AO CONTRÁRIO, ELES CRERAM E SERÃO |
LEITURA Ezequiel é um Profeta muito interessante, seu texto é sempre perpassado pelo seu sofrimento de ver que o povo abandonando cada vez mais a Deus. Porém, como profeta ele revela o sofrimento, mas não se sente desanimado ou desesperado. Deus voltará a viver no meio do povo se houver arrependi-mento e conversão. Esta característica do Profeta Ezequiel é presente no texto bíblico que temos na primeira leitura deste domingo, quando o Profeta faz a |
MEDITAÇÃO
São poucos os momentos relatados nos Evangelhos onde Jesus faz uma pergunta àqueles que não aceitavam a sua palavra e a sua pregação, porém quando o faz, Jesus não deixa margem para meias respostas, é preciso refletir e responder. A pergunta de Jesus no Evangelho deste domingo, aparentemente parece ser uma pergunta óbvia e sem muita pretensão. Inicialmente Jesus relata uma situação do cotidiano da vida em família: um pai diz a um filho: hoje você vai trabalhar na vinha. O filho responde que não, mas depois repensa sua posição e vai. O mesmo pai diz ao outro filho: você também vai trabalhar na minha vinha. O filho diz ao pai que sim, mas depois não vai. Com base nesta história é que surge a pergunta de Jesus: “Qual dos dois fez a vontade do Pai?”. A resposta é evidente: foi aquele que mesmo dizendo não, fez o que o Pai lhe pediu. Consideremos que Jesus está falando com os sacerdotes e anciãos do povo. Mateus fala desta passagem da vida de Jesus, dizendo que ele tinha chegado a Jerusalém, entrado no tempo e expulsado dali aqueles que transformavam a casa de Deus numa toca de ladrões (21,12). No dia seguinte tinha voltado à cidade e diante de um pé de figueira sem frutos disse que a fé e a ausência da dúvida poderia fazer com que, na oração, muitas coisas consideradas impossível poderiam se realizar. E, ainda, no terceiro dia, voltando ao Templo, dialogava com aqueles que ali estavam. O diálogo de Jesus com aqueles do Templo, para Mateus, é sempre marcado pela coragem do Cristo em dizer que aquele “jeito” das pessoas do Templo de entender a salvação, era muito mais um domínio injusto sobre o povo do que de uma verdadeira observância da lei de Deus. No fundo, a Parábola dos dois filhos leva-nos a refletirmos em um tema que é central no Sermão da Montanha (Mt 5): “Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas aquele que cumprir a vontade do Pai (Mt 7,21). Mateus é sempre muito seguro desta verdade: é a prática da vontade de Deus, e não outra coisa, a prática revelada por Jesus, que pode conduzir aqueles que creem no caminho do Reino. Esta realidade é clara no contraste entre o agir dos dois filhos nesta Parábola que Jesus conta de propósito àqueles que se dizem os únicos salvos. Quantas vezes nós mesmos nos contentamos com uma relação com Deus que consiste em simplesmente cumprir ritos e rituais, sem que isso possa modificar atitudes em nossa vida ou sem nos perguntarmos sobre os frutos da prática da nossa fé. O tema central do Evangelho deste Domingo é claro: a conversão que gera a graça e afasta de nós a hipocrisia das aparências que enganam. É por isso que Jesus conclui a Parábola dizendo que, ao contrário de muitos, alguns creram e eles serão os primeiros a estarem no Reino de Deus.
ORAÇÃO
“Ó Deus, derramai em nós a vossa graça, para que, caminhando ao encontro das vossas promessas, alcancemos os bens que nos reservais”. Amém.
AGIR
Leia e reflita o Salmo Responsorial. Faça uma leitura orante deste Salmo.
O REINO DOS CÉUS É BONDADE E JUSTIÇA.
LEITURA As Parábolas sobre o Reino de Deus, no Evangelho de Mateus, tem sempre a intenção de fazer as pessoas compreenderem esta proposta de Jesus a partir de casos e situações concretas, onde o entendimento vem justamente da resposta que cada parábola exige. Desta forma tais Parábolas cumpriam o propósito de levar os seus ouvintes a se posicionarem, a fazerem uma escolha, a assumirem um grande desafio: aceitar o Reino e “arriscar a vida por ele”. Na Liturgia da Palavra deste final de semana nos encontramos diante desta necessária escolha que devemos fazer sabendo que a lógica de Deus não é a |
MEDITAÇÃO
O centro da nossa reflexão neste domingo é o próprio Deus, porém não como Deus se faz Deus mas como o nosso Deus é um Deus diferente. O Profeta Isaías deixa isso bem claro na sua profecia, lida na Primeira Leitura, e que nos revela o quanto o “Deus de nossos pais”, isto é, o Deus da história, o Deus da libertação do Egito, o Deus que formou o povo, o quanto Ele não se deixa dominar por vontades e motivos que não são aqueles de vida para todos. Os caminhos de Deus e os nossos caminhos nem sempre andam juntos. O pensamento de Deus e o nosso pensamento, nem sempre são os mesmos. O Profeta da Primeira Leitura deste domingo está falando de um tempo de graça em que a grande sabedoria é justamente “buscar a Deus” que se deixa encontrar pela sua imensa misericórdia e infinito amor. Não se trata de querer entender o porquê os caminhos e os pensamentos de Deus são outros que os nossos, mas se trata de abandonar os nossos pensamentos muitas vezes mesquinhos e egoístas, para assumir os mesmos pensamentos e caminhos de Deus que abrem a todos a possibilidade de uma vida plena e cheia de sentido. Isaías tem a grande certeza de que “o Senhor é a nossa salvação” e por isso faz este convite, que é ao mesmo tempo um apelo, para que busquemos o Senhor, isto é, busquemos o caminho que nos faz chegar a Deus. A força do convite está em revelar que esta atitude não é simplesmente crer que Ele existe, mas é fazer do jeito de Deus o nosso jeito visível de viver a vida com os irmãos. Na reflexão e oração deste domingo, acrescentará muito à nossa vida de fé, respondermos com sinceridade e profundidade estas perguntas: - Busco a Deus? – Onde o busco? – Ao encontrá-lo, estou aberto a ser como Ele quiser que eu seja? – Na profundidade da minha confiança, faço de Deus o meu caminho e os meus pensamentos?... Bem sabemos que as respostas a estas perguntas não são simples e nem se trata de dizer meros conceitos, mas elas devem surgir de forma livre e serena da experiência da nossa fé em Jesus Cristo, que deve ser muito mais de confiança do que de entendimento. A Leitura do primeiro capítulo da Carta aos Filipenses (texto da Segunda Leitura) nos dá a razão para estas nossas respostas: “viver é Cristo”. É pelo seu testemunho do Pai que sabemos como são os pensamentos e os caminhos de Deus. Aliás, é justamente esta a mensagem do Evangelho deste domingo. Com nossos conceitos simplesmente matemáticos, jamais compreenderemos a Parábola que Jesus conta para falar do Reino. Mas se pensarmos que para Deus, a bondade está em primeiro lugar e o coração de Deus não considera a hora da nossa resposta, mas sim o fato de respondermos ao seu chamado, então sim compreenderemos o que Jesus nos fala. A nossa resposta é que nos faz entender que a bondade de Deus é igual para todos. A liturgia da Palavra nos convida a descobrirmos duas grandes verdades que estão intimamente ligadas uma a outra: o Reino de Deus é dom gratuito, esta é a primeira verdade e, a segunda, é que a bondade de Deus é maior que qualquer conceito ou entendimento humano. Verdadeiramente o salmista tem razão: “Deus é bom para com todos” e a sua bondade é diferente daquela que nós usamos para dizer que nós somos pessoas de bom coração. Entre a nossa bondade e a bondade de Deus há uma distância tal como aquela entre o céu e a terra. A bondade de Deus é imensamente maior que a nossa.
ORAÇÃO
Senhor, que a minha resposta seja sempre sim aos teus caminhos e que assim eu seja digno de acolher a tua bondade em minha vida. Amém.
AGIR
Medite profundamente nesta oração que você acabou de rezar.
ONDE DOIS OU MAIS ESTIVERAM REUNIDOS...
LEITURA As leituras e o Evangelho deste domingo, o 23º do Tempo Comum, nos aproximam da serenidade e da realização do amor fraterno, tema sempre anunciado por Jesus como o caminho para vivermos no coração de Deus. A Primeira Leitura, do Profeta Ezequiel, nos traz a certeza de que Deus fala ao nosso ouvido e a voz de Deus é sempre para “salvar a vida” (v. 9). A Segunda Leitura, como nos Domingos anteriores, vem da Carta de São Paulo aos Romanos que é a |
MEDITAÇÃO
A reconciliação das relações, sejam elas do nível que forem, nem sempre é fácil. Na história da humanidade vemos que a divisão, a ambição, a incompreensão e principalmente a falta de diálogo justo e fraterno provocam guerras, mortes e escravidão. Neste Evangelho, dentro do contexto do “Discurso Eclesiológico de Jesus” no Evangelho de Mateus, isto é, das recomendações de Jesus para fazer da Comunidade dos Discípulos a Comunidades dos seguidores e dos anunciadores das suas palavras, Jesus fala das coisas mais cotidianas e dos desafios mais elementares que envolvem a vida em comum. Viver com amor e irmandade na Comunidade é um desafio sempre urgente, portanto cotidiano, e a cada momento esta relação pode sofrer a influência de situações que não solidificam a vida como irmãos, mas abalam e destroem até mesmo o amor fraterno anunciado por Jesus como um mandamento que resume todos os outros mandamentos da Lei de Deus: “Amar a Deus acima de tudo e ao seu irmão como a si mesmo” (Mt 19,19). Para melhor entender as recomendações de Jesus à Comunidade, é importante que se leia todo o Capítulo 18 de Mateus pois ali estão palavras interessantes que guardam sempre o grande princípio da aceitação e da promoção de todos no amor que torna cada um, na comunidade, uma pessoa de valor e de presença indispensável, porém, a pessoa precisa, por sua vez, estar sempre aberta a “transformar” o seu coração e mudar as suas atitudes. No Capítulo 18 Jesus fala da questão do poder (vv 1-5) e diz que quem O acolhe nos pequenos, a exemplo daquela criança que Jesus colocou no meio dos Apóstolos, se torna o maior no Reino dos Céus. Jesus fala também da tentação de desprezar os pobres e humildes (vv 6-14) e diz “o Pai que está nos céus” não quer que se percam nenhum desses pequenos, isto é, que ninguém se afaste da comunidade por não se sentirem amados e valorizados. Desta mesma razão vem a outra recomendação de Jesus e que se refere à questão do procedimento frente aos irmãos que erram (vv 15-20), que é justamente o texto do Evangelho de hoje). O apelo pessoal ao diálogo franco e reconciliador ou a ação da comunidade, reunida em nome do Espírito de Jesus, deve acontecer na prudência e na justiça, procurando o irmão que errou e trazendo-o para o interior da comunidade, fazendo-o sentir a compaixão, a compreensão e a vontade de que os princípios da vida em comunidade sejam reintegrados na vida dos irmãos que se perderam nas atitudes não fraternas. Por fim, o outro tema das recomendações de Jesus no capítulo 18 de Mateus se refere ao perdão das ofensas (vv 21-25), ali se diz que o perdão deve ser igual ou maior a “setenta vezes sete”. É na reflexão do Evangelho deste domingo que descobrimos que na comunidade de Jesus não existe limite para o perdão e sempre é tempo e é momento de se buscar a reconciliação como um grande passo para viver a compaixão de Jesus. O texto do Evangelho conclui dizendo que “se dois de vocês estiverem de acordo sobre qualquer coisa que queiram pedir, isso lhes será concedido” (v 19). Certamente a expressão “qualquer coisa” se trata das coisas do seguimento de Jesus e da vivência na comunidade. Mateus faz questão de dizer que é a comunidade o espaço onde a força do testemunho de Jesus deve orientar a ação e as atitudes daqueles que o seguem. A verdadeira comunidade de irmãos é aquela onde a memória das palavras de Jesus indica os caminhos da vida e da missão. Jesus é o mestre da Palavra de Deus na comunidade, que por sua vez é o lugar da revelação do Deus-sempre-conosco.
ORAÇÃO
Senhor, mantenha meus olhos puros para que Jesus possa olhar através deles. Mantenha minha língua pura para que Jesus possa falar pela minha boca. Mantenha minhas mãos puras para que Jesus possa trabalhar através delas. Mantenha minha mente pura para que eu possa fazer dos pensamentos de Jesus ou meus pensamentos e mantenha meu coração puro para que eu ame o meu irmão assim como Jesus me ama. Amém.
AGIR
Procure fazer da sua Comunidade o lugar do seu testemunho cristão.
Pe. Adilson Schio Ms
Reitor do Santuário
Acompanhe conosco a Liturgia dominical comentada pelo nosso reitor.
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