História

O SONHO

A história do Santuário Nossa Senhora da Salette, em Caldas Novas, GO, tem sua origem no ano de 1999, no Rio de Janeiro. O Pe. Guilherme Antônio Werlang MSF lá frequentava um curso promovido pela Conferência dos Religiosos do Brasil. Nesse tempo foi nomeado Bispo da Diocese de Ipameri, GO. Como é membro da Congregação dos Missionários da Sagrada Família, fundada pelo Missionário de Nossa Senhora da Salette, Pe. Jéan Berthier, os Missionários da Salette, no Rio de Janeiro, o convidaram para comemorar a nomeação episcopal.

No encontro, Pe. Guilherme expressou o propósito de fundar um Santuário dedicado a Nossa Senhora da Salette quando estivesse à frente da Diocese de Ipameri, e de confiar sua direção aos Missionários Saletinos. Pe. Guilherme foi ordenado Bispo a 17 de julho de 1999. Assumiu a Diocese a 7 de agosto seguinte.

O COMEÇO

Em Ipameri, Dom Guilherme tratava da questão do Santuário junto ao Clero e ao povo da Diocese, enquanto o Superior dos Saletinos encaminhava o caso junto a seus confrades no Brasil. Nesse meio tempo alguns Saletinos foram à Diocese de Ipameri para divulgar a história e a devoção da Salette, preparando o clima para a fundação do Santuário.

Em meados de 2004 o Pe. Adilson Schio MS, Superior Provincial,  enviou Pe. Atico Fassini MS a Marzagão, GO. Ali residia com os confrades Pe. José Balbinotti MS e Pe. Antônio Nichelle MS que atendiam as Paróquias de Marzagão e Rio Quente. Com frequência dirigia-se a Ipameri e a Caldas Novas para tratar do assunto do Santuário com Dom Guilherme. Ao mesmo tempo prestava auxílio pastoral às Paróquias da região.

O TERRENO

Dom Guilherme, apesar dos esforços, não dispunha de um terreno adequado para o Santuário. Inesperadamente o geólogo Fábio Floriano Haesbaert, conhecedor da cidade de Caldas Novas e sabedor do projeto de Dom Guilherme, apresentou ao Pe. Atico o mapa de um loteamento, muito pouco habitado, no Recanto Mansões da Serra, no sopé do Morro do Capão Grosso, periferia da cidade. Juntos, visitaram o local. A área do loteamento reservada para obras de interesse público estava sem destinação. A beleza do lugar logo se impôs.

Ao saber disso, Dom Guilherme, com o Pe. Atico e outros Padres, mais alguns leigos, visitou o local. O encantamento foi imediato e grande. Sem tardança, uma Comissão presidida por Dom Guilherme levou o assunto ao Prefeito Municipal, o Sr. Evandro Magal. O Prefeito não hesitou em destinar a área para o futuro Santuário, com o aval da Câmara Municipal. A escritura foi exarada a seguir, em nome da Diocese de Ipameri a quem pertence o Santuário. Era o presente que Deus tinha reservado à Diocese. O Santuário podia transformar-se em realidade.

A ROMARIA

Era o mês de agosto de 2004. Não havia mais tempo para realizar a 1ª Romaria da Salette na data comemorativa da Aparição, 19 de setembro. O evento foi agendado para o domingo, 17 de outubro. Pe. Atico apressadamente visitou as Paróquias da Diocese para, durante a Missa, anunciar o evento e apresentar, para surpresa geral, a imagem de Nossa Senhora da Salette em lágrimas.

A preparação da Romaria tomou vulto. Um cartaz preparatório foi entregue às Paróquias. A rádio e a TV locais divulgaram a programação. A Prefeitura Municipal colaborou na melhoria do acesso e da iluminação pública para o local do futuro Santuário. Dom Guilherme, por sua vez, tratava do assunto em nível da Diocese.

Contemporaneamente, Pe. Atico, iniciador e 1º Reitor do Santuário, preparou o ambiente para a celebração da 1ª Romaria da Salette no cerrado do Capão Grosso. A rodovia federal e ruas da cidade receberam painéis indicativos do local. Para o conforto mínimo dos romeiros, também era preciso retirar os espinheiros e pedras da área, respeitada a vegetação típica. Um altar rústico, de pedras recolhidas no lugar, foi erguido tendo o céu por abóboda e o sol por luminária. Um imponente cruzeiro de aroeira, com a torquês e o martelo da Salette, foi talhado. Pequenas estátuas representativas da Aparição de Nossa Senhora em Salette tomaram lugar num nicho elementar. Tudo preparado com muita dedicação, com o apoio dos Párocos e das Comunidades Paroquiais de Nossa Senhora Dores e de São José Operário, em Caldas Novas. Uma equipe de leigos doados prestou inestimável serviço: – o Engenheiro Romeu Sartor, construtor do Santuário, seu Mestre de Obras, Adanilo Ajej, José Manuel de Oliveira, Caetano Puttini e José Cláudio Cardoso Curto.

A 17 de outubro de 2004, estava tudo preparado para a Romaria. Uma multidão de cerca de 1500 pessoas, provenientes da cidade de Caldas Novas e de Comunidades do interior, se concentrou na Praça da Matriz de Nossa Senhora das Dores. Com grande alegria Dom Guilherme acolheu a todos. Um canto de abertura deu início à procissão. A caminhada, sob um sol escaldante, era animada por cantos e preces. Dom Guilherme e diversos Sacerdotes, a pé no meio do povo, acompanharam a procissão num percurso de cinco quilômetros.  Foi uma extraordinária demonstração de fé em Deus e de amor a Nossa Senhora da Salette que vinha para ficar na Diocese. 

No local destinado ao Santuário, o povo romeiro se concentrou em torno do altar, no meio do cerrado, ao pé da grande cruz saletina, abençoada na ocasião. Dom Guilherme presidiu a celebração da Missa da 1ª Romaria da Salette, concelebrada por diversos Sacerdotes. Num sermão inspirado, o Bispo explanou o sentido de um Santuário para o anúncio do Evangelho no amor à Virgem Maria, anúncio necessário para uma região de grande apelo turístico. Solenemente proclamou a fundação do Santuário dedicado a Nossa Senhora da Salette, assinada no dia 19 de setembro de 2004 e efetivada nesse dia 17 de outubro de 2004. A multidão presente saudou festivamente o fato. Finda a solenidade, vivida com grande devoção e registrada por inúmeras fotografias, o povo romeiro voltou para casa, emocionado e encantado com o que testemunhou naquela manhã. Nossa Senhora da Salette tinha encontrado sua morada no coração do povo goiano.

A PARCERIA

Nesse tempo se organizou uma parceria tripartite, entre a Diocese de Ipameri, a Província dos Missionários de Nossa Senhora da Salette e a dos Missionários de Sagrada Família, com o objetivo de financiar a obra do Santuário até que o mesmo tivesse condições de prover as próprias necessidades. A direção do Santuário foi confiada na forma de contrato aos Missionários Saletinos. Um Regimento Interno para a condução do Santuário foi estabelecido. Um Conselho Superior, integrado pelo Bispo de Ipameri e pelos dois Superiores Provinciais, passou a tomar as decisões cabíveis, aplicadas pela Reitoria e pelo setor de Administração do Santuário.

No primeiro semestre de 2005 foi erguido um imponente Altar Campal, em forma de cúpula, com arquibancada para abrigar 650 romeiros sentados. Por causa da terraplanagem exigida pela obra, o altar primitivo da 1ª Romaria da Salette foi demolido. O Altar Campal foi inaugurado na 2ª Romaria da Salette, em setembro de 2005. Na véspera da solenidade houve procissão noturna à luz de velas, nas ruas defronte ao Santuário. Os Padres presentes, em pontos preparados no meio do cerrado, atenderam confissões. Os romeiros eram muito mais numerosos do que na Primeira Romaria. A partir de então, a celebração da Romaria da Salette, no mês de setembro de cada ano, se tornou tradição em Caldas Novas.

As celebrações no Altar Campal se tornaram semanais. O recinto sagrado recebeu uma Sacristia com os móveis e objetos necessários. O altar, as alfaias, os vasos litúrgicos, as luminárias, a rede elétrica e de água potável foram doados por generosos benfeitores, devotos de Nossa Senhora da Salette. Os arredores foram contemplados com benfeitorias complementares, com o plantio de mudas de árvores e com a rede de irrigação do cerrado circundante na época da estiagem. Peregrinos esparsos começaram a marcar presença no local.

A CASA DOS SALETINOS

O trabalho exigiu de Pe. Atico a saída de Marzagão para Caldas Novas. Residia em casa adquirida para os Missionários Saletinos, próxima ao Santuário. Em março de 2006 o Superior Provincial enviou a Caldas Novas o Pe. Jacintho Pasin MS para colaborar na pastoral do Santuário e atender a Paróquia de Rio Quente. Infelizmente, três meses após sua chegada, Pe. Jacintho, vítima de infarto, faleceu. Mais uma vez Pe. Atico se viu sozinho no serviço ao Santuário onde acolhia, para as celebrações, numerosos peregrinos, provenientes de Goiânia, de Brasília, de outros Estados e alguns também do Exterior, todos encantados com o local e a história da Aparição da Salette.

OS PRESENTES

O Santuário da Salette, na França, enviou um cálice e um cibório trazidos pelo Superior Provincial, Pe. Marcel Schlewer MS, para as celebrações no Santuário de Caldas Novas. Um significativo presente que sela a união entre os dois Santuários. Num caminho de belíssimo panorama, foi implantado, na encosta, um “Fac-simile” ou representação do local da Aparição de Nossa Senhora em Salette, na França. As estátuas que representam os três momentos da Aparição – Nossa Senhora sentada em lágrimas, depois em pé falando com os videntes Maximino e Melânia, e por fim elevando-se aos céus – foram doadas por pessoas da Paróquia Nossa Senhora da Salette, em São Paulo. Os doadores generosos vieram a Caldas Novas para a bênção e instalação solene das imagens. O caminho da Via Sacra, com as cruzes instaladas entre as diferentes estátuas, faz parte da tradição saletina. A construção de um conjunto de banheiros nas proximidades foi realizada nessa época.

OS PRESENTES

O Santuário da Salette, na França, enviou um cálice e um cibório trazidos pelo Superior Provincial, Pe. Marcel Schlewer MS, para as celebrações no Santuário de Caldas Novas. Um significativo presente que sela a união entre os dois Santuários. Num caminho de belíssimo panorama, foi implantado, na encosta, um “Fac-simile” ou representação do local da Aparição de Nossa Senhora em Salette, na França. As estátuas que representam os três momentos da Aparição – Nossa Senhora sentada em lágrimas, depois em pé falando com os videntes Maximino e Melânia, e por fim elevando-se aos céus – foram doadas por pessoas da Paróquia Nossa Senhora da Salette, em São Paulo. Os doadores generosos vieram a Caldas Novas para a bênção e instalação solene das imagens. O caminho da Via Sacra, com as cruzes instaladas entre as diferentes estátuas, faz parte da tradição saletina. A construção de um conjunto de banheiros nas proximidades foi realizada nessa época.

NOVAS INICIATIVA

No início de 2007, Pe. Alfredo Celestrino dos Santos MS foi enviado a Caldas Novas para colaborar no trabalho do Santuário e dirigir a Paróquia de Rio Quente. Programas semanais na TV Caldas Novas e na Rádio levavam ao povo a Palavra do Evangelho e a Mensagem de Nossa Senhora da Salette. Nesse intuito, a Reitoria do Santuário organizou, com o apoio de Dom Guilherme e a participação das Paróquias de Caldas Novas, a Romaria dos Motociclistas, realizada no mês de maio, e a dos Agricultores celebrada no mês de julho com a “Missa Sertaneja”. Um povo numeroso participou com entusiasmo dos dois eventos religiosos.

A pastoral do Santuário tomou maior impulso. Equipes de Cantores, de Leitores e de Ministros da Eucaristia assumiram suas funções específicas nas celebrações. Os peregrinos, em grupos cada vez maiores e mais frequentes, visitavam o Santuário e participavam das celebrações. Um local apropriado para o atendimento personalizado e para confissões era uma necessidade. Para tanto, foi construída uma casa na entrada do local, onde se instalou depois uma pequena loja de objetos religiosos. A necessidade de um templo adequado para o Santuário se fazia então mais premente.

Em 2007 ainda, atendendo ao desejo de Dom Guilherme de dar ao Santuário também a função de promotor de cultura religiosa, o Conselho Superior e a Reitoria, com o especial apoio da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, organizaram um Simpósio de Mariologia com a assessoria da Irmã Máriam Ambrósio DP, Presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil, e do Irmão Afonso Murad FMS, Doutor em Teologia. O sonho de Dom Guilherme para a Diocese já era uma realidade.

Em 2008, o Pe. Alfredo Celestrino dos Santos assume como 2º Reitor do Santuário e cabe a ele com a equipe de padres saletinos encaminhar o mais audacioso dos projetos: a construção da Igreja.​

O TEMPLO

​O primeiro projeto da igreja foi feito em 2008, mas sofreu muitas modificações ao longo dos anos. No dia 24 de outubro de 2012 a aprovação do projeto pelos órgãos públicos deu ânimo para começar as obras. No dia 07 de novembro de 2012 aconteceu a marcação do local onde está edificado o templo do Santuário. Logo chegaram as máquinas e por fim, no dia 16 de fevereiro de 2013, os trabalhos de terraplanagem foram concluídos.

Com a etapa de terraplanagem concluída, era hora de começar a construção. No início da construção de uma nova igreja, sempre se celebra um rito para implorar a benção de Deus sobre a obra e lembrar que a casa a ser construída de pedras será sinal visível da Igreja do Povo de Deus. Com esse propósito no dia 07 de agosto de 2013 celebrou-se o rito de colocação da Pedra fundamental.

No ano de 2015, assume a Reitoria o Pe. Daniel Aguirre Campos-MS e o administrativo o Pe. Ildefonso Salvadego-MS, pela segunda vez, e o Pe. Francisco Carlos dos Santos-MS que já estava na comunidade. Graças ao esforço de muitos as obras foram retomadas e aos poucos o ritmo foi acelerando.

O santuário crescia não só no aspecto estrutural mas também pastoral, com novas iniciativas e um novo conceito de comunicação, o que atraiu muitos olhares para o mesmo. Foi realizada a cobertura da Igreja, a torre, o reboco e outros trabalhos.

O ano de 2016 foi marcado pelo Ano Santo extraordinário da Misericórdia. A parte inferior da igreja recebeu boa parte das obras como piso e acabamentos, além de melhorias de acesso ao templo e construção do presbitério.

Chegamos em 2017 com o compromisso de fazer a dedicação da Igreja no dia 08 de dezembro na solenidade da Imaculada Conceição, então era hora de colocar o piso, as janelas, os vitrais e tudo o que fosse necessário e possível para o grande dia, concretizando o sonho e tornando-se uma obra de evangelização e reconciliação.

O ano de 2018, o Santuário foi marcado pela substituição do Pe Daniel Aguirre, MS para o Pe Adilson Schio, MS e do novo Administrador o Pe. Jean Costa, que ainda com o Pe. Daniel, consolidaram o espaço da nova loja, ajudando na estabilidade financeira da obra. Foi um ano intenso e singularmente belo de assimilação, continuidade dos projetos de infraestrutura e litúrgico pastoral. Nos foi possível mudar o implementar parte da infraestrutura e construir confianças.

O ano de 2019, o Santuário foi marcado por um caminho prioritariamente “AD INTRA”. Os focos de ação foram:

  1. Reorganização da estrutura pastoral e reestruturação da organização do mesmo;
  2. Da chegada do Pe Normando e da saída do Pe Francisco por motivo de saúde. O Pe Normando assume a equipe de eventos;
  3. Da vinda, ordenação e posso do Bispo Diocesano José Francisco;
  4. Não deixando de lado a continuidade da construção do complexo do Santuário e a sua justa manutenção.

O ano de 2020 teve a marca característica da pandemia COVID-19, com todas as suas incertezas, dificuldades, restrições e prosseguimento das restrições e protocolos pandêmicos, o Santuário caracterizou-se também sobre auge da COVID-19. Tempos difíceis que tivemos que aprender e nos moldar e mover diante deste complexo cenário.

Foi um ano de penumbra.

O ano de 2021 foi o tempo de recomeço ou de um outro começo. Aqui no Santuário foi um ano realmente de um novo ânimo de novas experiências pastorais e administrativas, tempo de ressurgir do túnel. O que se pode destacar de 2021 são:

  1. As celebrações dos 175 da aparição de Nossa Senhora da Salette;
  2. A realização de dois retiros espirituais do VINDE;
  3. A inauguração da Capela do Santíssimo Sacramento, criando um novo espaço para oração e adoração no Santuário.

2022 a esperança se fez sentir como uma grata companhia na nossa caminhada.

Foi um ano de muitas atividades em nossa luta de concretizar os grandes projetos administrativos, tais como:

  1. O novo som do Santuário;
  2. A iluminação readequada do Santuário;
  3. A nova sacristia;
  4. E, o programa para a transmissão das atividades do Santuário nas redes sociais;

Foi um ano de muitas graças e de muitas bençãos no Santuário e na vida das pessoas que se encontram com Deus no espaço de paz e espiritualidade do Santuário.

O projeto de pastoral do Santuário no ano de 2023 era ousado e até pretensioso, já que era para ser um período pós pandêmico. O tema da ação pastoral desse ano no Santuário foi: “Espaço de missão com as três palavras do sínodo da Igreja universal: Comunhão, Participação e Missão.” Destacamos neste ano o protagonismo da parte administrativa do Santuário. Outro destaque singular foi a aprimoração de nossa equipe de comunicação que ampliou suas atividades, com a exposição fotográfica dos 20 anos de Ereção do Santuário. Foi o tempo de continuidade.

Que Deus nos abençoe e guarde na continuidade da construção do Santuário, enquanto complexo religioso e de fazer que o Santuário seja uma marca humana e cristã no coração de todos e todas que se envolvem e faz dele também sua casa.

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