“E TU O QUE DIZES DAQUELE QUE TE ABRIU OS OLHOS?
O versículo 7 é muito revelador do jeito próprio de Deus ser ao fazer a escolha dos seus. Deus diz a Samuel: “Eu não julgo segundo os critérios do homem: o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração”. E assim Davi foi o escolhido e o ungido. A escolha de Deus sempre é para nos fazer “Filhos”, na mesma dimensão que São Paulo é capaz de escrever na sua Carta. Os versículos 8 e 9 da Segunda Leitura nos dizem: “vivei como filhos da luz, e o fruto da luz chama-se: bondade, justiça e verdade”. Só aqui, nestes dois versículos, poderíamos meditar muitas e muitas horas... MEDITAÇÃO “É um Profeta!”. A resposta simples, porém consciente, do cego curado por Jesus, ao ser perguntado pelos fariseus sobre o que ele diria daquele que o havia curado, contem em si um testemunho de pertença a Jesus que é verdadeiramente o testemunho de alguém que se fez discípulo. Reconhecer a profecia de Jesus é reconhecê-lo não só pelo ato de cura que Ele havia feito, mas também pela força da sua palavra e pela esperança que Ele transmitia com seus gestos. Assim é verdadeiramente um profeta: firme na palavra sem jamais perder a ternura dos gestos fraternos. João, no seu Evangelho, costuma tomar um fato acontecido com Jesus para daí dar início à reflexão de um tema fundamental para a sua comunidade. O fato do cego dá ao Evangelista a possibilidade de falar do processo da fé na vida de uma pessoa. A fé passa das trevas da cegueira para a luz da visão, em outras palavras, da libertação da culpa, presente na vida do cego pela imposição da lei, surge um homem liberto e crente na graça de Deus. João aponta para a nossa vida neste Evangelho. Ele nos faz pensar que só quando deixarmos a palavra de Jesus nos libertar de nossas “faltas de luz” (que segundo Paulo é bondade, justiça e verdade) é que seremos pessoas de grande liberdade interior, capazes de transformar em testemunho público, a força da vida que descobrimos em Deus. Parecendo preocupado com o entendimento da ação de Jesus, João, muito pedagogicamente, nos apresenta a reação de alguns “personagens” diante não tanto de como o cego foi curado, mas sobre quem e do porque alguém o curou, já que era dia de sábado. Se ele era cego desde que nascera, dizia a lei, era porque alguém da sua família havia pecado e por isso o que ele vivia era fruto desta situação. Para o cego não havia outra possibilidades do que aquela que o próprio texto apresenta, “ficava pedindo esmola”. Assim temos: - os Vizinhos que percebem o bem feito por Jesus ao cego, mas não se juntam a Ele no seguimento; - os Fariseus que se recusam a aceitar Jesus, mesmo com todo o testemunho que ouviram do cego; - os Pais do cego que constatam o cura mas não querem se comprometer por medo; as Autoridades que estão interessadas em saber quem era aquele que transgrediu a lei do sábado e do pensamento de que a doença vem como consequência do pecado de gerações; temos ainda o Cego que mostra-se livre, corajoso e sincero nas suas respostas; e por fim o próprio Jesus que vai ao encontro do cego por duas vezes, antes de cura para o fazer livre da cegueira, e depois da cura para acolhê-lo, revelando-se a ele. Diferentemente de outras passagens dos Evangelhos, nesta não se diz que o cego ouviu falar que Jesus passava e “implorou” pela sua cura. Jesus é quem o vê e, aquele que jamais havia conhecido se quer um raio de luz vê então a Luz de Deus inundar a sua vida. “Eu creio” diz aquele que era cego. ORAÇÃO Ó Deus, que ilumina cada um que vem a este mundo, faça resplandecer sobre nós a luz do teu rosto para que nossos pensamentos sejam sempre conformes à tua sabedoria e possamos Te amar de coração sincero. Amém. AGIR Pense na sua vida e veja como estão presentes os “frutos da luz”: a bondade, a justiça e a verdade. Pe. Adilson Schio, ms
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