DO TRIUNFO PARA A MORTE. DA MORTE PARA A VIDA LEITURA O “Domingo de Ramos” e também, da “Paixão do Senhor” coloca juntos o triunfo de Jesus e sua paixão. Na celebração e no ensinamento deste dia, a Igreja expressa com a Liturgia esta dupla realidade da glória e do sofrimento própria do mistério pascal.
Hoje a Primeira Leitura, tirada do Livro do Profeta Isaías, apresenta um profeta que é chamado por Deus para testemunhar, no meio das nações, a Palavra de Salvação. Na Segunda Leitura, um belo hino onde Paulo fala do Cristo como princípio e fim de todas as coisas. Ele assumiu a condição humana para revelar totalmente o amor do Pai. MEDITAÇÃO Para entender bem a mensagem do Evangelho deste domingo, principalmente aquele que narra a chegada de Jesus a Jerusalém, é preciso resgatar o verdadeiro sentido desta entrada. O próprio Evangelho de Mateus dá uma informação importante, quando no v. 5 cita o profeta Zacarias. Um Profeta do tempo em que o povo vivia uma situação de grande opressão e pobreza, e que procura animar a sua gente mantendo viva a força da resistência da fé no Deus verdadeiro. Zacarias anuncia com seu profetismo que a esperança está na chegada de um Messias e que ele teria três grandes características: seria rei (ver Zacarias 9,9-10), bom pastor (Zac 11,4-7), mas também “transpassado... por ele muitos chorarão” (Zac 12,9-14). O Reino daquele rei não seria de dominação e opressão como tantos outros na história do povo de Deus, mas de paz, de justiça e de solidariedade: “Dance de alegria, cidade de Sião; grite de alegria, cidade de Jerusalém, pois agora o seu rei está chegando, justo e vitorioso. Ele é pobre, vem montado num jumento, num jumentinho, filho duma jumenta. Ele destruirá os carros de guerra de Efraim e os cavalos de Jerusalém; quebrará o arco de guerra. Anunciará a paz a todas as nações, e o seu domínio irá de mar a mar” (Zc 9,9). Aqui está o verdadeiro sentido da recordação da entrada de Jesus em Jerusalém: acolher na alegria e na esperança o Messias dos pobre e dos justos, que faz da vitória não um triunfo pessoal que vem da força, mas da fidelidade ao projeto de Deus, no seguimento até a Cruz, para gerar a vida nova na ressurreição. A vitória de Jesus é a vitória da fidelidade e do compromisso. O outro Evangelho proclamado neste Domingo, narração da Paixão, nos coloca no meio de todo o processo injusto de condenação e morte de Jesus. Mas de tudo o que podemos ver é que, mesmo em na “escuridão da morte”, renasce a luz de um novo dia e que faz até mesmo o soldado romano declarar que Jesus era o Filho de Deus. Como o Papa Francisco nos recordou nesta semana, a Igreja nasce da contemplação do rosto de Deus crucificado. Nasce da cruz e do sentimento de dor e de amor por Jesus daquele pequeno grupo de seus discípulos e das mulheres que o seguiam e que, no seu amor, revelam o mesmo sentimento que Deus tem pelo mundo. O que sentimos quando olhamos para a cruz de Jesus? Vemos ali verdadeiramente o caminho da salvação ou não entendemos como Jesus pôde terminar sua vida deste jeito? Lembremos o que diz o Evangelho: Jesus passou a vida fazendo o bem e sendo fiel à missão que recebera do Pai. Num dia o triunfo no outro a morte, mas devemos sempre lembrar que ainda haveria um outro dia, o terceiro dia, o dia da vida nova, da ressurreição que vence a morte e todas as nossas mortes para nos fazer plenamente merecedores da salvação que nos vem de Deus, por seu filho Jesus, morto na cruz pelos nossos pecados. ORAÇÃO Escuta Senhor, a oração do teu povo que celebra a paixão do teu Filho. Fazei que experimentemos a libertação da cruz e a ressurreição da vida em Jesus. Convertei-nos pela força do vosso amor e tornai-nos sensíveis às dores dos nossos irmãos e irmãs. Amém. AGIR Leia várias vezes a Segunda Leitura (Filipenses 2,6-11) e faça desta leitura uma preparação significativa para celebrar com a Comunidade a Semana Santa. Pe. Adilson Schio, ms
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