos ter do Cristo: “Fazei isso em minha memória”. Aí está o mistério da presença do Senhor. A razão disso são as palavras ditas pelo próprio Cristo Jesus na Última Ceia e que a Igreja primitiva recolheu e fez chegar até nós como uma verdade que une os fiéis em torno do seu Senhor, pois “todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor até que ele venha” (2ª Leitura, v. 26). Para os antigos Padres da Igreja, Melquisedec, “sacerdote do Deus Altíssimo” (cf. Gn 14,18), é a prefiguração de Cristo (1ª Leitura) pois seu sacerdócio é tal como aquele do Filho de Deus que abençoa e bendiz a oferta do seu povo pobre e humilde. Neste sentido de memória e profecia, a Palavra de Deus da Solenidade de hoje nos convida a recordar sempre que entre nós e Deus há uma nova e forte aliança que se fundamenta do Corpo e Sangue do Cristo doado pela nossa salvação.
MEDITAÇÃO
Na sequência que é lida ou cantada antes da proclamação do Evangelho da missa de hoje, há alguns versos de um profundo significado espiritual que nos introduzem no espírito da celebração deste dia: “Hoje a Igreja te convida: ao pão vivo que dá vida, vem com ela celebrar! Este pão que o mundo creia, por Jesus na Santa Ceia, foi entregue aos que escolheu. Nosso júbilo cantemos, nosso amor manifestemos, pois transborda o coração!”. Tudo na celebração deste dia se faz convite para alimentarmos nossa fé com o “alimento da vida eterna”, o Cristo Senhor. A Eucaristia é o coração da vida da Igreja. Hoje contemplamos a presença sacramental de Jesus na Eucaristia celebrada pela comunidade reunida. Foi o próprio Cristo, na sua Última Ceia com os Apóstolos, que nos deu este dom de si mesmo, nos sinais visíveis do pão e do vinho. Como sempre rezamos na missa, oferecemos ao Senhor como comunidade reunida, o “pão da vida e o cálice da salvação”, alimentos para quem está sempre a caminho rumo à casa do Pai. O Evangelho nos fala que os discípulos estavam cansados depois de vários dias andando de povoado em povoado em missão. Por isso o Mestre os levou a um “lugar deserto e afastado em direção a Betsaida”. Recordemos que foi em Betsaida e nos seus arredores onde Jesus realizou muito dos seus milagres (Lc 9,10). Porém, as multidões foram até eles e Jesus não só as acolheu como também passou a “falar-lhes sobre o Reino de Deus e restituía a saúde a todos os que precisavam de cura” (v. 11). É a compaixão de Jesus por aquele povo que o faz agir e o faz comprometer os seus discípulos neste mesmo amor de doação. O fato vivido em pleno deserto e a necessidade de dar de comer àquela gente que tinha fome será um sinal da futura missão dos Discípulos que Jesus os faz experimentar como graça e compromisso ainda estando com eles: “Dai-lhes vós mesmos de comer... Mas só temos cinco pães e dois peixes...” (v. 13). O fato é que os Apóstolos não tinham ainda compreendido que o alimento que sacia a fome é o próprio alimento que Deus concede. O alimento é dom de Deus, porém é preciso que aqueles que seguem Jesus sejam instrumentos do Pai para, no meio do povo e com o povo, preparem e providenciem tudo, a fim de que todos sejam saciados. Esta é a missão e o ensinamento que brota da “multiplicação dos pães” e Jesus fazendo isso ao ”erguer os olhos para o céu, pronunciar a oração de bênção e partir os alimentos para serem distribuídos” (v. 16), torna aquela ação um verdadeiro milagre que une o povo e faz comunhão a partir da presença de Deus nos gestos humanos. É por isso que na Solenidade Litúrgica de hoje, à luz deste texto do Evangelho, a Igreja pode afirmar que a Eucaristia é o sacramento do dom de Deus. É o próprio Deus que se dá em alimento de vida e que nós o recebemos em sinal de compromisso e de fé. Alimentemo-nos sempre deste Pão Vivo que nos faz testemunhas da ação compassiva de Deus, diante de um mundo que tem necessidade de um alimento perene feito palavra e comunhão. Como dizia Madre Tereza de Calcutá, sempre que olhamos para a Hóstia Consagrada, podermos compreender o quanto Jesus continua a nos amar ainda hoje...
ORAÇÃO
Sl 109: “Tu és príncipe desde o dia em que nasceste; na glória e esplendor da santidade, como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei”.
AGIR
Reze pela Igreja, especialmente pela sua comunidade, para que seja sempre espaço aberto à comunhão com Cristo.
Pe. Adilson Schio, ms
MANDA O TEU ESPÍRITO, SENHOR...
depois da Páscoa da Ressurreição, celebramos uma realidade nova: somos envolvidos ainda mais na vida de Deus. O Pentecostes, realização plena do anúncio do Evangelho no Tempo Pascal, não é só um episódio da história da salvação, mas é também um mistério vivo e atual na Igreja Povo de Deus, que se torna “templo do Espírito Santo” (1Cor 6,19). A Primeira Leitura da Liturgia da Palavra deste Domingo nos apresenta a passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos que conta que o Espírito de Deus veio sobre a comunidade dos Apóstolos e transformando mentes e corações, os fez anunciadores do Evangelho para todo o povo. Na Leitura da Carta aos Coríntios (2ª Leitura), Paulo nos diz que é o Espírito que por sua ação nos faz reconhecer que “Jesus Cristo é o Senhor” (2ª Leitura, v. 3b), pois é o próprio Espírito o portador desta verdade em nossos corações já que “a cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum” (v. 7). No Evangelho, João recolhe a passagem onde Jesus se coloca no meio dos Apóstolos, deseja-lhes a paz e “sopra” sobre eles o Espírito Santo. Nesta ação de Jesus uma graça e um compromisso.
MEDITAÇÃO
Lucas, no Livro dos Atos dos Apóstolos, coloca a experiência que a comunidade faz do Espírito Santo justamente no dia de Pentecostes. O Pentecostes era uma festa judaica celebrada cinquenta dias após a Páscoa e em tal data se agradecia a Deus pela colheita da cevada e do trigo. Mais tarde tornou-se a festa que celebrava a aliança, isto é, a recordação de quando Moisés recebeu as Tábuas da Lei no Sinai e a constituição do Povo de Deus. Ao colocar neste dia o dom do Espírito, Lucas reforça o sentimento de que o Espírito é a nova aliança que agora constitui a comunidade do Povo de Deus, dinamizada pelo compromisso de anunciar o Evangelho de Jesus Cristo. É o Espírito que tornará presente, no coração de cada discípulo, os novos apelos do Senhor. Portanto, o Espírito Santo faz dos Apóstolos os mais fiéis anunciadores do perdão e do amor do Pai: “Recebei o Espírito Santo, a quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados” (Evangelho, v. 23). A graça que nos vem de Deus nos transforma sempre em pessoas comprometidas com o anúncio do Reino e da verdade que nos vem do Pai. O perdão é a realidade mais profunda e mais forte que brota da Ressurreição de Jesus. Quis o Pai, que pela morte do Filho, todos os pecados da humanidade fossem remidos na graça da vida que se renova em eterno. Jesus ressuscitou vencendo a morte e deste jeito vencer a morte das mortes que é aquela que toma conta de nós e de nossa fé quando vivemos uma condição de pecado. A graça é vida. O pecado é morte. A graça é a presença do Pai. O pecado é distância de Deus. A graça é viver em Cristo. A morte é viver escravo do mal, da injustiça e do egoísmo. Se neste dia o Cristo deu aos Apóstolos e a toda a Igreja a força do Espírito Santo prometido, é para que a Igreja se faça reconciliadora e misericordiosa, perdoando os pecados daqueles que arrependidos, abrem-se à escuta e ao testemunho da Palavra de Deus. É por isso que hoje celebramos o Espírito Santo como dom de Deus a todos os que permaneceram fiéis às promessas (Evangelho, v. 19). É o Espírito quem dá vida, quem renova, quem transforma, quem constrói e que é fonte de sabedoria e de amor a Deus. É o Espírito que faz nascer o novo no mundo e no coração de cada pessoa fazendo-a “lugar” sagrado da presença de Deus. O Espírito Santo que celebramos neste dia é santificador e redentor. Ele é a força de Deus, representada nas leituras deste domingo, como línguas de fogo que tornam possível o surgimento de comunidades reunidas pela mesma experiência de uma fé interior, onde nascem a liberdade, a comunhão e o amor fraterno. A comunidade onde a ação de Deus se dá pelo seu Espírito é a “nova comunidade” chamada a anunciar a Boa Nova de tal forma que todos a compreendam, fazendo possível e concreta a vida de partilha, de solidariedade e de fraternidade. A comunidade renovada no Espírito do Senhor é uma comunidade de irmãos, reunidos por causa de Jesus e da sua Palavra. Hoje devemos rezar assim: Vem Espírito Santo de Deus, vem e renova a face da terra, e faça nova toda a nossa vida. Amém.
ORAÇÃO
Salmo 103: Bendiz, ó minha alma, o Senhor. Senhor, meu Deus, como sois grande! Como são grandes, Senhor, as vossas obras! A terra está cheia das vossas criaturas.
AGIR
Em oração, peça a graça dos dons do Espírito Santo para a tua vida.
Pe. Adilson Schio, ms
UM CORAÇÃO ABERTO À LUZ
vosso Filho já é a nossa vitória. Fazei-nos exultar de alegria e fervorosa ação de graças”. A Igreja afirma que no Cristo que sobe ao céu, toda a humanidade deve sentir-se próxima de Deus, vivendo a esperança de estar com Cristo, junto do Pai. A Primeira Leitura de hoje, juntamente com o Evangelho, narra um evento histórico em toda a sua dinamicidade: A ascensão do Senhor acontece quarenta dias depois da Páscoa, e este é um período simbólico para aqueles que acreditam no Senhor, porque evoca os quarenta anos do Povo de Deus no deserto. Agora não celebramos mais a passagem do Egito antigo à terra prometida, mas a passagem da comunidade que vivia na presença do Cristo para a comunidade que vive em torno da presença sacramental do Senhor, memória de eterna aliança. Se naquela passagem do deserto foi necessário confiar nas promessas de Deus, agora somos convidados a vivermos com uma fé perseverante que nos faz testemunhas do Cristo vivo e ressuscitado. Na Segunda Leitura, Paulo pede um espírito de sabedoria para os que creem, a fim de que eles possam conhecer em profundidade o mistério de Cristo e compreendam a que esperança foram chamados.
MEDITAÇÃO
Celebrar a Ascensão do Senhor é completar o mistério de Cristo morto e ressuscitado, na sua plenitude. No ensinamento e na espiritualidade daquilo que hoje celebramos, está a palavra PLENITUDE, seja como referência ao tempo certo, seja como referência ao que Paulo escreve aos Efésios, dizendo que “o Cristo foi elevado à plenitude daquele que possui a plenitude universal”. (2ª Leitura, v. 23). Ao celebrarmos a Ascensão recordamos que Jesus está à “direita do Pai”, e continua, ao mesmo tempo, a sua presença na Igreja e entre nós, através do Espírito Santo (cf. Evangelho, v. 49). Tudo está nos planos de Deus. No tempo certo Ele escolheu Maria para fazer vir até nós o seu “Filho único”. No tempo certo o Filho doou sua vida pelo anúncio do Reino do Pai e no tempo certo o Pai e o Filho enviaram o Espírito Santo para fortalecer e dar forma de compromisso evangelizador ao anúncio e ao testemunho daqueles que viveram com Jesus. A atuação divina é sempre assim, transforma o tempo para fazê-lo oportuno à mensagem cristã. Assim a “plenitude” é o que podemos chamar do tempo de Deus (Kairos – o tempo certo de Deus). O Cristo que depois de estar com os seus Apóstolos; de introduzi-los nos caminhos do Pai; de enviá-los em missão pelo Reino; de fortalecê-los pela ressurreição; depois de se fazer ver e sentir por aqueles que o seguiam, aparecendo a eles após a ressurreição e desejando-lhes a paz, este Cristo agora, no tempo certo de Deus, volta ao Pai e transforma toda a sua missão em um compromisso não mais unicamente pessoal, mas também e prioritariamente comunitário. As pessoas que formaram as primeiras comunidades cristãs eram seres humanos como todos os demais. Trabalhavam cotidianamente, viviam como homens, mulheres, crianças e velhos. Conheciam a preocupação e o sofrimento, mas também conheciam a alegria e a felicidade. Elas se perguntavam sobre o sentido da vida e procuravam uma resposta para as questões importantes do existir. E é justamente como resposta de vida que o Evangelho de Jesus chega a todos eles na “plenitude dos tempos”: Deus enviou seu filho, nascido de uma mulher, que viveu a condição humana até a morte, para que assim pudesse resgatar para todos a dignidade de serem chamados “Filhos de Deus” (cf. Ef 4,1). É junto deste Deus, Senhor do tempo certo, que Jesus “está sentado” para que possamos receber “um espírito de sabedoria que nos revele Deus e nos faça verdadeiramente conhecê-lo” (2ª Leitura, v. 17). E que este espírito “abra o nosso coração à luz, para que saibamos a que esperança somos chamados; para que saibamos quanto grande é a glória da nossa herança e quão imenso é tudo aquilo que o Pai fez por nós que cremos” (2ª Leitura, v. 18). Tudo hoje, na Liturgia desta Missa, nos traz a certeza de que no final de um caminho feito de amor e doação, seja o caminho do Cristo, como aquele de cada um de nós que por Ele e com Ele vive, está sempre a vida definitiva na comunhão com Deus. O Evangelho nos fala da bênção que Jesus dá aos discípulos antes de ir para junto do Pai. Bênção que fortalece toda a ação e que confirma que a missão acontece sempre pela graça de Deus. Tudo isso se transforma em alegria, diz o Evangelho (v. 52). A mesma alegria que devemos ter também nós em nossa missão por Jesus nos dias de hoje. Na Festa da Ascensão do Senhor recordemos aquilo que disse Santo Agostinho a cerca de estarmos com Deus: “Tu nos criastes para ti, ó Deus, e nossos corações vivem inquietos enquanto não descansam em ti”.
ORAÇÃO
Salmo 46: Povos todos do universo, betei palmas, gritai a Deus aclamações de alegria! Porque sublime é o Senhor, o Deus Altíssimo, o soberano que domina toda a terra.
AGIR
Faça um tempo de “conversa” com Jesus depois de receber a Eucaristia neste domingo.
Pe. Adilson Schio, ms
Pe. Adilson Schio Ms
Reitor do Santuário
Acompanhe conosco a Liturgia dominical comentada pelo nosso reitor.
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