A NOSSA ORAÇÃO É O REFLEXO DA NOSSA VIDA LEITURA
reconhecendo a própria condição e colocando-se completamente nas mãos de Deus. O agir de Deus inverte a lógica humana, fazendo justiça ao publicano e deixando o fariseu “prisioneiro” de suas próprias justificativas. MEDITAÇÃO A oração é o reflexo da vida. Nela podemos descobrir a verdade da nossa própria existência e aquilo que motiva os nossos pensamentos, as nossas escolhas e os nossos comportamentos diante de Deus e do mundo. Na oração, aquele que tem fé, descobre também o próprio caminho de conversão e encontra a força para poder realizá-lo. Porém, sempre na condição de que a oração pessoal seja uma oração capaz de vencer o limite do próprio ego para ser invocação, escuta, pedido de perdão, adoração, louvor, silêncio... diante de Deus. A oração do fariseu da parábola contada por Jesus é uma oração vazia, sem Deus, capaz de ser somente uma representação, porque o centro não está em Deus e na sua ação na vida de cada um, mas sim em si mesmo e no seu próprio mundo. Olhando com estes olhos o texto da parábola, veremos que os dois, fariseu e publicano, rezam no templo, no mesmo lugar, porém aquilo que eles esperam daquele momento de oração é bem diferente: um espera a recompensa, no caso o fariseu; o publicano espera a misericórdia. Não se trata aqui de simplesmente dois “jeitos” de rezar, mas de dois “caminhos” distintos para rezar: um toma o caminho do orgulho, reza de pé, satisfeito por não ser igual a todo mundo, sua oração é longa tanto quanto arrogante, não precisa de Deus e dos irmãos para se salvar, salva-se pelas suas próprias convicções. O outro, pobre e simples, não só economicamente, mas de espírito e na humildade, reconhece sua pequenez e a grandeza da misericórdia de Deus, reza de cabeça baixa, sua oração é breve: “Meu Deus, tende piedade de mim, que sou pecador...”. Para o espanto daqueles que ouviram Jesus contar a parábola, Ele afirma que o pobre publicano voltou para casa “justificado” por Deus, em outras palavras, tornado justo, isto é, reconciliado, por pura graça de Deus mas, também, por ser sincero e verdadeiro naquilo que rezava. Jesus quer uma oração que seja do coração e na verdade. Vivemos numa época em que temos a sensação que sabemos tudo, porém falta em nós um conhecimento muito importante, o mesmo conhecimento que faltou ao fariseu, o conhecimento de nossa própria condição humana e espiritual. A partir deste evangelho, precisamos refletir duas perguntas que ficam bem evidentes a partir da parábola de Jesus: 1) Como me coloco diante de Deus para rezar? Com tudo o que pensamos que somos ou com toda a humildade de nossa pequenez diante daquele que nos conhece porque nos criou. 2) Com que mentalidade rezamos? De alguém que necessita de Deus ou de alguém que se justifica por si só, de alguém que olha para os outros só para fazer comparações e não para tê-los como verdadeiros irmãos. Ficam estas duas perguntas para ajudar a sermos mais de Deus e menos de nós mesmos. ORAÇÃO Na simplicidade do meu ser, recorda-te de mim, ó Pai, pois quero ser filho(a) da tua infinita misericórdia e do teu imenso amor. Amém. AGIR Na primeira oportunidade que você entrar numa igreja, tente fazer uma oração de silêncio, sem pensar em nada, sem falar nada... Faça o silêncio ser a sua oração e deixe Deus agir em você. Pe. Adilson Schio, ms
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UM SÓ VOLTOU PARA AGRADECER..
A palavra de Jesus é de cura e de promoção de vida. Ele diz para aquele que retornou que ele não só estava livre daquilo que lhe paralisava, mas que poderia inclusive fazer o seu próprio caminho... “Levanta-te e vá...” MEDITAÇÃO Jesus atravessa a Samaria e a Galileia. No caminho ele encontra dez leprosos. A lei declarava os leprosos como impuros e os fazia viver longe da cidade e do convívio das pessoas, além de obriga-los a viver sozinhos. Aquele que os tocassem também se tornava um impuro. Jesus faz o seu quarto milagre na caminhada para Jerusalém, e como em todos os milagres narrados por Lucas, o mais importante não é o milagre em si, mas o ensinamento que brota dele. Lucas não só relata a cura de uma doença, mas nos leva, com seu texto, à compreensão da missão de Jesus que, para Lucas, é principalmente devolver a possibilidade de se viver em comunidade. A missão de Jesus e a gratidão, dois temas presentes nesta história, são muito especiais em toda a reflexão que Lucas faz de Jesus. Em muitas outras passagens este Evangelista fala de pessoas que ficam admiradas com o que Jesus diz e faz e por isso louvam a Deus. Para Lucas, Jesus revela o Deus misericordioso, por isso que o grito dos leprosos tem um significado especial: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós” (v. 13). A palavra “compaixão” é a base do pedido dos leprosos pois eles mesmos tinham o pensamento sobre si de que eram pecadores. Jesus entra na pobreza e na dor de cada um dos dez leprosos, mesmo conhecendo a lei, e oferece, pela palavra e pelo gesto, a cura de todas as paralisias, principalmente àquela que os fazia acreditar que eram impuros e pecadores. A ação de Jesus promove a vida, modifica o pensamento e limpa os dez leprosos de todas as feridas. Mas, foi somente o samaritano que “percebeu” (esta é a palavra que é usada no evangelho: “percebeu”) a ação de Deus nele. Com certeza este termo tem um significado bem maior do que somente “viu que ficou curado”. Então a sua volta a Jesus significa conversão. A atitude do leproso que voltou é de “dar glória a Deus”. “Levanta-te” é a palavra que faz “ressuscitar” a vida no samaritano leproso e é a palavra de Jesus a cada um de nós que precisamos de mais vida e de mais coragem. ORAÇÃO Espírito Santo de Deus, chama que arde e purifica as impurezas de nossa vida, faça-nos capazes de amar a vida, amar o bem, amar a fé, amar a graça da vossa presença em nosso dia a dia. Espírito Santo de Deus, sopra sempre em nossos ouvidos esta palavra de Jesus: “levanta-te”. Amém. Pe. Adilson Schio, m
Na segunda leitura está descrita a beleza e o conteúdo da fé: é um dom (carisma, graça) e uma força (dimanis-mo) que vem de Deus; é presença viva de Jesus Cristo e é obra do “Espírito que habita em nós”. A fé é um bem precioso que a Igreja é chamada a cuidar e a transmitir fielmente de uma geração à outra MEDITAÇÃO São Lucas descreve o verdadeiro discípulo de Jesus como aquele que tem fé e se faz servidor justamente por causa desta fé. Fica muito claro neste Evangelista que a fé significa adesão a Jesus e a sua proposta de vida. Por isso a fé do discípulo precisa ser inabalável. Toda esta reflexão vem do próprio pedido dos Apóstolos a Jesus: “Aumenta em nós a fé”. A partir deste Evangelho podemos fazer uma boa reflexão sobre nossa vida de fé e de serviço ao próximo e a Deus. Os discípulos, aqui neste Evangelho, revelam a experiência de toda pessoa - acreditamos em Jesus, queremos seguir a sua pessoa e o seu projeto, mas a vida se encarrega de demonstrar como é fraca a nossa fé - quantas caídas, traições, incoerências, recaídas!... Jesus, na sua resposta, enfatiza tanto a necessidade da fé quanto da sua força. Podemos nos perguntar, à luz deste Evangelho, que força tem a fé em nossa vida? A comparação que Jesus faz nos assusta e nos leva a pensar que a fé que temos é nada diante da fé que o Mestre nos propõe. Jesus, com suas palavras coloca em crise a nossa fé, pouca ou grande, mas como conseguiremos tamanho prodígio tal como dizer a árvore saia daqui e vá pra outro lugar? E olha que Jesus diz que uma fé do tamanho de um grão de mostarda, isto é, do tamanho da menor semente, já seria suficiente. É interessante que este trecho de Lucas não revela qual teria sido a razão dos discípulos fazerem aquela pergunta a Jesus, mas o mais interessante é que se olharmos o texto precedente a este, veremos que fala do perdão ao irmão que se arrepende, será justamente esta atitude que faz com que eles peçam que a fé aumente? É provável, principalmente quando se tem que perdoar o próximo que nos magoa constantemente, as vezes, nestas situações, a paciência e o amor enfraquecem, por isso é necessário muita fé. As leituras deste domingo são um convite a reconhecermos nossa pequenez e a acolhermos com gratidão os dons que nos vem de Deus e, juntamente com a vida, a fé é o maior de todos os dons. Se a fé está em nós como um dom, então ela será sempre grande e forte, ou melhor, do tamanho justo, porque nos vem do Criador. ORAÇÃO Livra-me, Senhor, de cada atitude que eu possa ter de arrogância. Reveste-me com tua misericórdia. Dá-me um futuro pleno de graça e de luz e um incondicional amor pela vida. Senhor, faça-me forte com minha fé. Amém. AGIR Tente fazer alguns instantes de silêncio, um silêncio um pouco mais profundo, para escutar o que a voz de Deus fala ao seu ouvido. Pe. Adilson Schio, ms
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Pe. Adilson Schio Ms
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