Mateus, neste texto muito conhecido e de um fácil entendimento, usa duas metáforas muito interessantes para aplicá-las aos que ouviam o que Jesus dizia naquele sermão e naquela montanha. O Evangelho de Mateus sempre enfatiza um Jesus que tem a palavra certa para o momento certo é o que Ele nos revela hoje: uma palavra certa do que devem ser aqueles que se tornam com Jesus, construtores do Reino do Pai. MEDITAÇÃO Sempre que pode Mateus enfatiza a missão de toda a comunidade cristã no mundo. Somos chamados a fazer o Reino de Deus crescer e isso deve ser feito de uma maneira sensivelmente diferente daquela que a cultura religiosa da época anunciava. Não é escondendo a luz da misericórdia de Deus que se revela o verdadeiro rosto do Senhor e muito menos não é afastando as pessoas das promessas do Reino que fará com que o povo reencontre o caminho da aliança. Deus se faz fiel e sua fidelidade está no horizonte do que Jesus apresenta neste rico e profundo discurso da Montanha. A clara intenção do Evangelista e da Liturgia deste domingo é mostrar que os discípulos devem tornar significativo e iluminador o caminho que assumem pela livre decisão de seguirem o Mestre. O sal tem ao menos três atribuições: o sal salga e por isso dá sabor; o sal penetra e por isso conserva; o sal também limpa, por isso cura as feridas. É de grande significado se refletirmos nestas três atribuições associadas à nossa vivência espiritual. A palavra de Jesus nos faz seus discípulos, porém não qualquer discípulos, mas sim seguidores de Jesus na sua proposta e nos seus gestos. Jesus é quem nos liberta, nos dá a força para sermos animados e perseverantes. O convite que Jesus nos faz ao dizer que devemos ser “sal da terra” é justamente este de jamais deixarmos que a fraqueza e a falta de esperança tomem conta de nós. O verdadeiro discípulo é aquele que com sua palavra e com seus gestos anima e “dá sabor” a vida de fé do povo de Deus. Na outra comparação, “ser luz do mundo”, há também uma tríplice atribuição: a luz clareia e por isso ilumina; a luz aquece, ao seu redor, quando está frio, sente-se a agradável sensação de calor e, a luz penetra em qualquer orifício, por menor que seja. Esse segundo convite de Jesus é de uma profundidade que deveria nos fazer cada vez mais certos de que o seguimento de Jesus está na razão do iluminar a vida das pessoas, aquecê-las nos seus momentos de “inverno” pessoal e de penetrar os seus corações com a verdadeira mensagem da esperança, da misericórdia e do amor que nos vem das palavras de Jesus. Mais do que uma passagem do Evangelho de dois mil anos atrás, esse texto bíblico deve ficar presente em nossos corações e em nosso pensamento a fim de fortalecer nossa opção cristã. A fé hoje precisa ser vivida como sal e como luz, isto é, precisa ser uma mensagem transformada em testemunho que faz a diferença em meio a tantas atitudes de morte e de falta de perspectiva como vemos hoje. Como disse o Papa Francisco na missa com os Bispos por ocasião da última Jornada Mundial da Juventude: “Não queremos ser presunçosos, impondo as “nossas verdades”. O que nos guia é a certeza humilde e feliz de quem foi encontrado, alcançado e transformado pela Verdade que é Cristo e que por isso mesmo não pode deixar de anunciá-la a todos”. ORAÇÃO Senhor, Tu me chamas a viver em comunidade e queres que eu edifique, com minha vida, a vida da minha comunidade. Eu sei que Tu queres que eu seja comunhão com os outros. Senhor, eu sei também que ser comunidade é existir para os outros, por isso eu Te peço: ajuda-me a ser, em Ti e na Igreja, sal da terra e luz do mundo. Amém. AGIR Reflita nesta antífona: “Vós sois a luz do mundo. Brilhe aos homens a vossa luz e vendo eles as vossas obras, deem glória ao Pai celeste”. Pe. Adilson Schio, ms
0 Comments
Your comment will be posted after it is approved.
Leave a Reply. |
Pe. Adilson Schio Ms
|