DEUS SERÁ DEUS CONOSCO
caminharmos ao encontro do Salvador que vem. O convite neste tempo é que sejamos “vigilantes na oração e exultantes no louvor”. Este tempo na liturgia é caracterizado principalmente pela ideia do encontro com Deus e a acolhida da realização da Sua eterna e permanente presença entre nós, em Jesus. No Advento temos quatro palavras fortes em espiritualidade: vigilância, esperança, conversão e confiança, numa única certeza: “Deus será Deus conosco”. MEDITAÇÃO Os capítulos 24 e 25 do Evangelho de Mateus apresentam o último grande discurso de Jesus antes da sua paixão. Mateus não se preocupa tanto com os sinais dos tempos ou os últimos sinais, como o “discurso escatológico” do Evangelho de Marcos, mas coloca na cen-tralidade deste discurso de Jesus a nova vinda do Filho do Deus e as atitudes com que os discípulos devem preparar esta vinda. Para Mateus e sua Comunidade de Fé a vinda de Jesus era certa, porém não se sabia nem o dia nem a hora. Daí a sua insistência para que aqueles que esperavam Jesus como seguidores do Senhor deveriam estar vigilantes, preparados e ativos. O texto do Evangelho deste primeiro domingo do Advento propõe três expressões muito significativas: “portanto vigiai”, “compreendam bem isto”, “estejais também vós preparados”. Para transmitir esta mensagem, Mateus faz referência a três histórias da vida do povo de Deus: 1) A primeira é a história de Noé com destaque a como viviam as pessoas quando o dilúvio chegou pegando todos de surpresa. Todos “comiam, bebiam, casavam-se...”, viviam despreocupados e descomprometidos. NÃO SE IMPORTAVAM COM O FUNDAMENTAL. 2) A segunda comparação que Mateus faz toma duas situações da vida cotidiana: o trabalho no campo e a moagem do trigo. Aqui ele dá a entender que, para muitos, o trabalho está acima de qualquer vida na comunidade que é onde se espera a vinda do Senhor. Nesta comparação as pessoas SUBSTITUEM AQUILO QUE É FUNDAMENTAL pensando só naquilo que lhe convém no momento. 3) A terceira situação nos coloca frente ao exemplo do dono de uma casa que adormece e não percebe sua casa sendo saqueada. Nesta comparação as pessoas se ESQUECEM AQUILO QUE É FUNDAMENTAL e agindo assim perdem a oportunidade de um encontro de vida e de conversão com o Senhor. Não se importar, substituir e esquecer o FUNDAMENTAL, isto é, a vinda de Jesus, são três atitudes de profunda reflexão e espiritualidade para este tempo do Advento. O nosso princípio fundamental será sempre Jesus – sua pessoa, seu projeto, seus ensinamentos e sua fidelidade à vontade do Pai. O texto do Evangelho deste domingo não nos remete primeiramente à uma preparação para um encontro com Jesus depois da morte, nem na sua segunda vinda. Mesmo sendo este o assunto de Mateus, ele fala de uma vigilância no hoje, no agora, para que não percamos a esperança que se fortalece naqueles que, na comunidade cristã, renovam o mundo anunciando a certeza do amor de Deus. Tudo isso que começamos a celebrar hoje terá sua plena realização, quando no Natal, olharmos para aquela manjedoura de Belém, e ali estará o “Deus Conosco”, na clara noite em que uma estrela revelou ao mundo o maior de todos os sinais de Deus: o seu próprio Filho. ORAÇÃO Senhor, não permita jamais que a minha vida aconteça longe da tua graça. Que eu possa fazê-la sempre vigilante na fé e na caridade para que, na tua vinda, eu possa te presentear com minhas mãos, meu coração e minha alegria. Assim saberei que Tu és Deus em mim. Amém. AGIR Faça o seu propósito para este tempo de Advento, mas um propósito de espiritualidade, de mais oração e de mais meditação da Palavra de Deus... Isso já basta... Pe. Adilson Schio, m
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A PERSEVERANÇA QUE SALVA
Neste horizonte, toma um grande significado a frase que Jesus diz aos discípulos: “Cuidado para que vocês não sejam enganados”. A simplificação da relação com Deus em um só lugar, numa só instituição, ou em alguns códigos e leis, é uma realidade muito presente em nossos dias, fazendo-nos esquecer de outra frase de Jesus e que Lucas escreve no final do Evangelho deste domingo: “É permanecendo firmes que vocês irão ganhar a vida”, ou então, é a vossa perseverança que vos conduzirá à vida eterna. Em meio a estas duas frases, Jesus relata situações e eventos relacionados com o fim do mundo, porém se pode perceber que a centralidade desta narração de Jesus não são os fatos em si, mas as atitudes de firmeza e de coragem que devem existir nos discípulos. É clara a mensagem de Jesus ao reafirmar que aqueles que estão no caminho da salvação não precisam temer nem mesmo o fim dos tempos. A partir do versículo 12 a questão muda de contexto, pois o importante não é os fatos apocalípticos que poderão acontecer mas a atitude e a firmeza dos discípulos até que chegue aquele dia. Jesus explica que tudo o que nos circunda está destinado a acabar, não são realidades eternas. Tudo passará, só Deus, o seu Reino e a sua justiça restará. Porém se a vida estiver “ancorada” em Deus, nada poderá fazer com que se vacile. Esta visão de que tudo na história se move a uma realização plena é uma das características do Evangelho de Lucas. Para ele chegará o dia em que Deus fará novas todas as coisas. Lucas percebia também que até chegar este novo dia, a prova e a tribulação serão realidades cotidianas, já que tudo acontece num mundo onde impera a vontade dos poderes e não a vontade de Deus. As adversidades da vida podem servir, na visão de Lucas, para fazer perseverantes aquele que confiam do caminho de Jesus. Bela é a visão de perseverança deste Evangelho ao dizer que esta é a virtude de quem, tendo os olhos fixos numa verdade, não se deixa desviar por nada e por ninguém no seu caminhar em direção àquela verdade. A salvação é, em meio às ondas deste mundo, sermos firmes e fortes no Deus de Jesus. ORAÇÃO Dá-me, Senhor, a tua força, enche-me com teu Espírito, para que eu possa ser perseverante na tua palavra e nos teus ensinamentos. Dá-me também humildade e sabedoria para que meu testemunho seja caminho de luz para meus irmãos. Amém. AGIR Faça forte o teu testemunho de vida, confiando no Senhor e servindo-o na Comunidade. Pe. Adilson Schio, ms
A pergunta colocada a Jesus é: de quais dos sete ela será mulher, no dia da ressur-reição? Jesus responde colocando em evidência que a relação fundamental não é aquele que as pessoas assumem aqui, mas aquela que tem com Deus, o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, portanto o Deus da história, um Deus que não é dos mortos, mas dos vivos. MEDITAÇÃO A pessoa humana está sempre em relação com seu Criador, tanto que para nós cristãos, a definição mais apropriada para o nosso “eu” é aquela tantas vezes repetida nos Salmos: “eu sou tu, ó Senhor. Tu que me dá a vida, que me faz respirar, me faz caminhar, que me faz ser quem sou”. No texto do Evangelho deste domingo, Jesus não faz uma teologia do matrimônio, mas sim uma reflexão a cerca da ressurreição, ou então da vida para Deus. Porém, uma coisa é crer na vida eterna e outra é imaginar como será. Por isso Jesus diz que aqueles que são dignos da vida eterna e da ressurreição tem a consciência de que há uma outra relação de vida e de fé. A ressureição não é conceito que se aplica às relações deste mundo, mas àquelas com o Deus da vida. Neste sentido a esperança da ressurreição se fundamenta justamente em Deus, pois para Ele todos vivem, seja aqueles que estão aqui seja aqueles que já partiram daqui. Nós estamos certos do amor infinito de Deus e é justamente desta certeza que deriva a fé na ressurreição tal como Jesus nos apresentou. Deus não nos abandonará na morte pois amar alguém significa dizer: tu jamais morrerá em mim. É esta fé, a fé no Deus vivo e verdadeiro, no Deus da história dos nossos patriarcas da fé, e também no Deus da história da nossa própria fé, esta fé que vence tudo, porque reconhece em tudo a grandeza da ação de Deus presente até mesmo quando tudo parece estar perdido. É justamente este, o testemunho que nos vem da primeira leitura quando descreve a firmeza dos sete irmãos Macabeus no meio da perseguição. Eles morrem reconhecendo que a vida pertence a Deus e Nele se tem a esperança de viver de novo. Pela resposta que Jesus dá à pergunta dos Saduceus podemos dizer: 1) a ressurreição não é apenas um despertar da morte para retomar a vida de antes. A vida em Deus é uma realidade completamente nova e diferente desta; 2) A ressurreição não é uma continuação da vida que vivemos neste mundo, vivendo-a em outra parte do universo, mas é ser totalmente outro, na união com Deus. É a realização da vida plena. A Liturgia deste domingo nos dá a oportunidade de aprofundar um aspecto fundamental da nossa fé e que sempre renovamos quando rezamos a Profissão de Fé: “Eu creio na ressurreição dos mortos e na vida eterna”. ORAÇÃO Senhor, renova sempre as minhas certezas de fé. Quero ser forte e humilde. Forte para nunca desacreditar na vida que nos vem de Ti e humilde para confiar plenamente na Vossa presença em mim. Amém. AGIR Reze o seu dia de ontem. Agradeça e peça. Depois faça silêncio para ouvir a voz de Deus. Pe. Adilson Schio, ms
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Pe. Adilson Schio Ms
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