... VENHA O TEU REINO!
na 2ª Leitura deste domingo: Cristo, como centro da história, Senhor do corpo que é a Igreja, “primo-gênito” de todas as coisas. |
LEITURA |
MEDITAÇÃO
Jesus faça do “fim dos tempos” e do “fim da história” partindo do comentário de algumas pessoas sobre a beleza das pedras do Templo e do quanto ali havia de belas doações. O Templo era símbolo da relação de Deus com o povo escolhido. Jesus salienta de um jeito profético, o contrário do que se dizia: o fim de uma instituição como o Templo, por mais grandiosa que seja, não significa o fim da relação entre Deus e as pessoas. Esta relação acontece também em outro nível e não naquele meramente aparente. Neste horizonte, toma um grande significado a frase que Jesus diz aos discípulos: “Cuidado para que vocês não sejam enganados”. A simplificação da relação com Deus em um só lugar, numa só instituição, ou em alguns códigos e leis, é uma realidade muito presente em nossos dias, fazendo-nos esquecer de outra frase de Jesus e que Lucas escreve no final do Evangelho deste domingo: “É permanecendo firmes que vocês irão ganhar a vida”, ou então, é a vossa perseverança que vos conduzirá à vida eterna. Em meio a estas duas frases, Jesus relata situações e eventos relacionados com o fim do mundo, porém se pode perceber que a centralidade desta narração de Jesus não são os fatos em si, mas as atitudes de firmeza e de coragem que devem existir nos discípulos.
É clara a mensagem de Jesus ao reafirmar que aqueles que estão no caminho da salvação não precisam temer nem mesmo o fim dos tempos. A partir do versículo 12 a questão muda de contexto, pois o importante não é os fatos apocalípticos que poderão acontecer mas a atitude e a firmeza dos discípulos até que chegue aquele dia. Jesus explica que tudo o que nos circunda está destinado a acabar, não são realidades eternas. Tudo passará, só Deus, o seu Reino e a sua justiça restará. Porém se a vida estiver “ancorada” em Deus, nada poderá fazer com que se vacile. Esta visão de que tudo na história se move a uma realização plena é uma das características do Evangelho de Lucas.
Para ele chegará o dia em que Deus fará novas todas as coisas. Lucas percebia também que até chegar este novo dia, a prova e a tribulação serão realidades cotidianas, já que tudo acontece num mundo onde impera a vontade dos poderes e não a vontade de Deus. As adversidades da vida podem servir, na visão de Lucas, para fazer perseverantes aquele que confiam do caminho de Jesus. Bela é a visão de perseverança deste Evangelho ao dizer que esta é a virtude de quem, tendo os olhos fixos numa verdade, não se deixa desviar por nada e por ninguém no seu caminhar em direção àquela verdade. A salvação é, em meio às ondas deste mundo, sermos firmes e fortes no Deus de Jesus.
ORAÇÃO
Dá-me, Senhor, a tua força, enche-me com teu Espírito, para que eu possa ser perseverante na tua palavra e nos teus ensinamentos. Dá-me também humildade e sabedoria para que meu testemunho seja caminho de luz para meus irmãos. Amém.
AGIR
Faça forte o teu testemunho de vida, confiando no Senhor e servindo-o na Comunidade.
Pe. Adilson Schio, ms
DEUS DOS VIVOS
LEITURA
Os Saduceus, uma corrente judaica muito forte, composta principalmente pela aristocracia sacerdotal (os grandes) de Jerusalém, reconhecia somente os livros da
Torah (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio) como inspirados por Deus e não acreditavam na ressurreição, distinguindo-se, neste ponto, dos Fariseus que tinham uma ideia imperfeita da ressurreição. O Evangelho relata que os Saduceus querendo colocar Jesus em dificuldade quanto a este tema da ressurreição, falam de um caso hipotético de uma mulher que teve que se fazer esposa de sete irmãos pois sempre ficava viúva sem ter tido filhos. A lei dizia que ela deveria ser assumida pelo irmão seguinte na hereditariedade. |
A pergun-ta colocada a Jesus é: de quais dos sete ela será mulher, no dia da ressur-reição? Jesus responde colocando em evidência que a relação fundamental não é aquele que as pessoas assumem aqui, mas aquela que tem com Deus, o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, portanto o Deus da história, um Deus que não é dos mortos, mas dos vivos.
MEDITAÇÃO
A pessoa humana está sempre em relação com seu Criador, tanto que para nós cristãos, a definição mais apropriada para o nosso “eu” é aquela tantas vezes repetida nos Salmos: “eu sou tu, ó Senhor. Tu que me dá a vida, que me faz respirar, me faz caminhar, que me faz ser quem sou”. No texto do Evangelho deste domingo, Jesus não faz uma teologia do matrimônio, mas sim uma reflexão a cerca da ressurreição, ou então da vida para Deus. Porém, uma coisa é crer na vida eterna e outra é imaginar como será. Por isso Jesus diz que aqueles que são dignos da vida eterna e da ressurreição tem a consciência de que há uma outra relação de vida e de fé. A ressureição não é conceito que se aplica às relações deste mundo, mas àquelas com o Deus da vida. Neste sentido a esperança da ressurreição se fundamenta justamente em Deus, pois para Ele todos vivem, seja aqueles que estão aqui seja aqueles que já partiram daqui. Nós estamos certos do amor infinito de Deus e é justamente desta certeza que deriva a fé na ressurreição tal como Jesus nos apresentou. Deus não nos abandonará na morte pois amar alguém significa dizer: tu jamais morrerá em mim. É esta fé, a fé no Deus vivo e verdadeiro, no Deus da história dos nossos patriarcas da fé, e também no Deus da história da nossa própria fé, esta fé que vence tudo, porque reconhece em tudo a grandeza da ação de Deus presente até mesmo quando tudo parece estar perdido. É justamente este, o testemunho que nos vem da primeira leitura quando descreve a firmeza dos sete irmãos Macabeus no meio da perseguição. Eles morrem reconhecendo que a vida pertence a Deus e Nele se tem a esperança de viver de novo. Pela resposta que Jesus dá à pergunta dos Saduceus podemos dizer: 1) a ressurreição não é apenas um despertar da morte para retomar a vida de antes. A vida em Deus é uma realidade completamente nova e diferente desta; 2) A ressurreição não é uma continuação da vida que vivemos neste mundo, vivendo-a em outra parte do universo, mas é ser totalmente outro, na união com Deus. É a realização da vida plena. A Liturgia deste domingo nos dá a oportunidade de aprofundar um aspecto fundamental da nossa fé e que sempre renovamos quando rezamos a Profissão de Fé: “Eu creio na ressurreição dos mortos e na vida eterna”.
ORAÇÃO
Senhor, renova sempre as minhas certezas de fé. Quero ser forte e humilde. Forte para nunca desacreditar na vida que nos vem de Ti e humilde para confiar plenamente na Vossa presença em mim. Amém.
AGIR
Reze o seu dia de ontem. Agradeça e peça. Depois faça silêncio para ouvir a voz de Deus.
Pe. Adilson Schio, ms
UM HOMEM CHAMADO ZAQUEU
LEITURA |
justamente o amor incondicional de Deus por todos. Um amor que não exclui ninguém. Um amor que é transformador e reconduz os convertidos à vida. É isso que acontece com Zaqueu. Aquele que queria ver Jesus. A Primeira Leitura nos apresenta a compaixão como uma atitude de Deus e como a razão para Deus “fechar” os olhos ao nosso pecado e acreditar na nossa conversão: “A todos tu tratas com bondade, porque tudo é teu, Senhor, amigo da vida” (1ª Leitura, v. 26). A Segunda Leitura nos coloca diante de dois temas neste Domingo. O primeiro é a bela súplica de Paulo aos membros da Comunidade de Tessalônica para que sejam cada vez mais dignos do chamado que Deus lhes faz. O segundo tema refere-se a vinda do Senhor: “assim o nome de nosso Senhor Jesus Cristo será glorificado em vós, e vós nele...” (2ª Leitura, v. 12).
MEDITAÇÃO
Zaqueu era o nome daquele homem de baixa estatura que chegou antes da multidão a um lugar por onde Jesus deveria passar. Ele subiu numa árvore para então poder vê-lo. O nome Zaqueu significa “puro”. É interessante perceber esta comparação que o Evangelho de hoje nos apresenta, pois o homem Zaqueu, aos olhos daquele povo, de nada tinha de pureza em sua vida, ao contrário, ele era odiado pois servia naquela pequena Jericó como o responsável pela coleta dos imposto, isto quer dizer, que ele, mesmo sendo judeu, estava a serviço dos romanos e dos seus interesses. É bom lembrar que era em Jericó onde, na época, se concentrava a maior produção de bálsamo e por isso a posição de Zaqueu era cômoda e representada um futuro financeiro garantido. Mas este homem, cujo nome significa o contrário do que era a sua atividade laborativa, havia dentro de si o desejo de conhecer algo mais profundo e mais significativo do que garantir a vida por uma razão econômica. Zaqueu na realidade queria encontrar-se com a Vida e deixar-se questionar pela Vida. Se de início ele queria somente ver a Jesus, tudo acaba por acontecer ao contrário, é Jesus que o vê por primeiro e de forma totalmente inesperada pois, ao conversar com Zaqueu chamando-o pelo nome, expressa a este pobre homem um desejo: “hoje eu devo ficar na sua casa” (Evangelho, v. 5). Jesus o viu por primeiro, aí está a importância e também a revelação de que para Jesus não existe “multidão”, ou pessoas e situações anônimas, existe vidas, esperanças semeadas mesmo que no mais profundo do coração, independente da experiência ou da maneira em que vivem. Se todos conheciam Zaqueu como o cobrador de impostos, ou o publicano, Jesus o conhece pelo nome, não por um rótulo, mas pela honra de também ele ser filho de Deus. Zaqueu por sua vez nos faz pensar que os nossos esforços e as nossas buscas não passam desapercebidos aos olhos de Jesus. Ele os vê e os acolhe na mais profunda possibilidade de conversão que possam representar. Ao acolher Jesus em sua casa e em sua vida, Zaqueu manda para longe de si todo o seu egoísmo e todo o seu medo de viver afastado das seguranças que o impediam de ser plenamente realizado. Ao acolher Jesus em sua casa, Zaqueu acolheu Jesus em seu coração e houve conversão e mudança de vida. O fato é que Zaqueu acabou por enxergar para além daquilo que simplesmente queria ver. Zaqueu se deixou tocar por aquele que lhe chamou pelo nome e que por uma simples visita mudou a sua vida.
ORAÇÃO
Salmo 144: Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam! Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder!
AGIR
Ao ouvir as Palavras do Evangelho neste Domingo, crie dentro de você o desejo de, a exemplo de Zaqueu, sempre encontrar-se com Jesus.
Pe. Adilson Schio, ms
Pe. Adilson Schio Ms
Reitor do Santuário
Acompanhe conosco a Liturgia dominical comentada pelo nosso reitor.
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