A VIDA QUE BROTA NO DESERTO LEITURA As leituras bíblicas deste domingo são um convite muito forte para a alegria, isto porque o Senhor, que esperamos, é Deus conosco, e com Ele preparamos a vinda do seu Reino. O terceiro domingo do tempo do Advento é chamado de “domingo da alegria”. Na primeira leitura, a profecia de Isaias descreve o retorno dos “resgatados do Senhor” pela estrada do deserto, um “caminho” percorrido pelos pobres redimidos da escravidão e da miséria em busca de vida nova. Foi nesta mesma direção o ministério profético de João Batista, também no deserto. Agora, estando na prisão, João faz chegar a Jesus uma pergunta sobre a verdade da sua missão. A resposta de Jesus simplesmente aponta para uma confirmação diferente daquela que podemos esperar. Para João e para nós resta acolher a certeza de que o Reino de Deus já acontece em meio a nós, através de Jesus. MEDITAÇÃO “És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” João, o Batista, era figura importante no cenário religioso da Palestina na época, tanto é que no Evangelho de Mateus (capítulo 3) é ele quem apresenta Jesus como o Messias. A relação entre Jesus e João Batista é, ao mesmo tempo, muito próxima e aparentemente independente. Entre os dois há uma espécie de “mistério divino” que faz com que se tenha necessidade de tantas palavras. Eles se compreen-dem quase que imediatamente com alguns gestos. O que os une é alguma coisa de muito profundo, podemos dizer que é a própria experiência de realização plena da Palavra de Deus que, a seu modo, cada um dos dois a concretiza no seu profetismo. Em João e em Jesus a Palavra de Deus se revela na própria maneira deles viverem. João viveu toda a sua vida no esforço contínuo de realizar o plano de Deus anunciando a vinda do Messias, agora, ele ouve dizer de Jesus, o Verbo Encarnado. O Profeta, aquele que viveu confiando que a promessa de Deus se realizaria, se vê diante da realização de sua própria profecia. É interessante perceber que quando a pergunta de João chega a Jesus, Ele não dá uma explicação lógica ou retórica, mas cita uma profecia que está em Isaías 35. João não se enganou, o Cristo inaugura o tempo do Messias e revela ao mesmo tempo, que veio não para condenar mas para salvar. Jesus vem e sua vinda é de salvação e de alegria. A resposta de Jesus a João Batista foi clara: "Ide contar a João o que estais OUVINDO e VENDO...". Pelos "sinais", que se podiam ver e ouvir, Jesus comprovava a presença salvadora e libertadora de Deus no meio de nós. Há, nesta resposta de Jesus a João, um conteúdo muito forte de encontro entre fé e dúvida, busca e certeza, espera e realização. Ouvir e ver a ação de Jesus é uma possibilidade ainda hoje quando sabemos que para perpetuar no mundo a ação salvadora e libertadora de Deus, os "sinais" devem continuar acontecendo através nós, os seguidores. Nós devemos ser portadores daquilo que se possa ver e ouvir para se acreditar. Jesus veio estabelecer no meio de nós o Reino de Deus, baseado na prática da "justiça", reestabelecendo as relações corretas de cada pessoa com Deus, consigo mesmo, com o outro, com o mundo e com a criação. É desta certeza que vem a alegria que celebramos neste domingo. Como disse o papa Francisco: “a alegria do Evangelho enche o coração e a vida daqueles que se encontram com Jesus. Os que se deixam tocar por Ele são libertados de seus pecados, de suas tristeza, do seu vazio interior, do isolamento... Com Cristo renasce para sempre a nossa alegria.” ORAÇÃO Senhor, dá-me a graça de viver sempre mais profundamente a tua Palavra e de vivê-la a cada dia com mais generosidade e entusiasmo, tendo sempre os olhos abertos para ver e escutar tudo o que Jesus, o teu Filho, realiza no meio de nós. Amém. AGIR Reze tudo aquilo que Jesus já fez por você em sua vida. Reze com a alegria do louvor. Pe. Adilson Schio, ms
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Primeira Leitura (Is 11,1-10) | Responsório Sl 71(72),1-2.7-8.12-13.17 (R. cf. 7) Segunda Leitura (Rm 15, 4-9) | Evangelho (Mt 3,1-12) O TEMPO SE APROXIMA |
LEITURA Começamos um novo tempo litúrgico e começamos com este belo tempo do Advento. O Advento tem uma dupla característica: é o tempo da preparação para a solenidade do Natal, dia em que se recorda o nascimento do Filho de Deus e, é tempo de acompanhar a escolha de Maria, que com seu inefável amor de SIM, portanto incondicional, gerou Jesus. Ao fazê-lo Ela tornou-se modelo de como |
MEDITAÇÃO
Os capítulos 24 e 25 do Evangelho de Mateus apresentam o último grande discurso de Jesus antes da sua paixão. Mateus não se preocupa tanto com os sinais dos tempos ou os últimos sinais, como o “discurso escatológico” do Evangelho de Marcos, mas coloca na cen-tralidade deste discurso de Jesus a nova vinda do Filho do Deus e as atitudes com que os discípulos devem preparar esta vinda. Para Mateus e sua Comunidade de Fé a vinda de Jesus era certa, porém não se sabia nem o dia nem a hora. Daí a sua insistência para que aqueles que esperavam Jesus como seguidores do Senhor deveriam estar vigilantes, preparados e ativos. O texto do Evangelho deste primeiro domingo do Advento propõe três expressões muito significativas: “portanto vigiai”, “compreendam bem isto”, “estejais também vós preparados”. Para transmitir esta mensagem, Mateus faz referência a três histórias da vida do povo de Deus: 1) A primeira é a história de Noé com destaque a como viviam as pessoas quando o dilúvio chegou pegando todos de surpresa. Todos “comiam, bebiam, casavam-se...”, viviam despreocupados e descomprometidos. NÃO SE IMPORTAVAM COM O FUNDAMENTAL. 2) A segunda comparação que Mateus faz toma duas situações da vida cotidiana: o trabalho no campo e a moagem do trigo. Aqui ele dá a entender que, para muitos, o trabalho está acima de qualquer vida na comunidade que é onde se espera a vinda do Senhor. Nesta comparação as pessoas SUBSTITUEM AQUILO QUE É FUNDAMENTAL pensando só naquilo que lhe convém no momento. 3) A terceira situação nos coloca frente ao exemplo do dono de uma casa que adormece e não percebe sua casa sendo saqueada. Nesta comparação as pessoas se ESQUECEM AQUILO QUE É FUNDAMENTAL e agindo assim perdem a oportunidade de um encontro de vida e de conversão com o Senhor. Não se importar, substituir e esquecer o FUNDAMENTAL, isto é, a vinda de Jesus, são três atitudes de profunda reflexão e espiritualidade para este tempo do Advento. O nosso princípio fundamental será sempre Jesus – sua pessoa, seu projeto, seus ensinamentos e sua fidelidade à vontade do Pai. O texto do Evangelho deste domingo não nos remete primeiramente à uma preparação para um encontro com Jesus depois da morte, nem na sua segunda vinda. Mesmo sendo este o assunto de Mateus, ele fala de uma vigilância no hoje, no agora, para que não percamos a esperança que se fortalece naqueles que, na comunidade cristã, renovam o mundo anunciando a certeza do amor de Deus. Tudo isso que começamos a celebrar hoje terá sua plena realização, quando no Natal, olharmos para aquela manjedoura de Belém, e ali estará o “Deus Conosco”, na clara noite em que uma estrela revelou ao mundo o maior de todos os sinais de Deus: o seu próprio Filho.
ORAÇÃO
Senhor, não permita jamais que a minha vida aconteça longe da tua graça. Que eu possa fazê-la sempre vigilante na fé e na caridade para que, na tua vinda, eu possa te presentear com minhas mãos, meu coração e minha alegria. Assim saberei que Tu és Deus em mim. Amém.
AGIR
Faça o seu propósito para este tempo de Advento, mas um propósito de espiritualidade, de mais oração e de mais meditação da Palavra de Deus... Isso já basta...
A PERSEVERANÇA QUE SALVA
LEITURA O Evangelho deste domingo é o início do discurso de Jesus sobre o final dos tempos. Este tema, neste tempo da Liturgia, indica que estamos próximos de terminar este Ano Litúrgico (Ano C) para começar outro (Ano A). Jesus está em Jerusalém, no átrio do Templo. Partindo do anúncio da destruição do Templo, Ele vai mais longe na sua profecia para dizer que voltará antes que chegue o final de tudo. Unindo as duas Leituras com o Evangelho, podemos dizer que a Liturgia reflete sobre o sentido da história da salvação “revelando”, pelas palavras de Jesus, “o sol de justiça que veio até nós” (1ª Leitura), que há uma meta final para onde Deus nos conduz, um céu e uma terra de vida plena. É a certeza desta meta que faz nascer a esperança que torna os discípulos perseverarem no caminho de Jesus. MEDITAÇÃO Jesus faça do “fim dos tempos” e do “fim da história” partindo do comentário de algumas pessoas sobre a beleza das pedras do Templo e do quanto ali havia de belas doações. O Templo era símbolo da relação de Deus com o povo escolhido. Jesus salienta de um jeito profético, o contrário do que se dizia: o fim de uma instituição como o Templo, por mais grandiosa que seja, não significa o fim da relação entre Deus e as pessoas. Esta relação acontece também em outro nível e não naquele meramente aparente. |
É clara a mensagem de Jesus ao reafirmar que aqueles que estão no caminho da salvação não precisam temer nem mesmo o fim dos tempos. A partir do versículo 12 a questão muda de contexto, pois o importante não é os fatos apocalípticos que poderão acontecer mas a atitude e a firmeza dos discípulos até que chegue aquele dia. Jesus explica que tudo o que nos circunda está destinado a acabar, não são realidades eternas. Tudo passará, só Deus, o seu Reino e a sua justiça restará. Porém se a vida estiver “ancorada” em Deus, nada poderá fazer com que se vacile. Esta visão de que tudo na história se move a uma realização plena é uma das características do Evangelho de Lucas.
Para ele chegará o dia em que Deus fará novas todas as coisas. Lucas percebia também que até chegar este novo dia, a prova e a tribulação serão realidades cotidianas, já que tudo acontece num mundo onde impera a vontade dos poderes e não a vontade de Deus. As adversidades da vida podem servir, na visão de Lucas, para fazer perseverantes aquele que confiam do caminho de Jesus. Bela é a visão de perseverança deste Evangelho ao dizer que esta é a virtude de quem, tendo os olhos fixos numa verdade, não se deixa desviar por nada e por ninguém no seu caminhar em direção àquela verdade. A salvação é, em meio às ondas deste mundo, sermos firmes e fortes no Deus de Jesus.
ORAÇÃO
Dá-me, Senhor, a tua força, enche-me com teu Espírito, para que eu possa ser perseverante na tua palavra e nos teus ensinamentos. Dá-me também humildade e sabedoria para que meu testemunho seja caminho de luz para meus irmãos. Amém.
AGIR
Faça forte o teu testemunho de vida, confiando no Senhor e servindo-o na Comunidade.
LEITURA Os Saduceus, uma corrente judaica muito forte, composta principalmente pela aristocracia sacerdotal (os grandes) de Jerusalém, reconhecia somente os livros da Torah (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio) como inspirados por Deus e não acreditavam na ressurreição, distinguindo-se, neste ponto, dos Fariseus que tinham uma ideia imperfeita da ressurreição. O Evangelho relata que os Saduceus querendo colocar Jesus em dificuldade quanto a este tema da ressurreição, falam de um caso hipotético de uma mulher que teve que se fazer esposa de sete irmãos pois sempre ficava viúva sem ter tido filhos. A lei dizia que ela deveria ser assumida pelo irmão seguinte na hereditariedade. |
MEDITAÇÃO
A pessoa humana está sempre em relação com seu Criador, tanto que para nós cristãos, a definição mais apropriada para o nosso “eu” é aquela tantas vezes repetida nos Salmos: “eu sou tu, ó Senhor. Tu que me dá a vida, que me faz respirar, me faz caminhar, que me faz ser quem sou”. No texto do Evangelho deste domingo, Jesus não faz uma teologia do matrimônio, mas sim uma reflexão a cerca da ressurreição, ou então da vida para Deus. Porém, uma coisa é crer na vida eterna e outra é imaginar como será. Por isso Jesus diz que aqueles que são dignos da vida eterna e da ressurreição tem a consciência de que há uma outra relação de vida e de fé. A ressureição não é conceito que se aplica às relações deste mundo, mas àquelas com o Deus da vida. Neste sentido a esperança da ressurreição se fundamenta justamente em Deus, pois para Ele todos vivem, seja aqueles que estão aqui seja aqueles que já partiram daqui. Nós estamos certos do amor infinito de Deus e é justamente desta certeza que deriva a fé na ressurreição tal como Jesus nos apresentou. Deus não nos abandonará na morte pois amar alguém significa dizer: tu jamais morrerá em mim. É esta fé, a fé no Deus vivo e verdadeiro, no Deus da história dos nossos patriarcas da fé, e também no Deus da história da nossa própria fé, esta fé que vence tudo, porque reconhece em tudo a grandeza da ação de Deus presente até mesmo quando tudo parece estar perdido. É justamente este, o testemunho que nos vem da primeira leitura quando descreve a firmeza dos sete irmãos Macabeus no meio da perseguição. Eles morrem reconhecendo que a vida pertence a Deus e Nele se tem a esperança de viver de novo. Pela resposta que Jesus dá à pergunta dos Saduceus podemos dizer: 1) a ressurreição não é apenas um despertar da morte para retomar a vida de antes. A vida em Deus é uma realidade completamente nova e diferente desta; 2) A ressurreição não é uma continuação da vida que vivemos neste mundo, vivendo-a em outra parte do universo, mas é ser totalmente outro, na união com Deus. É a realização da vida plena. A Liturgia deste domingo nos dá a oportunidade de aprofundar um aspecto fundamental da nossa fé e que sempre renovamos quando rezamos a Profissão de Fé: “Eu creio na ressurreição dos mortos e na vida eterna”.
ORAÇÃO
Senhor, renova sempre as minhas certezas de fé. Quero ser forte e humilde. Forte para nunca desacreditar na vida que nos vem de Ti e humilde para confiar plenamente na Vossa presença em mim. Amém.
AGIR
Reze o seu dia de ontem. Agradeça e peça. Depois faça silêncio para ouvir a voz de Deus.
A NOSSA ORAÇÃO É O REFLEXO DA NOSSA VIDA
Na última parte da viagem de Jesus a Jerusalém, Lucas coloca a Parábola do fariseu e do publicano. Duas figuras muito típicas do tempo de Jesus que, por si, representam duas maneiras bem diversas de rezar no Templo, e por isso mesmo, de viver a vida. A oração do fariseu é irrepreensível sob o ponto de vista formal, tanto que Jesus não o condena, mas é sem vida, estéril, porque tinha como finalidade a auto exaltação. A oração do publicano, ao contrário, assume a característica dos pobres, |
A oração é o reflexo da vida. Nela podemos descobrir a verdade da nossa própria existência e aquilo que motiva os nossos pensamentos, as nossas escolhas e os nossos comportamentos diante de Deus e do mundo. Na oração, aquele que tem fé, descobre também o próprio caminho de conversão e encontra a força para poder realizá-lo. Porém, sempre na condição de que a oração pessoal seja uma oração capaz de vencer o limite do próprio ego para ser invocação, escuta, pedido de perdão, adoração, louvor, silêncio... diante de Deus. A oração do fariseu da parábola contada por Jesus é uma oração vazia, sem Deus, capaz de ser somente uma representação, porque o centro não está em Deus e na sua ação na vida de cada um, mas sim em si mesmo e no seu próprio mundo. Olhando com estes olhos o texto da parábola, veremos que os dois, fariseu e publicano, rezam no templo, no mesmo lugar, porém aquilo que eles esperam daquele momento de oração é bem diferente: um espera a recompensa, no caso o fariseu; o publicano espera a misericórdia. Não se trata aqui de simplesmente dois “jeitos” de rezar, mas de dois “caminhos” distintos para rezar: um toma o caminho do orgulho, reza de pé, satisfeito por não ser igual a todo mundo, sua oração é longa tanto quanto arrogante, não precisa de Deus e dos irmãos para se salvar, salva-se pelas suas próprias convicções. O outro, pobre e simples, não só economicamente, mas de espírito e na humildade, reconhece sua pequenez e a grandeza da misericórdia de Deus, reza de cabeça baixa, sua oração é breve: “Meu Deus, tende piedade de mim, que sou pecador...”. Para o espanto daqueles que ouviram Jesus contar a parábola, Ele afirma que o pobre publicano voltou para casa “justificado” por Deus, em outras palavras, tornado justo, isto é, reconciliado, por pura graça de Deus mas, também, por ser sincero e verdadeiro naquilo que rezava. Jesus quer uma oração que seja do coração e na verdade. Vivemos numa época em que temos a sensação que sabemos tudo, porém falta em nós um conhecimento muito importante, o mesmo conhecimento que faltou ao fariseu, o conhecimento de nossa própria condição humana e espiritual. A partir deste evangelho, precisamos refletir duas perguntas que ficam bem evidentes a partir da parábola de Jesus: 1) Como me coloco diante de Deus para rezar? Com tudo o que pensamos que somos ou com toda a humildade de nossa pequenez diante daquele que nos conhece porque nos criou. 2) Com que mentalidade rezamos? De alguém que necessita de Deus ou de alguém que se justifica por si só, de alguém que olha para os outros só para fazer comparações e não para tê-los como verdadeiros irmãos. Ficam estas duas perguntas para ajudar a sermos mais de Deus e menos de nós mesmos.
ORAÇÃO
Na simplicidade do meu ser, recorda-te de mim, ó Pai, pois quero ser filho(a) da tua infinita misericórdia e do teu imenso amor. Amém.
AGIR
Na primeira oportunidade que você entrar numa igreja, tente fazer uma oração de silêncio, sem pensar em nada, sem falar nada... Faça o silêncio ser a sua oração e deixe Deus agir em você.
UM SÓ VOLTOU PARA AGRADECER..
LEITURA O texto do Evangelho deste domingo é colocado na “sessão samaritana” do Evangelho de Lucas, que compreende os capítulos 17 a 19. Pela terceira vez Lucas reforça a notícia que Jesus está seguindo para Jerusalém (Lc 9,51; 13,22; 17,11). Mais do que uma precisão geográfica de onde Jesus estava, esta referência revela a surpreen-dente resposta positiva dos “estrangeiros” aos ensinamentos de Jesus. Dos dez leprosos, um só, não judeu, se mostra agradecido àquilo que Jesus fez por todos. Jesus diz a ele: “Levanta-te e vá, a tua fé te salvou”. |
MEDITAÇÃO
Jesus atravessa a Samaria e a Galileia. No caminho ele encontra dez leprosos. A lei declarava os leprosos como impuros e os fazia viver longe da cidade e do convívio das pessoas, além de obriga-los a viver sozinhos. Aquele que os tocassem também se tornava um impuro. Jesus faz o seu quarto milagre na caminhada para Jerusalém, e como em todos os milagres narrados por Lucas, o mais importante não é o milagre em si, mas o ensinamento que brota dele. Lucas não só relata a cura de uma doença, mas nos leva, com seu texto, à compreensão da missão de Jesus que, para Lucas, é principalmente devolver a possibilidade de se viver em comunidade. A missão de Jesus e a gratidão, dois temas presentes nesta história, são muito especiais em toda a reflexão que Lucas faz de Jesus. Em muitas outras passagens este Evangelista fala de pessoas que ficam admiradas com o que Jesus diz e faz e por isso louvam a Deus. Para Lucas, Jesus revela o Deus misericordioso, por isso que o grito dos leprosos tem um significado especial: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós” (v. 13). A palavra “compaixão” é a base do pedido dos leprosos pois eles mesmos tinham o pensamento sobre si de que eram pecadores. Jesus entra na pobreza e na dor de cada um dos dez leprosos, mesmo conhecendo a lei, e oferece, pela palavra e pelo gesto, a cura de todas as paralisias, principalmente àquela que os fazia acreditar que eram impuros e pecadores. A ação de Jesus promove a vida, modifica o pensamento e limpa os dez leprosos de todas as feridas. Mas, foi somente o samaritano que “percebeu” (esta é a palavra que é usada no evangelho: “percebeu”) a ação de Deus nele. Com certeza este termo tem um significado bem maior do que somente “viu que ficou curado”. Então a sua volta a Jesus significa conversão. A atitude do leproso que voltou é de “dar glória a Deus”. “Levanta-te” é a palavra que faz “ressuscitar” a vida no samaritano leproso e é a palavra de Jesus a cada um de nós que precisamos de mais vida e de mais coragem.
ORAÇÃO
Espírito Santo de Deus, chama que arde e purifica as impurezas de nossa vida, faça-nos capazes de amar a vida, amar o bem, amar a fé, amar a graça da vossa presença em nosso dia a dia. Espírito Santo de Deus, sopra sempre em nossos ouvidos esta palavra de Jesus: “levanta-te”. Amém.
O BEM MAIOR LEITURA Grande mudança ou sofrimentos, decepção, indiferença e opressão. O Profeta Habacuc se faz porta-voz dos oprimidos e espera a resposta de Deus como um “guarda em pé na muralha”. Deus lhe assegura: o fim dos sofrimentos já está marcado. O justo que é oprimido não vai sucumbir, porque a sua fé o fará seguro e firme. . |
MEDITAÇÃO
São Lucas descreve o verdadeiro discípulo de Jesus como aquele que tem fé e se faz servidor justamente por causa desta fé. Fica muito claro neste Evangelista que a fé significa adesão a Jesus e a sua proposta de vida. Por isso a fé do discípulo precisa ser inabalável. Toda esta reflexão vem do próprio pedido dos Apóstolos a Jesus: “Aumenta em nós a fé”. A partir deste Evangelho podemos fazer uma boa reflexão sobre nossa vida de fé e de serviço ao próximo e a Deus. Os discípulos, aqui neste Evangelho, revelam a experiência de toda pessoa - acreditamos em Jesus, queremos seguir a sua pessoa e o seu projeto, mas a vida se encarrega de demonstrar como é fraca a nossa fé - quantas caídas, traições, incoerências, recaídas!... Jesus, na sua resposta, enfatiza tanto a necessidade da fé quanto da sua força. Podemos nos perguntar, à luz deste Evangelho, que força tem a fé em nossa vida? A comparação que Jesus faz nos assusta e nos leva a pensar que a fé que temos é nada diante da fé que o Mestre nos propõe. Jesus, com suas palavras coloca em crise a nossa fé, pouca ou grande, mas como conseguiremos tamanho prodígio tal como dizer a árvore saia daqui e vá pra outro lugar? E olha que Jesus diz que uma fé do tamanho de um grão de mostarda, isto é, do tamanho da menor semente, já seria suficiente. É interessante que este trecho de Lucas não revela qual teria sido a razão dos discípulos fazerem aquela pergunta a Jesus, mas o mais interessante é que se olharmos o texto precedente a este, veremos que fala do perdão ao irmão que se arrepende, será justamente esta atitude que faz com que eles peçam que a fé aumente? É provável, principalmente quando se tem que perdoar o próximo que nos magoa constantemente, as vezes, nestas situações, a paciência e o amor enfraquecem, por isso é necessário muita fé. As leituras deste domingo são um convite a reconhecermos nossa pequenez e a acolhermos com gratidão os dons que nos vem de Deus e, juntamente com a vida, a fé é o maior de todos os dons. Se a fé está em nós como um dom, então ela será sempre grande e forte, ou melhor, do tamanho justo, porque nos vem do Criador.
ORAÇÃO
Livra-me, Senhor, de cada atitude que eu possa ter de arrogância. Reveste-me com tua misericórdia. Dá-me um futuro pleno de graça e de luz e um incondicional amor pela vida. Senhor, faça-me forte com minha fé. Amém.
AGIR
Tente fazer alguns instantes de silêncio, um silêncio um pouco mais profundo, para escutar o que a voz de Deus fala ao seu ouvido.
ESTEJAM SEMPRE PRONTOS!
O Livro da Sabedoria descreve a história de um povo marcada pela presença de Deus que acompanha e confirma os seus passos que, não sem esforço, por sua vez, vai confiando em seu Deus. É também a história de um Deus que une seu povo num só caminho de vida e testemunho. Podemos dizer que é a história do povo marcada, em cada circunstância, pela mão de Deus, em outras palavras, mais que ser uma simples história, é a história de Deus na vida daquelas pessoas. Jesus soube dizer isso de uma forma muito significativa no capítulo 12 do Evangelho de São Lucas.
“Estejam sempre prontos” é a palavra que Jesus diz e repete aos seus discípulos. A esta palavra Ele indica também o modo como aqueles que são seus devem se preparar para esperar e receber o Mestre e o seu Reino. “Estejam sempre prontos”: na lógica moderna este convite tem, ao menos, dois significados: o primeiro é aquele que revela uma certa ameaça de quem o pronuncia, é como dizer “fique atento, senão...”. O segundo significado é aquele ligado à eficiência, não desligar a atenção para fazer as coisas sem errar. Estar atento hoje é igual a fazer acontecer as regras e os protocolos de forma precisa. Porém, este não é o significado que o Evangelho dá. No “estar pronto” de Jesus tem um conteúdo de amor pelos seus, pois Ele deseja a salvação de todos; não é uma ameaça, mas é o cuidado de quem não quer perder “nenhum daqueles que o Pai em deu”. Mas, a palavra de Jesus também não é algo ligado à eficiência, à prontidão, a códigos estabelecidos... A prontidão que Jesus fala e que deve ser a atitude de seus discípulos é aquela do Evangelho, aquela que do coração livre, puro, envolto na misericórdia de Deus, sem “correntes” que o impeça de ver e encontrar o próprio Jesus. “Estejam prontos”, devemos lembrar muitas vezes desta expressão em nossa vida de fé, porque muitas vezes só recordamos desta expressão de Jesus diante de alguma dificuldade da vida ou da saúde. “Estar pronto” não é só para a hora definitiva da vida. “Estejam prontos” é a verdade de Jesus para dizer que Deus está sempre buscando estar perto de nós, que está sempre encontrando-se conosco nos acontecimentos da vida. É a maravilha do amor, que é o próprio Deus, que vem nos encontrar na nossa vida e na nossa existência. Assim aquela expressão de Jesus muda de sentido pois vem de um coração capaz de revelar a grande verdade do amor do Pai por nós. Ele não vem para condenar, por isso estejam prontos, mas Ele vem para mostrar mais ainda o seu amor, por isso “onde está o teu tesouro, está também o teu coração”.
ORAÇÃO
Senhor, quero estar sempre pronto(a) para Ti e para meus irmãos. Pronto(a) a nos encontrarmos como, quando e no tempo que Você desejar, por teu amor, Senhor, faça o meu amor Te reconhecer, hoje e sempre. Amém
AGIR
Olhe bem para você e veja a presença do amor de Deus em sua história de vida.
VOCÊ NÃO É O QUE VOCÊ POSSUI!
As leituras deste domingo nos fazem ver uma dimensão nova da vida. Fazem com que nos interroguemos e reflitamos sobre qual o “lugar” para o qual tendo o coração de cada um de nós. A vaidade e as coisas efêmeras são os grandes males do nosso mundo porque nos distanciam da lógica do Evangelho e do desejo das coisas eternas que o Deus-Amor nos propõe. É a lógica do Cristo Ressuscitado que deve nos iluminar sempre...
O Evangelho de São Lucas quase sempre descreve Jesus como aquele que é capaz de dirimir as dúvidas e as questões delicadas. Jesus tem sempre uma palavra certa para cada momento de seu ensinamento, mas, como sempre acontece com a Palavra de Deus, não é simplesmente mais uma resposta a mais uma pergunta. Na verdade, a frase central que Jesus diz, contando a parábola - “a vida não depende daquilo que se possui” – representa uma “reviravolta” como centro da nossa reflexão: o centro está na nossa própria vida. De fato, o que conta verdadeiramente na vida? Embora se fala do desapego das coisas materiais, muitos são os que permanecem naquilo que é fútil, como se aquilo fosse a coisa ideal para a realização da felicidade. Mas, na nossa vida quais são as verdadeiras riquezas que contam? Quais são os valores sobre os quais baseamos as nossas escolhas e a nossa serenidade? Na nossa vida o que vale mais do que o amor, a fé, a justiça, a paz e o perdão? Não de trata de um exagero, mas especialmente neste tempo onde tudo é líquido, há um limite muito pequeno entre a necessidade de garantir o futuro e a vontade que escurece o coração, por tudo aquilo que é material. Ao contrário, no Evangelho de Lucas, através das palavras de Jesus, se coloca uma questão relativa à boa e verdadeira vida. A vida não pode ser vista somente com os olhos daquilo que é efêmero, mas deve abrir-se à eternidade, que só quem crê e espera em Deus poderá vislumbrar. Não se trata também somente de viver uma vida sem exageros e sem apegos materiais, mas se trata, com maior razão, de viver a nossa vida na perspectiva do “paraíso” onde Deus é fonte de todo bem e de toda a justiça. Deus é a realização que basta a todos, porque Ele está em todos nós e sempre estará, passarão os tempos e Ele será o “Deus sempre conosco”, antes e depois da nossa hora, como diz o Evangelho, a menos que o substituamos por aquilo que aparentemente nos dá segurança, mas só aparentemente.
ORAÇÃO
Senhor Jesus, ajuda-me a cuidar da minha vida não por aquilo que tenho, mas pela capacidade de deixar-me “plasmar” por Ti. Aumenta em mim o desejo do Paraíso ainda aqui na terra. Conceda-me um coração que seja capaz de descobrir e viver aquilo que é essencial de uma vida alicerçada no teu amor e na tua presença. Que eu faça do teu desejo, Senhor, a minha maior esperança. Amém.
AGIR
No seu agir desta semana tente viver tudo numa nova perspectiva, a do Paraíso de Deus.
A FORÇA DA ORAÇÃO
Abraão reza com insistência para obter misericórdia. Paulo comunica a graça do perdão. Jesus ensina a rezar para se ter a misericórdia e os dons do Espírito.
MEDITAÇÃO Jesus, o mestre que ensina o autor de tantos prodígios, é também modelo de oração. A oração perpassa toda a história da salvação e a pessoa que reza vai além da história e coloca em Deus a sua esperança. Jesus rezava frequente e profundamente, as vezes mesmo durante a noite. Para Jesus, a “conversa” com o Pai dava sentido à sua “conversa” com as pessoas. Para os discípulos deve ter sido uma experiência única e fascinante, pois observando que Jesus rezava eles sentem a necessidade de pedir: “Senhor, ensina-nos a rezar”. Se é este também o nosso pedido a Jesus, façamo-lo com confiança e sereni-dade. Jesus se dirigia ao Pai como filho. Assim devem fazer os seus discípulos, usando não muitas palavras, mas abrindo o coração ao Pai, com abandono. Este abandono é importante para rezar como Jesus rezava. Num outro momento, Jesus disse para sermos como crianças que confiam no pai, e em cujas mãos se sentem seguras. Deus é Pai de todos, Ele é Pai Nosso e nós somos irmãos. |
ORAÇÃO
Ensina-me a rezar com o coração de filho, Senhor. Quero para mim tudo aquilo que é agradável para Ti, para que eu saiba viver, falar, agir, amar como Tu. Pois só quando eu for verdadeiramente teu filho(a) serei feliz.
AGIR
Cada dia faça sair do seu coração a oração do Pai Nosso. Assim sentir-se-á unido a todos os cristãos que rezam de coração. Agindo assim você terá um tesouro para dividir com todos: a sua própria oração.
JESUS |
Deus visita o seu povo. Esta é uma verdade .desde sempre. Na encarnação é Ele mesmo que vem habitar com o seu povo, sendo um de nós. Ele visita uma família, a família de Nazaré, e assim se faz presente em todas as famílias, para revelar com sua palavra, o dom e a força do seu amor. Falando a Marta e Maria, Jesus fala a cada homem a cada mulher. Neste Evangelho Jesus é o portador da palavra. Se é ele que fala, nós somos aqueles que devemos ouvir. Quem fala tem algo a dizer, a propor, a ensinar, a dar... Quando Jesus fala, comunica uma riqueza que encanta o coração de quem o ouve. O cristão que escuta é porque está procura alguma coisa, quer conhecer, aprender, quer ir além da sua pessoa, quer encontrar uma novidade, a verdade, a alegria... Quando é Jesus aquele que fala, suas palavras são de vida eterna e quem o escuta com atenção encontra Deus e vai além de si mesmo, encontrando as razões para uma vida de doação. Vai além das coisas que passam e encontra na vida a grandeza de Deus. A Palavra de Deus é o próprio Deus. Por isso que Jesus diz que a palavra perma-nece para sempre, sem que se troque uma vírgula, porque Deus é para sempre. É fundamental a caridade de Marta que acolhe o Mestre com o seu serviço, mas também é muito essencial a atitude de Maria que escuta e acolhe a Palavra, deixando-se contagiar por ela, ela se deixa transformar, quer guardá-la no seu interior, quer traduzi-la em vida nova. A Palavra escutada no silêncio provoca algo de novo, que faz com que nos abramos a todos os gestos de caridade e a todas as formas de acolhida. É a Palavra de Jesus que nos ensina a amar, e amar para sempre. É da Palavra escutada, meditada, guardada no coração e colocada em prática no dia a dia, que surge o caminho que nos leva à salvação. Jesus mostra que a verdadeira escolha é escutar, ou então, ouvir a Palavra que vem de Deus. Não há aqui um contraste entre uma vida mais ativa ou uma vida mais contemplativa, mas sim, que primeiro de tudo vem a Palavra de Deus. É desta Palavra que se tem necessidade para dar significado à nossa existência cristã. Quem se preocupa com as cosias que tem para fazer, arrisca perder o essencial. O essencial é ouvir, ouvir o Mestre.
ORAÇÃO
Fala, Senhor, que o teu(a) servo(a) escuta. Dá-me a graça de encontrar o tempo para deixar algumas coisas a fim de dar mais atenção à Tua palavra, na qual eu creio firmemente pois só ela pode alegrar o meu coração e comprometer a minha fé.
AGIR
Tente fazer que seu agir, cada atividade, até mesmo aquela profissional, seja inspirada na Palavra de Jesus. Mas deseje também sempre escutar o Jesus diz no Evangelho.
O MANDAMENTO DO AMOR.LEITURA Moisés proclama o mandamento que faz Deus estar próximo das pessoas. Paulo apresenta Jesus como a imagem visível do Deus invisível. Jesus, com uma belíssima parábola, faz com que vejamos Deus no próximo, quando nos aproxi-mamos com amor. MEDITAÇÃO Um doutor da lei conhece perfeitamente os manda-mentos de Deus. No caso do evangelho, ele faz a pergun-ta a Jesus não para demons-trar humildade, mas para provoca-lo e julgá-lo. Aben- |
ORAÇÃO
Senhor, os teus mandamentos são a nossa lei, o teu amor é a regra da nossa vida, o teu exemplo é o caminho que quero seguir para fazer visível o Deus que ama e que existe dentro de mim. Ajuda-me a ser igual a Ti, sempre próximo, pois assim Te sinto, próximo de mim. Amém.
AGIR
Procure fazer-se sempre próximo primeiramente sendo grato às pessoas, vivendo a compaixão e a atenção recíproca, para que cada vez mais o mundo acredite na força do amor.
POR AMOR
Jesus está decididamente dirigindo-se para Jerusalém (cf. Lc 9,51-62) como a última etapa de sua vida terrena. Passando pela Samaria, experimenta o fechamento dos Samaritanos. Depois encontra três personagens diversos entre si, mas todos querendo segui-Lo por algum motivo. Para os três Jesus tinha um projeto. Aqui repete-se a mesma experiência feita por Elias quando unge Eliseu e o chama para o seu serviço (Primeira Leitura). Na vocação de seguir Jesus, ainda hoje é valido, “caminhar segundo o Espírito” e “deixar-se guiar pelo Espírito”, indicado na leitura de São Paulo aos Gálatas.
MEDITAÇÃO
Todas as vocações que são apresentadas hoje na Liturgia da Palavra, se resumem na palavra CARIDADE (no sentido de amor total). Eliseu dá tudo aquilo que possuía, o boi, com o qual arava a sua terra, para seguir a Elias. O discípulo de Jesus, segundo as palavras de São Paulo, torna-se uma pessoa aberta para os outros e não fechado em si mesmo, e assim aberto a viver a caridade no serviço concreto aos irmãos. Jesus – diz São Lucas – “se dirige decididamente a Jerusalém” (v. 51). É o amor pelo Pai e o desejo de cumprir a sua vontade que o faz tomar esta decisão tão firme. Antes dos três chamados que se fala no Evangelho de hoje, temos a vocação do próprio Jesus. Notemos como Jesus, mesmo diante da não aceitação dos samaritanos, teve uma atitude de amor, de paciência e de caridade. São Cirilo de Alexandria considera este aspecto a preparação para enfrentar a paixão agora já eminente e para ensinar aos discípulos como agirem na perseguição: “para o próprio bem dos discípulos, Jesus docilmente contém a dureza de suas iras, não permitindo que eles agissem com raiva contra aqueles que haviam pecado. Jesus pede que eles sejam pacientes e mantenham a mente longe de perturbar-se com essas coisas”. O amor é a resposta mais eficaz à violência que os circunda. Um apóstolo da caridade, São Vicente de Paula, nos ensina, escrevendo a uma senhora: “Você verá em breve que a caridade é pesada para se carregar. Mais do que uma tigela cheia de sopa ou um cesto cheio de pão. Mas tu conservarás a tua docilidade e o teu sorriso. Dar a sopa e o pão não é tudo... Será unicamente por teu amor, somente por teu amor, que os pobres compreenderão o pão que tu lhes dá”.
ORAÇÃO
Senhor misericordioso, tu me tem dado a coragem de sentir que tens necessidade de mim, dá-me também a força de te amar tanto quanto tu me amas e de ser teu tanto quanto tu precisas de mim.
AGIR
A tua vida interior deveria ser assim: começar... e recomeçar sempre. Esta é a caridade que devemos ter para conosco mesmos.
JOÃO BATISTA OU ELIAS? |
MEDITAÇÃO
Podemos meditar a liturgia da Palavra deste domingo sob três aspectos: 1) O clima de oração que Jesus estava vivendo dá as melhores condições para que Ele faça o anúncio da sua paixão e da sua morte. Somente na oração e no confiante abandono ao Pai, se compreende e se aceita o mistério da cruz. 2) O anúncio da paixão é um convite a voltar o olhar para Aquele que morreu por nós na cruz. São Clemente I, na sua Carta aos Coríntios, convida à esta contemplação do sangue de Cristo dado na cruz: “Tenhamos os olhos fixos no sangue de Cristo, para compreender o quanto Ele é precioso diante de Deus: o sangue de Cristo na cruz foi para a nossa salvação e trouxe ao mundo inteiro a graça da penitencia”. 3) A cruz de Jesus é a minha também. O que nos une a ela é o batismo, quando a vida de Jesus se é transferida para a nossa vida. Depois do batismo pensamos como Cristo, agimos como Ele, fazemos as mesmas escolhas que Cristo fez. Ser de Cristo quer dizer, tomar a cruz, a própria cruz, como Cristo assumiu a sua. Comenta São Jerônimo: “Quando falo da cruz, não penso na madeira, mas na paixão... Que coisa se diz nos Evangelhos se não aquela palavra que diz, “cada dia tome a sua cruz e siga-me”. “Observa aquilo que é dito: até que a vossa alma não esteja pronta para a cruz, como a minha por vocês, vocês não poderão ser meus discípulos”. É interessante que, na narração da paixão, naquele episódio aparentemente secundário de Simão Cirineu que carrega a cruz de Jesus (cf. Mt 27,32), se fala do convite ao discípulo de carregar a sua cruz também.
ORAÇÃO
“O Jesus, faz brilhar na frente de meus olhos o ensinamento da cruz e faça que eu a abrace. Faça também que eu possa dizer que só sei de uma coisa: que vós, Jesus, sois o Jesus Crucificado” (Beato Charles de Foucauld).
AGIR
Lute contra aquela fraqueza que te faz fraco e descuidado na vida espiritual.
O CORAÇÃO DA VIDA |
MEDITAÇÃO
Na sequência que é lida ou cantada antes da proclamação do Evangelho da missa de hoje, há alguns versos de um profundo significado espiritual que nos introduzem no espírito da celebração deste dia: “Hoje a Igreja te convida: ao pão vivo que dá vida, vem com ela celebrar! Este pão que o mundo creia, por Jesus na Santa Ceia, foi entregue aos que escolheu. Nosso júbilo cantemos, nosso amor manifestemos, pois transborda o coração!”. Tudo na celebração deste dia se faz convite para alimentarmos nossa fé com o “alimento da vida eterna”, o Cristo Senhor. A Eucaristia é o coração da vida da Igreja. Hoje contemplamos a presença sacramental de Jesus na Eucaristia celebrada pela comunidade reunida. Foi o próprio Cristo, na sua Última Ceia com os Apóstolos, que nos deu este dom de si mesmo, nos sinais visíveis do pão e do vinho. Como sempre rezamos na missa, oferecemos ao Senhor como comunidade reunida, o “pão da vida e o cálice da salvação”, alimentos para quem está sempre a caminho rumo à casa do Pai. O Evangelho nos fala que os discípulos estavam cansados depois de vários dias andando de povoado em povoado em missão. Por isso o Mestre os levou a um “lugar deserto e afastado em direção a Betsaida”. Recordemos que foi em Betsaida e nos seus arredores onde Jesus realizou muito dos seus milagres (Lc 9,10). Porém, as multidões foram até eles e Jesus não só as acolheu como também passou a “falar-lhes sobre o Reino de Deus e restituía a saúde a todos os que precisavam de cura” (v. 11). É a compaixão de Jesus por aquele povo que o faz agir e o faz comprometer os seus discípulos neste mesmo amor de doação. O fato vivido em pleno deserto e a necessidade de dar de comer àquela gente que tinha fome será um sinal da futura missão dos Discípulos que Jesus os faz experimentar como graça e compromisso ainda estando com eles: “Dai-lhes vós mesmos de comer... Mas só temos cinco pães e dois peixes...” (v. 13). O fato é que os Apóstolos não tinham ainda compreendido que o alimento que sacia a fome é o próprio alimento que Deus concede. O alimento é dom de Deus, porém é preciso que aqueles que seguem Jesus sejam instrumentos do Pai para, no meio do povo e com o povo, preparem e providenciem tudo, a fim de que todos sejam saciados. Esta é a missão e o ensinamento que brota da “multiplicação dos pães” e Jesus fazendo isso ao ”erguer os olhos para o céu, pronunciar a oração de bênção e partir os alimentos para serem distribuídos” (v. 16), torna aquela ação um verdadeiro milagre que une o povo e faz comunhão a partir da presença de Deus nos gestos humanos. É por isso que na Solenidade Litúrgica de hoje, à luz deste texto do Evangelho, a Igreja pode afirmar que a Eucaristia é o sacramento do dom de Deus. É o próprio Deus que se dá em alimento de vida e que nós o recebemos em sinal de compromisso e de fé. Alimentemo-nos sempre deste Pão Vivo que nos faz testemunhas da ação compassiva de Deus, diante de um mundo que tem necessidade de um alimento perene feito palavra e comunhão. Como dizia Madre Tereza de Calcutá, sempre que olhamos para a Hóstia Consagrada, podermos compreender o quanto Jesus continua a nos amar ainda hoje...
ORAÇÃO
Sl 109: “Tu és príncipe desde o dia em que nasceste; na glória e esplendor da santidade, como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei”.
AGIR
Reze pela Igreja, especialmente pela sua comunidade, para que seja sempre espaço aberto à comunhão com Cristo.
GLÓRIA AO PAI, |
MEDITAÇÃO
Três pessoas e um só Deus. Três naturezas em uma só unidade. Três realidades numa só e única igualdade. A Trindade é ao mesmo tempo um mistério profundo, mas também uma realidade presente no cotidiano do anúncio e da espiritualidade da Igreja. Neste mistério podemos ver o quanto é inesgotável o amor de Deus: Deus é Pai criador, Deus é Filho redentor, Deus é Espírito Santo defensor. Esta declaração que proclamamos na Liturgia desta Solenidade é anunciada como verdade de fé desde o Oitavo Século. Muitas pessoas, ao longo da história quiseram aprofundar este mistério para, a partir dele dar razões à nossa fé. Porém, não obstante o esforço que tiveram por nos fazer compreender tal profundidade, nós bem sabemos que o único modo de compreender esta relação perfeita é contemplando Jesus Cristo. É Jesus que reforça a ação dos Discípulos, prometendo-lhes o Espírito Santo que será portador da verdade do Pai, já anunciada pelo Filho e que será experimentada como memória que o Espírito Santo recordará aos Discípulos enquanto estes estiverem no mundo. O Espírito vem para conduzir, para levar o Povo de Deus pelo caminho do Reino pois como diz o Evangelho de hoje, é Jesus que diz que “Quando virá o Espírito da verdade, ele vos conduzirá à verdade plena” (Evangelho, 13). O certo é que ao celebrarmos a Solenidade de hoje, devemos que ter a consciência de que podemos amar do mesmo modo como Jesus amou, porque o amor de Deus “foi derramado em nossos corações pelo Espírito que nos foi dado” (2ª Leitura, v. 4). Este profundo ensinamento que vem do Evangelho, nos deve fazer confiar na ação da Trindade em nosso mundo através de nós. A Trindade é a mais perfeita comunidade, modelo e orientação para todo cristão em seu agir no mundo como Igreja. É belo e nos enche de esperança saber que como comunidade de “batizados, estamos em paz com Deus” (2ª Leitura, v.1) e não devemos temer as circunstâncias da vida que ameaçam a firmeza da nossa fé, pois sempre teremos conosco a presença do Espirito Santo que nos ajudará a responder aos desafios de cada tempo e a interpretar cada novo momento da vida, sempre à luz da mensagem de Jesus. É o Espírito da Verdade que conhece o Pai e que conhece o Filho, que tornará sempre presente a proposta de Jesus no coração do discípulo e no coração da comunidade unida para o anúncio da Boa Nova. Assim, como nos atesta o Evangelho de hoje, o Espírito é a presença divina na comunidade cristã. Somos convidados, por toda a Igreja, a contemplar este grande mistério de um Deus que é amor e que através do seu plano de salvação, tornado realidade no meio de nós por Jesus, e continuado pelo Espírito presente na caminhada dos que tem fé, nos chama a sermos homens e mulheres novos na comunhão e na plenitude da vida em comunidade. É esta consciência que devemos ter em nosso pensamento e em nosso coração quando, no início de cada Celebração Eucarística, dizemos “amém” à oração que diz assim: “A graça e a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo, estejam sempre com vocês”... A liturgia deste domingo nos faz conhecer a realidade do amor que existe neste grande mistério de Três Pessoas e um só Deus.
ORAÇÃO
Salmo 8: Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo.
AGIR
Procure reforçar a sua fé no amor da Trindade Santa.
MEDITAÇÃO
Lucas, no Livro dos Atos dos Apóstolos, coloca a experiência que a comunidade faz do Espírito Santo justamente no dia de Pentecostes. O Pentecostes era uma festa judaica celebrada cinquenta dias após a Páscoa e em tal data se agradecia a Deus pela colheita da cevada e do trigo. Mais tarde tornou-se a festa que celebrava a aliança, isto é, a recordação de quando Moisés recebeu as Tábuas da Lei no Sinai e a constituição do Povo de Deus. Ao colocar neste dia o dom do Espírito, Lucas reforça o sentimento de que o Espírito é a nova aliança que agora constitui a comunidade do Povo de Deus, dinamizada pelo compromisso de anunciar o Evangelho de Jesus Cristo. É o Espírito que tornará presente, no coração de cada discípulo, os novos apelos do Senhor. Portanto, o Espírito Santo faz dos Apóstolos os mais fiéis anunciadores do perdão e do amor do Pai: “Recebei o Espírito Santo, a quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados” (Evangelho, v. 23). A graça que nos vem de Deus nos transforma sempre em pessoas comprometidas com o anúncio do Reino e da verdade que nos vem do Pai. O perdão é a realidade mais profunda e mais forte que brota da Ressurreição de Jesus. Quis o Pai, que pela morte do Filho, todos os pecados da humanidade fossem remidos na graça da vida que se renova em eterno. Jesus ressuscitou vencendo a morte e deste jeito vencer a morte das mortes que é aquela que toma conta de nós e de nossa fé quando vivemos uma condição de pecado. A graça é vida. O pecado é morte. A graça é a presença do Pai. O pecado é distância de Deus. A graça é viver em Cristo. A morte é viver escravo do mal, da injustiça e do egoísmo. Se neste dia o Cristo deu aos Apóstolos e a toda a Igreja a força do Espírito Santo prometido, é para que a Igreja se faça reconciliadora e misericordiosa, perdoando os pecados daqueles que arrependidos, abrem-se à escuta e ao testemunho da Palavra de Deus. É por isso que hoje celebramos o Espírito Santo como dom de Deus a todos os que permaneceram fiéis às promessas (Evangelho, v. 19). É o Espírito quem dá vida, quem renova, quem transforma, quem constrói e que é fonte de sabedoria e de amor a Deus. É o Espírito que faz nascer o novo no mundo e no coração de cada pessoa fazendo-a “lugar” sagrado da presença de Deus. O Espírito Santo que celebramos neste dia é santificador e redentor. Ele é a força de Deus, representada nas leituras deste domingo, como línguas de fogo que tornam possível o surgimento de comunidades reunidas pela mesma experiência de uma fé interior, onde nascem a liberdade, a comunhão e o amor fraterno. A comunidade onde a ação de Deus se dá pelo seu Espírito é a “nova comunidade” chamada a anunciar a Boa Nova de tal forma que todos a compreendam, fazendo possível e concreta a vida de partilha, de solidariedade e de fraternidade. A comunidade renovada no Espírito do Senhor é uma comunidade de irmãos, reunidos por causa de Jesus e da sua Palavra. Hoje devemos rezar assim: Vem Espírito Santo de Deus, vem e renova a face da terra, e faça nova toda a nossa vida. Amém.
ORAÇÃO
Salmo 103: Bendiz, ó minha alma, o Senhor. Senhor, meu Deus, como sois grande! Como são grandes, Senhor, as vossas obras! A terra está cheia das vossas criaturas.
AGIR
Em oração, peça a graça dos dons do Espírito Santo para a tua vida.
MEDITAÇÃO
Celebrar a Ascensão do Senhor é completar o mistério de Cristo morto e ressuscitado, na sua plenitude. No ensinamento e na espiritualidade daquilo que hoje celebramos, está a palavra PLENITUDE, seja como referência ao tempo certo, seja como referência ao que Paulo escreve aos Efésios, dizendo que “o Cristo foi elevado à plenitude daquele que possui a plenitude universal”. (2ª Leitura, v. 23). Ao celebrarmos a Ascensão recordamos que Jesus está à “direita do Pai”, e continua, ao mesmo tempo, a sua presença na Igreja e entre nós, através do Espírito Santo (cf. Evangelho, v. 49). Tudo está nos planos de Deus. No tempo certo Ele escolheu Maria para fazer vir até nós o seu “Filho único”. No tempo certo o Filho doou sua vida pelo anúncio do Reino do Pai e no tempo certo o Pai e o Filho enviaram o Espírito Santo para fortalecer e dar forma de compromisso evangelizador ao anúncio e ao testemunho daqueles que viveram com Jesus. A atuação divina é sempre assim, transforma o tempo para fazê-lo oportuno à mensagem cristã. Assim a “plenitude” é o que podemos chamar do tempo de Deus (Kairos – o tempo certo de Deus). O Cristo que depois de estar com os seus Apóstolos; de introduzi-los nos caminhos do Pai; de enviá-los em missão pelo Reino; de fortalecê-los pela ressurreição; depois de se fazer ver e sentir por aqueles que o seguiam, aparecendo a eles após a ressurreição e desejando-lhes a paz, este Cristo agora, no tempo certo de Deus, volta ao Pai e transforma toda a sua missão em um compromisso não mais unicamente pessoal, mas também e prioritariamente comunitário. As pessoas que formaram as primeiras comunidades cristãs eram seres humanos como todos os demais. Trabalhavam cotidianamente, viviam como homens, mulheres, crianças e velhos. Conheciam a preocupação e o sofrimento, mas também conheciam a alegria e a felicidade. Elas se perguntavam sobre o sentido da vida e procuravam uma resposta para as questões importantes do existir. E é justamente como resposta de vida que o Evangelho de Jesus chega a todos eles na “plenitude dos tempos”: Deus enviou seu filho, nascido de uma mulher, que viveu a condição humana até a morte, para que assim pudesse resgatar para todos a dignidade de serem chamados “Filhos de Deus” (cf. Ef 4,1). É junto deste Deus, Senhor do tempo certo, que Jesus “está sentado” para que possamos receber “um espírito de sabedoria que nos revele Deus e nos faça verdadeiramente conhecê-lo” (2ª Leitura, v. 17). E que este espírito “abra o nosso coração à luz, para que saibamos a que esperança somos chamados; para que saibamos quanto grande é a glória da nossa herança e quão imenso é tudo aquilo que o Pai fez por nós que cremos” (2ª Leitura, v. 18). Tudo hoje, na Liturgia desta Missa, nos traz a certeza de que no final de um caminho feito de amor e doação, seja o caminho do Cristo, como aquele de cada um de nós que por Ele e com Ele vive, está sempre a vida definitiva na comunhão com Deus. O Evangelho nos fala da bênção que Jesus dá aos discípulos antes de ir para junto do Pai. Bênção que fortalece toda a ação e que confirma que a missão acontece sempre pela graça de Deus. Tudo isso se transforma em alegria, diz o Evangelho (v. 52). A mesma alegria que devemos ter também nós em nossa missão por Jesus nos dias de hoje. Na Festa da Ascensão do Senhor recordemos aquilo que disse Santo Agostinho a cerca de estarmos com Deus: “Tu nos criastes para ti, ó Deus, e nossos corações vivem inquietos enquanto não descansam em ti”.
ORAÇÃO
Salmo 46: Povos todos do universo, betei palmas, gritai a Deus aclamações de alegria! Porque sublime é o Senhor, o Deus Altíssimo, o soberano que domina toda a terra.
AGIR
Faça um tempo de “conversa” com Jesus depois de receber a Eucaristia neste domingo.
“QUEM ME AMA, GUARDA |
MEDITAÇÃO
Há dois detalhes muito interessantes na Liturgia da Palavra deste 6º Domingo da Páscoa. Lembremos que a Liturgia nos prepara para a Ascensão do Senhor (próximo domingo) e o grande Domingo do Pentecostes (domingo seguinte). Os dois detalhes aparecem claramente no Evangelho de João: 1º- Quem ama Cristo, guarda a sua palavra e assim será amado pelo Pai que enviou o Cristo e os dois farão nele a sua morada; 2º- O Espírito Santo, que vem do Pai, fará recordar tudo o que já foi dito e será o Defensor. Ele fará com que o coração “não se perturbe e nem se intimide” (Evangelho, v. 27). Estas duas certezas revelam que a espiritualidade deste Tempo Pascal é profundamente cristológica, pneumática (do Espírito) e Trinitária. Viver a espiritualidade pascal em nossos dias significa viver no hoje de nossa história, tal como Jesus viveu, morrer pelas mesmas causas que Jesus viveu, e ressuscitar para a vida nova tal como Jesus a prometeu. Em outras palavras, à luz do Evangelho de hoje, somos desafiados a amar, confiar, permanecer firmes, seguir na Palavra e fazer acontecer a vontade do Pai em nossa vida pessoal, na história humana e em todo o mundo. Há uma beleza espiritual e ao mesmo tempo um desafio para a fé quando João em seu Evangelho nos fala de “guardar a Palavra” como expressão de nossa aceitação do Cristo. Na realidade, dizendo desta forma, o Evangelista está apresentando à sua Comunidade, a dinâmica do receber a Palavra (ter os ouvidos abertos), guardar a Palavra (ter o coração aberto), reconhecer a Palavra (ter a mente aberta) e crer na Palavra (ter uma fé profunda e renovada). Tal dinâmica nos desafia a vivermos plenamente a Palavra anunciada por Cristo, mesmo que não a compreendamos na sua totalidade e na importância que a mesma tem a cada momento de nossa vida e para a nossa fé. É deixar que a alegria de sermos “ouvintes” da Palavra invada todo o nosso ser e nos traga um ardor sempre crescente, pois “as coisas antigas já se passaram, nós agora somos nascidos de novo” em torno da Palavra do Cristo que guardamos em nós como sinal do amor que temos pelo Pai e que o Pai tem por nós. Olhemos o Evangelho de hoje com muita atenção. Jesus, verdadeiro Mestre e verdadeiro Pastor, manifesta o seu amor concreto aos seus Discípulos, e através deles a todos os que creem em seu nome, mediante a promessa do Espírito Santo. Com o “Paráclito”, as pessoas de fé, animadas por este “Espírito defensor” (Evangelho, v. 26), poderão viver com amor, nas suas experiências cotidianas, a palavra e os gestos de Jesus testemunhando a sua presença ressuscitada entre nós. Será o próprio Espírito que nos conduzirá em direção à “nova Jerusalém”, cidade de Deus, que é a imagem da Igreja que caminha em direção à eternidade até que chegue o dia em que o Cristo voltará e nos encontrará alegres porque somos do Pai “e o Pai é sempre maior, até mesmo do Cristo, por causa do seu amor bondoso e misericordioso” (cf. Evangelho, v. 28). Não nos esqueçamos da mensagem da Liturgia da Palavra deste Domingo: para seguirmos por um caminho cristão, é preciso amar Jesus e guardar a sua Palavra no hoje para todo o sempre.
ORAÇÃO
Salmo 66: Que Deus nos dê a sua graça e a sua bênção, e sua face resplandeça sobre nós! Que na terra se conheça o seu caminho e a sua salvação por entre os povos.
AGIR
Tenha com você o texto do Evangelho deste Domingo e aproveite outros momentos de oração na semana para relê-lo e refleti-lo.
Pe. Adilson Schio Ms
Reitor do Santuário
Acompanhe conosco a Liturgia dominical comentada pelo nosso reitor.
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